Polícia
Caminhoneiro que matou ex-companheira em Estância segue preso, um ano pós o crime
Por Guilherme Sperafico
Estância Velha – A morte da estanciense, Lourdes Clenir de Oliveira Melo, completou um ano no último dia 9 de janeiro. A cabeleireira, que tinha 48 anos, foi assassinada com 11 facadas, desferidas pelo ex-companheiro, o caminhoneiro Léu Vieira de Moura, atualmente com 56 anos, com quem havia terminado um relacionamento há cerca de um mês. Já morta, foi colocada no porta-malas do próprio carro, que acabou abandonado no município de Içara, no Sul de Santa Catarina.
Léu, que acabou localizado pela Polícia Civil no dia 18 de fevereiro, cerca de 40 dias após o crime, continua preso. O criminoso está detido preventivamente na Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas, aguardando para ser julgado.
Desde o início das investigações, Léu era apontado como o único suspeito e ficou foragido até ser encontrado em Sapucaia do Sul, após semanas de trabalho dos agentes da Delegacia de Estância Velha, coordenados pelo delegado Rafael Sauthier. O criminoso se escondia na rua Das Abelhas, no bairro Horto Florestal, há cerca de 20 dias, e se preparava para escapar novamente.
Durante o tempo que conseguiu se manter em liberdade, circulou por Santa Catarina – onde o corpo da vítima foi encontrado – Paraná e Rio Grande do Sul. Sua família o apoiou no transporte, alimentação e com a compra de uma casa. O próximo destino estava escolhido e seria o Estado de São Paulo. Durante o cumprimento da prisão preventiva, os agentes localizaram fotos 3×4, usadas para a encomenda de documentos falsos.
LÉU FOI DENUNCIADO POR FEMINICÍDIO
No final de março do ano passado, o promotor de Justiça de Estância Velha, Bruno Amorim Carpes, ofereceu denúncia à Justiça, pelo crime de feminicídio.
O Ministério Público apontou, ainda, que o assassinato foi cometido com mais duas qualificadoras: por motivo torpe e com emprego de meio cruel. Além do gênero do fato da vítima ser mulher, a denúncia sustenta que o ex-companheiro matou Lourdes para assegurar a impunidade de outro crime.
Havia sido acusado pela ex-mulher de violência doméstica. Por conta disso, Lourdes possuía uma medida protetiva a seu favor. Entretanto, Léu continuava praticando ameaças e chegou a descumprir a medida e acabou preso, mas liberado cerca de 24 horas depois. Na ocasião, o criminoso chegou a ser acusado de estupro e a vítima iria depor contra ele.
Léu também foi acusado por furto do automóvel e ocultação de cadáver, uma vez que utilizou o carro da própria vítima ocultar o corpo em SC.
A cunhada do acusado, que não teve o nome divulgado, foi denunciada pelo crime de favorecimento pessoal. De acordo com o MP, ela auxiliou o agressor, fornecendo esconderijo e meios para que se mantivesse foragido.
O ASSASSINO
Apesar de ser franzino, Léu acumula uma extensa ficha criminal. Possui diversos antecedentes criminais, por estupro, direção perigosa, vias de fato, embriaguez ao volante, desacato, ameaça, roubo, porte ilegal de arma e receptação, entre outros. Havia saído da prisão cerca de um ano antes de matar Lourdes, para cumprir pena em liberdade condicional e utilizava tornozeleira eletrônica.
Ele também tinha uma microempresa registrada em seu nome, com o mesmo endereço de onde o crime de feminicídio foi cometido. A empresa Léu Instalações teria como principais atividades as instalações e manutenções hidráulicas, elétricas e de gás. A empresa tinha capital social declarado de R$ 3 mil, situação ativa e completaria seu primeiro ano no mesmo mês.