Polícia
Comunidade terapêutica é interditada em Novo Hamburgo após denúncias de castigos físicos e permanência forçada
Uma comunidade terapêutica foi interditada nesta sexta-feira (19) em Novo Hamburgo, após fiscalização da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária constatar irregularidades graves. Entre elas, estavam relatos de castigos físicos e de que internos eram obrigados a permanecer no local contra a própria vontade.
Segundo a delegada Marina Goltz, os castigos incluíam socos no rosto e golpes do tipo mata-leão aplicados em acolhidos que descumpriam regras. Cerca de 30 pessoas residiam na instituição, que também apresentava problemas como ausência de documentos, restrição de alimentação e equipe técnica insuficiente. Os internos estão sendo encaminhados às famílias.
“Permanência e adesão involuntárias dos acolhidos, ausência de documentos pertinentes aos acolhimentos, relatos de castigos físicos, relatos de castigos medicamentosos, ausência de alimentação adequada e suficiente para a quantidade de pessoas, os acolhidos não tinham ciência que poderiam interromper o tratamento a qualquer tempo, equipe técnica insuficiente, entre outros”, detalhou a delegada.
As autoridades chegaram ao local após denúncias feitas ao Disque 100, canal nacional de violações de direitos humanos. A operação contou também com a participação da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação e da Guarda Municipal.
Não houve prisões, já que nenhuma situação de flagrante foi constatada durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão. A Polícia Civil segue investigando, inclusive a suspeita de apropriação indevida de bens de internos.
