Plenário de Estância Velha rejeita mudanças no Festival de Kerb que buscavam preservar identidade cultural e limitar gastos

Com cinco votos contrários e três favoráveis, vereadores barram projeto que regulamentava o Kerb como Patrimônio Histórico e Cultural e previa regras sobre escolha da realeza, apresentações e valores de ingressos.

Por Anna Bezerra

Na manhã de quinta-feira, 30, o plenário da Câmara de Vereadores de Estância Velha realizou sessão extraordinária para votar o Projeto de Lei nº 29/2025 e as Emendas Substitutivas nº 3 e 9/2025, que tratavam da regulamentação e do reconhecimento do Festival de Kerb como Patrimônio Histórico e Cultural do município. As propostas, que também buscavam garantir a preservação da identidade cultural do evento e estabelecer limites de gastos, foram rejeitadas por maioria.

Os vereadores Antônio Worst (PL), Carlos Bonne (PDT) e Lucas Argetino (MDB) votaram a favor das alterações. Já os vereadores Carlito Borges (PP), Clóvis Santos (PSDB), José Dresch (PSDB), Prof. Marcelinho Stofell (CID) e Otávio Luft (PL) votaram contra. O presidente do Legislativo, Edenilson Klaus (PP), não votou — pois só se manifesta em caso de empate —, mas declarou-se favorável ao projeto.

Presidente defende limites e resgate das origens do festival

Durante a sessão, o presidente da Câmara, Edenilson Klaus, explicou seu posicionamento favorável às mudanças e criticou os altos custos com shows no evento:

“Eu me posicionei, então, a favor do projeto, principalmente para limitar esses custos exorbitantes com a contratação de shows, porque você contrata um show de R$ 400, R$ 500 mil para uma hora, eu acho que a cidade ainda tem outros problemas para resolver do que esses gastos. […] O meu posicionamento sempre foi a favor do projeto, limitando os gastos com shows, principalmente no Festival do Kerb.”

Klaus destacou ainda que o objetivo do projeto era preservar a essência cultural do Kerb, equilibrando tradição e responsabilidade financeira:

“O evento deve ter uma base em cima de suas origens, mas também não pode estar dando prejuízo, porque quem paga esse prejuízo é o contribuinte.”

O que previa o projeto rejeitado

O texto das propostas previa mudanças para fortalecer a tradição do festival e aprimorar sua organização. Entre os principais pontos estavam:

• Escolha do Rei e Rainha do Kerb por votação secreta, com participação de casais de edições anteriores e representantes das sociedades promotoras;

• Apresentações musicais com, no mínimo, 80% do repertório formado por músicas típicas da cultura alemã;

• Ingressos a preços populares, limitados a 1% do salário mínimo nacional;

• Horários definidos para encerramento das atividades conforme o dia da semana;

• Prioridade a grupos folclóricos locais nas apresentações.

O projeto também permitia, em casos excepcionais e devidamente justificados, a prorrogação dos horários do evento em até uma hora, mediante autorização do Executivo Municipal.

Resultado final

Com cinco votos contrários e três favoráveis, o plenário de Estância Velha decidiu rejeitar as mudanças no formato do Festival de Kerb. O resultado reforçou as divergências entre os vereadores quanto ao equilíbrio entre preservar a tradição cultural e controlar os gastos públicos com o evento.

Com cinco votos contrários e três favoráveis, vereadores barram projeto que regulamentava o Kerb como Patrimônio Histórico e Cultural e previa regras sobre escolha da realeza, apresentações e valores de ingressos