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O exemplo que vem de cima: o que diz o 1º Estado onde as aulas já voltaram

25/08/2020 - 11h39min

Aulas no Amazonas retornaram no último dia 10 de agosto (Créditos: Tácio Melo/Secom-AM)

País – Em 10 de agosto, o Amazonas foi o primeiro Estado brasileiro que retornou às aulas presenciais. Lá, cerca de 110 mil estudantes do Ensino Médio em 123 escolas puderam voltar para as escolas, que, por sua vez, adotaram medidas de prevenção à Covid-19, como distanciamento e a distribuição de máscaras aos alunos pela própria secretaria.

Porém, houve protestos, novos casos positivos de coronavírus e até “memes” com a colocação das máscaras. Já no Ensino Fundamental, a Secretaria de Educação e Desporto voltou atrás no retorno dos alunos, que estava previsto para hoje. Conforme o governo amazonense, a mudança é para adequar as escolas e pela necessidade maior de testar os profissionais da educação.

No início da pandemia, o Amazonas foi notícia pelo caos na saúde causado pela Covid-19. Mas, e agora, o que a lição do estado do Norte do País pode ensinar aos docentes e administradores gaúchos? Buscando obter estas respostas, o Diário traz uma entrevista exclusiva com o secretário interino de Educação do Amazonas, Luis Fabian Barbosa.

Luis Fabian Barbosa, secretário interino de Educação do Amazonas (Créditos: Divulgação/Seduc-AM)

Diário – Como a secretaria se preparou para este retorno às aulas?
Luis Fabian Barbosa – O trabalho iniciou ainda em abril, logo após o lançamento do projeto “Aula em Casa”, que assegurou a continuidade do ano letivo aos estudantes via transmissão de videoaulas pela TV aberta e internet. Depois, a Pasta instaurou grupos de trabalhos, envolvendo integrantes das principais coordenações, gerências e departamentos, que passaram a atuar na elaboração do plano de retorno. Ouvimos cerca de 80 mil membros da comunidade escolar da rede pública estadual, dentre pais, gestores, professores e administrativos, e tomamos como base diretrizes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), experiências internacionais, recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e orientações de órgãos educacionais do Brasil e do mundo.

“Sofremos com o pico da doença muito cedo, o que nos possibilitou agora essa flexibilização de algumas atividades”

Diário – O Amazonas foi um dos estados que mais sofreu com uma das “primeiras ondas” da Covid-19, em abril. Preocupa um eventual novo avanço da doença?
Luis Fabian Barbosa – O retorno às atividades presenciais, em Manaus, foi avaliado em conjunto com a Fundação de Vigilância em Saúde. Desde 1º de junho, foi constatada uma queda e uma estabilização dos números de Covid-19 na capital, o que permite a flexibilização de algumas atividades, respeitando os protocolos de segurança. Também foi levado em consideração o comportamento do novo coronavírus após a retomada das aulas da rede privada em Manaus, há aproximadamente um mês.

Diário – Como o senhor avalia a situação da Covid-19 em outros estados?
Luis Fabian Barbosa – Cada Estado possui sua realidade e particularidades. No Amazonas, sofremos com o pico da doença muito cedo, o que nos possibilitou agora essa flexibilização de algumas atividades. Independente da intensidade da Covid-19, é importante trabalhar conforme as orientações dos órgãos de Saúde e respeitar, sempre, os principais protocolos de prevenção e combate à doença.

Diário – Qual o principal recado que a secretaria pode oferecer aos gestores do RS?
Luis Fabian Barbosa – Escutem os órgãos de Saúde e os especialistas do seu Estado. São eles que nortearão o possível retorno às escolas, com base em dados, pesquisas e estatísticas.

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