Notícias

Pastor Oscar Zimmermann tem sua vida desde a adolescência ligada à religião

04/10/2021 - 16h44min

Atualizada em 22/10/2021 - 16h50min

“Sinto saudades daquele tempo, pois ficar 11 anos juntos com a mesma turma já dava para se considerar como uma família ampliada”

Oscar Zimmermann, 65 anos, é o pastor da Igreja Luterana (IELB). Natural de Tenente Portela, ele é filho de agricultores, naturais de Rolante. Antes de Oscar nascer, seu pai era professor primário em uma escola paroquial no interior de Tenente Portela. Ao todo Oscar tem 15 irmãos, sendo que dois já faleceram e três se tornaram pastores da Igreja Luterana.

Desde adolescente o Bacharel em Teologia tem sua vida ligada à religião. Ele foi enviado ao Seminário, na época chamado de Instituto Concórdia, localizado em São Leopoldo, quando tinha apenas 13 anos de idade. Era a primeira vez que Oscar saía de casa sozinho, indo morar um lugar totalmente desconhecido. Vindo do interior, o pastor lembra que não foi nada fácil ficar longe da família, mas amenizado pelo fato de morar em um internato com muitos colegas na mesma situação. “Sinto saudades daquele tempo, pois ficar 11 anos juntos com a mesma turma já dava para se considerar como uma família ampliada”.

Oscar conta que a vocação veio ao natural. O Instituto preparava jovens para ingressar na Faculdade de Teologia depois dos estudos do Ginasial (4 anos) e Colegial (o que equivale ao segundo grau hoje – 3 anos). Depois de concluir o Ensino Médio, ingressou na Faculdade de Teologia em Porto Alegre, que durou quatro anos e meio, incluindo um estágio que fez em Pato Branco, Paraná.

Depois de formado Oscar retornou a Pato Branco para trabalhar como pastor, permanecendo por meio ano, recebendo então o chamado para Realeza, também no Paraná, onde ficou por três anos e meio. Esses lugares foram importantes na sua caminhada da vida pastoral, uma vez que ali aprendeu a desenvolver o Ministério Pastoral, o que faz com imensa satisfação.

Levar uma Palavra de conforto e consolo a quem dela necessita é sempre gratificante para o pastor. “Eu acredito que Deus usa pessoas vocacionadas e preparadas por Ele, conforme os dons que Ele concedeu, cada um como seu instrumento de acordo com a sua vontade e bondade”.

Vindo de uma cidade de origem italiana, Oscar estranhou o alemão falado pelas pessoas nas ruas

O pastor Oscar chegou em Dois Irmãos há 36 anos, em julho de 1985. Na época aceitou o chamado desta Comunidade Luterana, visto que sabia falar em língua alemã e havia a exigência, ou o pré-requisito, para que oficiasse cultos nesse idioma também. Casado com Rozeli desde 1982, o casal tem três filhos. “Adotamos duas meninas e Deus nos concedeu, depois dessas adoções, um filho de sangue”. Mas para o casal, são três filhos, considerados igualmente. A filha mais velha também é casada com pastor da Igreja Luterana e eles moram em Porto Alegre. “Até o momento Deus nos presenteou com uma neta e dois netos”.

Chegando em Dois Irmãos, Oscar e a esposa estranharam muito o município, pois se falava em língua alemã nas ruas, nas lojas, nas praças. Da cidade de onde vieram o povo era quase que 100% de origem italiana. “Mas nos adaptamos muito bem por sermos, ambos, de famílias de origem alemã”.

No Paraná o pastor atendia nove congregações, algumas bastante distantes da sede. Quando Oscar e Rozeli chegaram em Dois Irmãos, o município tinha outras características, era muito pequeno e havia apenas a congregação do Centro, desenvolvendo, assim, um trabalho voltado basicamente para a sede.

Hoje, além da sede, uma congregação situada no bairro Travessão “São Luiz” também é atendida. O trabalho, além dos cultos, evidentemente, sempre foi focado em grupos de interesse mútuo de suas próprias características como de crianças, jovens, servas (mulheres), leigos (homens), e agora mais recentemente a terceira idade. Quando chegaram, alguns grupos já estavam a pleno vapor, como o coral e a escola bíblica de crianças e servas. O pastor, na época, além das muitas atividades, era o regente do coral. Então, apesar de ser uma só congregação, o trabalho era e ainda é intenso devido aos grupos que chamam de departamentos.

Aos longo dos 36 anos, um fato histórico que lhe marcou, de forma bastante acentuada, foi a celebração do centenário da Comunidade Luterana em Dois Irmãos. Na ocasião aconteceu um culto especial que reuniu cerca de mil pessoas na quadra de esportes, apesar da intensa chuva daquele dia.

A Congregação Luterana São Miguel foi a primeira, e única até agora, a celebrar os 100 anos no âmbito distrital que engloba os municípios de Dois Irmãos, Ivoti, Lindolfo Color, Estância Velha, Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Araricá e Nova Hartz. Outro fato marcante, coloca o pastor, foi a sua participação da primeira diretoria do Conselho Municipal de Saúde, sendo eleito como secretário e o sr. Leopoldo Kochhann como presidente.

O que impressionou Oscar e Rozeli desde o primeiro ano em Dois Irmãos foram as festividades do Kerb de São Miguel e também os desfiles da Semana da Pátria, muito bem organizados, acrescido a isso o Natal dos Anjos. “Sobre o Kerb vale frisar que, de fato, era uma festa mais voltada para a família. Infelizmente essa raiz praticamente se perdeu ao longo dos anos, e enfim, deu uma guinada, de certa forma a perder essa sua raiz ‘família’ quando se tornou mais comercial e voltada para festanças de rua e para um povo vindo de fora”. Oscar acredita que se perdeu principalmente o histórico e o por que da existência do Kerb em sua origem. “A meu ver um pouco dessa história se perdeu em consequência do desenvolvimento da cidade, o que em si, não é um fator negativo, pelo contrário, isso trouxe progresso para todos”.

Na opinião do pastor, Dois Irmãos sempre foi um lugar bom para se viver. “Cidade limpa, bem cuidada”. De acordo com ele, as administrações públicas sempre estavam focadas para o bem de todos, independente de quem, ou de que partido, estivesse à frente. “Como é uma cidade pequena, ainda dá para dizer que se tem as rédeas na mão”. O fato de Dois Irmãos estar situada próximo a grandes centros, Oscar acredita que facilita em muito quando se procura ou deseja algo diferente e com maiores opções.

Pastor Oscar escreve reflexões que são publicadas em um livro, chamado de Devocionário Castelo Forte. Este livro traz 365 meditações diárias a cada novo ano. Ele é colaborador deste devocionário desde os anos 90. Neste livro, um best seller de vendas, há cerca de 20 colaborares, pastores da IELB e IECLB. Antes da pandemia, havia o espaço para as igrejas escreverem para a chamada “Coluna da Fé do JDI”, onde também foi colaborador por umas duas décadas.

“Eu não me considero alguém que escreve tão bem assim. Mas gosto de escrever, especialmente, reflexões baseadas em textos bíblicos, ou então, sobre assuntos relevantes do dia a dia”. Evidentemente começou a escrever porque a cada semana fazia o sermão para os cultos, já logo no início do seu Ministério Pastoral. Dali a escrever outros textos, não foi difícil.

Quanto às suas inspirações, o pastor relata que para o momento do cultos segue uma perícope, é um conjunto de leituras bíblicas elaborado pela igreja cristã para cada domingo, dia de festas da igreja, como por exemplo Natal, Páscoa e Pentecostes. É a partir desse texto que se escolhe o tema, ou o assunto da semana. “Basicamente é a própria Escritura Sagrada que dá a dica ou nos direciona para desenvolvimento do assunto a ser abordado, trazendo o texto bíblico para dentro da nossa realidade de hoje”.

 

 

Copyright© 2020 - Grupo o Diário