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O que pensam os colorados da região às vésperas da decisão contra o Flamengo

19/02/2021 - 15h38min

Darció Staudt ainda tem capas do título do Internacional de 1979 (Créditos: Ricardo Elias)

Região – O Inter tem grandes chances de ser campeão brasileiro neste domingo, no Maracanã, Rio de Janeiro. Um título que é aguardado há, pelo menos, 41 anos, muito mais do que o tempo de vida de muitos torcedores da região. Mas não de dois sócios remidos do clube que vivem em Ivoti, que viram muitas de suas glórias, e que têm novamente a oportunidade de vê-la.

Em comum, Darció Staudt e Celso Schneider não apenas ajudaram a levantar o Beira-Rio e moram no Centro ivotiense, mas também têm a paixão pelo Gigante no peito e ainda a esperança por levantar um caneco nacional. A realização do sonho está próxima: basta o Colorado obter uma vitória simples diante do Flamengo, no domingo, às 16 horas, que leva a taça.

Darció tem 87 anos, é paraninfo do time e considerado o sócio mais antigo do Inter vivendo em Ivoti. Até hoje, o aposentado mantém sua carteirinha de associado, e conta que acompanha as partidas desde a época do antigo Estádio dos Eucaliptos, lar anterior ao Beira-Rio. Embora cético, ele afirma que sua expectativa é boa para o título diante do Flamengo.

“É um bom adversário. Vai ser um jogo bem difícil. Agora o time está melhor, desde que o Abel [Braga, técnico] entrou”, analisa ele, que também elogiou o ex-treinador colorado, Eduardo Coudet. Darció acompanhou grande parte das conquistas coloradas, desde o tricampeonato do Brasileiro em 1975, 1976 e o invicto em 1979, bem como os troféus mais recentes.

“O Flamengo é um time muito bom, mas pode ser derrotado”

Já Celso é um pouco mais novo: tem 84 anos, mas se lembra com lucidez de alguns dos ídolos do passado do Inter, como Tesourinha, ex-ponta-direita que fez história no final da década de 1940. Se diz confiante no triunfo colorado e reconhece as virtudes do clube adversário. “O Flamengo é um time muito bom, mas pode ser derrotado”, comenta ele.

Celso também é sócio remido, e mora em Ivoti (Créditos: Felipe Faleiro)

O também aposentado relembra de idas de Kombi ao Beira-Rio assistir às partidas, junto com a turma do Calçados Dilly. “Éramos oito, nove pessoas. Era um grupo bem animado”, diz ele. Algumas partidas mais recentes Celso também acompanhou no estádio, mas dada a idade, atualmente ele prefere acompanhar pela televisão.

Na visão de Celso, os desfalques da zaga titular, Rodrigo Moledo, machucado, e Victor Cuesta, suspenso, preocupam, mas a partida será bem jogada. Ele acredita que o meia Patrick, que retorna de suspensão, possa ser o grande destaque colorado no confronto. Já Darció prefere ser saudosista. “Estou com saudade de um título”, observa. Então, que os atletas possam cumprir este desejo.

“Agora que estamos tão perto, irei torcer muito neste domingo para que este sonho se realize”

 

 

 

Daiane, colorada de carteirinha: “é o único título que ainda não vi o Inter conquistar” (Créditos: Arquivo pessoal)

Daiane nasceu em 1979, ano da última conquista do Brasileiro

Daiane Weber, de Ivoti, assim como toda e qualquer colorada, carrega consigo um orgulho imenso de ser “campeã de tudo”. Nascida em 24 de agosto de 1979 e colorada de carteirinha há 12 anos, Daiane viu o seu time do coração conquistar todos os grandes títulos possíveis de um grande clube, como o Mundial de 2006, a Libertadores da América de 2006 e 2010, a Copa Sul-Americana de 2008, a Recopa Sul-Americana de 2007 e 2011, a Dubai Cup de 2008, a Copa do Brasil de 1992, dentre muitos outros.

Mesmo sabendo que o Internacional é tricampeão brasileiro, ela ainda não viu o seu time do coração conquistar este título. “É o único título que falta eu ver, e o último foi justamente em 1979, ano que nasci. Nestes 41 anos muitas vezes passamos raspando, e não me esqueço da estrela roubada de 2005. Agora que estamos tão perto, irei torcer muito neste domingo para que este sonho se realize”. Daiane tem como grande ídolo o goleiro Clemer, com quem guarda de recordação uma foto tirada em uma viagem para Aracajú, e dificilmente perde um jogo no Beira-Rio.

 

 

Em pé: João Carlos, Benítez, Mauro Pastor, Falcão, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro. Agachados: Valdomiro, Jair, Bira, Batista e Mário Sérgio

Inter de 1979: o time que nunca perdeu

O título de 1979 é especial para o clube e para a torcida colorada. Não simplesmente por ser o último troféu da principal competição nacional conquistado pelo Inter, mas sim pelo feito inédito até hoje não superado por outro time brasileiro.

A conquista de uma edição do Campeonato Brasileiro de modo invicto. A equipe comandada pelo técnico Ênio Andrade não sofreu nenhuma derrota em 23 partidas (incluindo um W.O do Atlético-MG). Em 22 jogos de bola rolando foram 15 vitórias e sete empates. Já dentro de casa, o Colorado disputou 13 jogos, vencendo nove e empatando quatro.

O ataque balançou as redes adversárias por 40 vezes e sofreu 13 gols em toda campanha. A média de gols da equipe liderada por Falcão era 0,59 por partida. Uma coincidência com a atual temporada é que o Inter em 1979 também não fez boa campanha no Gauchão, ficando somente em terceiro lugar e, depois disso, houve um intenso movimento de mobilização.

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