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Obesidade é fator de risco para agravamento da Covid-19

03/06/2020 - 20h06min

Nesta quarta-feira, 3, é celebrado o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil. A obesidade infantil é considerada um problema mundial, e a data traz um alerta sobre os riscos da doença e os cuidados necessários para combatê-la. Além de contribuir para o surgimento de diabetes e hipertensão, a obesidade é fator de risco para o agravamento da Covid-19. É o que alertou o médico Maurício Jamillo, cardiologista pediátrico.

“Muita criança obesa já tem hipertensão, tem alterações cardíacas, tem diabetes, alterações de imunidade secundárias a sua doença e que, se expostos a uma infecção por um vírus como esse, que muda tanto, que nos dá tanta surpresa, com certeza podemos ter alguns desfechos que não são favoráveis na evolução dessas crianças com infecção”, ressaltou.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, três em cada dez crianças de 5 a 9 anos estão acima do peso, e das crianças menores de 5 anos, 15,9% têm excesso de peso. Além dos fatores genéticos, a influência do estilo de vida contribui para o problema. A baixa qualidade nutricional dos alimentos consumidos e a falta de exercícios físicos aliados às telas dos smartphones e os videogames são fatores de risco para a obesidade infantil.

Esforço conjunto para hábitos saudáveis
O Ministério da Saúde apontou que os brasileiros estão consumindo menos alimentos naturais, como frutas e verduras, e aumentaram o uso de alimentos ultraprocessados, que possuem altas quantidades de sal, gordura e açúcar.

Ir na direção contrária a forma de alimentação, ter hábitos saudáveis e incentivar a prática de exercícios físicos para evitar a obesidade infantil é um esforço que deve ser feito de forma conjunta pela família, escola e governo, de acordo com o cardiologista pediátrico Maurício Jamillo.

“Tem que ser um esforço conjunto envolvendo todos no tratamento, melhora de condição de saúde, de nutrição, de atividade física, mais acesso de crianças a esportes, a clubes, a parques para eles poderem fazer uma atividade física melhor”, disse. “Diminuir o bombardeio da publicidade com alimentos ricos em açúcar, em gorduras, mudar para uma alimentação saudável nas escolas, como também os lanches, e envolvendo, principalmente, a família”, acrescentou o médico.

Com o isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, a dica do especialista é que as crianças não deixem de fazer atividade física, mesmo em casa. Ele sugere danças, brincadeiras e jogos que estimulem a parte física.

O governo lançou em novembro o novo Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos. Além disso, o Ministério da Saúde conta com uma página sobre saúde que traz dicas de alimentação e atividades para crianças durante pandemia.

O recado do Ministério foi: alimentação saudável, mais atividade física e menos tempo de telas. Entre as orientações, estão manter a amamentação exclusiva dos bebês até os seis meses, não ofertar açúcar até os dois anos, evitar que as crianças consumam alimentos ultraprocessados, oferecer água em vez de bebidas adoçadas, manter a alimentação saudável fora de casa e incentivar brincadeiras como correr, pular corda e andar de bicicleta no lugar dos celulares e videogames.

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