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Polícia

Corpo queimado em Lindolfo: polícia conclui inquérito sem indiciamento de suspeitos

20/12/2022 - 11h22min

POR GUILHERME SPERAFICO

Ivoti – A Polícia Civil, por meio da Seção de Investigação da Delegacia de Ivoti, concluiu recentemente o inquérito do caso Samuel Previdi. O homem de 32 anos, que era morador de Novo Hamburgo, foi encontrado no porta-malas do próprio carro, que foi queimado no interior da localidade de Picada das Mulas, praticamente na divisa entre Lindolfo Collor e Estância Velha.

O crime, praticado no dia 3 de março deste ano, não teve um autor identificado pela polícia. Diversas diligências foram realizadas e provas foram analisadas, mas não foram suficientes para chegar ao responsável pela ação criminosa.

Entre as principais expectativas da Polícia Civil, estava a de encontrar alguma digital no isqueiro encontrado na cena do crime e que foi utilizado para atear fogo no veículo. Entretanto, o laudo do Instituto Geral de Perícias não conseguiu encontrar esta prova. A queima de praticamente todo o corpo, tendo sobrado apenas restos mortais, também dificultaram as análises.

Com a conclusão do inquérito por parte da Polícia Civil, o documento foi remetido ao Ministério Público. Em razão da falta de comprovação da autoria, a tendência é de que seja arquivado.

RELEMBRE O CASO

Samuel Previdi era o proprietário do Fiat Palio encontrado queimado na localidade de Picada das Mulas, com um corpo carbonizado. Ele estava desaparecido desde a madrugada do dia 3 de março, quando o caso foi registrado. Alguns meses depois, o exame de DNA identificou ele como a vítima do crime.

Desde que o corpo foi localizado, a mãe de Samuel se manteve sem se identificar e aparecer, com medo de falar publicamente sobre o caso. Nas vezes em que se manifestou, se resguardou a falar apenas sobre a situação e a expectativa pela liberação do corpo. O motivo, segundo apurado pela reportagem do Diário, é a suposta colaboração de Samuel com a polícia.

Ele era usuário de drogas em recuperação e estava sendo extorquido por traficantes, que exigiam dinheiro quase que diariamente. Diante da situação, teria procurado ajuda da polícia e passado a colaborar com informações do tráfico, sempre durante a madrugada.

No dia em que o crime ocorreu, saiu de casa por volta das 4h30 dizendo que iria se encontrar com policiais e, posteriormente fazer uma entrevista de emprego em uma indústria. Algumas horas depois, sem informações do filho, a mãe registrou um boletim de ocorrências na Central de Polícia de Novo Hamburgo, relatando o desaparecimento.

Apesar do relato da família, a Polícia Civil não conseguiu identificar nenhum boletim de ocorrência registrado por Samuel, denunciando o caso. Entre as hipóteses apuradas é de que ele tenha contatado outra força policial que, por sua vez, não reportou para que fosse investigado.

LIBERAÇÃO DO CORPO

Apesar da identificação, a família ainda não conseguiu a liberação dos restos mortais. Cientificamente, o resultado aponta a linhagem genética compatível. De acordo o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) foi liberado no dia 7 de abril, apontando que o DNA da ossada é da mesma linhagem genética – ou seja, de um filho – da mãe de Samuel.

Como ele era filho único, só poderia ser dele o corpo carbonizado. Entretanto, por questões burocráticas, o IGP só poderia encaminhar automaticamente esta identificação caso Samuel tivesse um filho, o que daria 100% de certeza.

De acordo com a mãe, foi necessário entrar na Justiça para que fosse possível a emissão de um atestado de óbito e consequente liberação do corpo. Por conta do período de recesso do judiciário em razão das festas de final de ano, este parecer só deverá ser dado no final de janeiro. Até então, os restos mortais seguem com o IGP.

“DEIXO NAS MÃOS DE DEUS”

Pela fé em Deus e esperança em uma Justiça divina, a mãe de Samuel se diz conformada com a falta de identificação dos autores do homicídio. “Deixo nas mãos de Deus, porque sei que ele vai resolver e a vida segue. Acredito que os responsáveis um dia pagarão pelo que fizeram. Meu filho não vai mais voltar, então só quero o atestado de óbito, que é meu direito”, afirma.

 

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