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Polícia

Criminoso morto após manter costureira refém em Dois Irmãos tinha histórico de violência contra as mulheres

10/03/2023 - 14h29min

Atualizada em 15/03/2023 - 10h55min

Carlos Eduardo da Costa fez uma mulher refém e foi morto pela Brigada Militar, que salvou a vítima.

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – Foi identificado como Carlos Eduardo da Costa, 33 anos, o homem morto após manter uma mulher refém numa empresa na noite de quinta-feira (9). Ele é natural de Novo Hamburgo, onde morava, e trabalhava em São Leopoldo. 

Histórico de violência contra as mulheres – em diversos relacionamentos

A investigação está sendo feita pela Delegacia de Polícia Civil de Dois Irmãos. De acordo com o delegado titular Felipe Borba – que foi ao local do crime logo após o ocorrido, o caso está sendo tratado como tentativa de feminicídio. A polícia aguarda o laudo da necrópsia para ouvir algumas testemunhas do fato.

Carlos Eduardo da Costa, 33 anos, já torturou mais mulheres

 

Conforme Borba, desde fevereiro de 2014 até março deste ano ele já somava três registros de violência contra as mulheres e, todas elas, com certo requinte de crueldade.

Trancou a namorada num quarto em 2014

Em 2014 ele chegou a trancar a então namorada num quarto após ela pedir o término do relacionamento. No registro, a vítima relatou à polícia que Carlos tinha dito que só sairiam de lá mortos. Ela conseguiu escapar com a ajuda de outras pessoas. Mas, mesmo assim, ele permaneceu perseguindo ela, ameaçando por telefone e dizendo que iria até o trabalho dela.

Agrediu com tapas, socos e mordidas em 2020

Em 2020, outra vítima. As agressões também aconteceram por ele não aceitar o fim do namoro. Na época, a vítima disse para a polícia que chegou a ser sequestrada por Carlos e mantida em cárcere privado. Ele a teria agredido com tapas, socos e mordidas.

Armado com facas, amarou a ex numa cadeira, tapou a boca e cheirou cocaína na frente dela

A ex-namorada que ele tentou matar na semana passada é de Dois Irmãos. Eles estariam num relacionamento desde maio de 2022 e foram morar juntos em janeiro deste ano.

A mulher, no entanto, teria pedido o fim do relacionamento em setembro do ano passado, mas, mais uma vez, Carlos seguiu seu histórico e não aceitou o fim.

No dia 3 de março ela registrou uma ocorrência contra ele, afirmando que Carlos estava alterado, que tinha gritado com ela e, enquanto fazia a denúncia, recebeu uma foto dele armado. Ela solicitou medida protetiva de urgência que foi deferida no dia seguinte.

Durante o registro, a vítima relatou o que aconteceu quando pediu o término no final do ano passado. Afirmou que ele foi até a casa dela armado com duas facas, entrou, a amarrou em uma cadeira e lhe tapou a boca com fita adesiva.

Não bastando ficou na frente dela cheirando cocaína, ficando ainda mais descontrolado, a tal ponto de falar da sua história – em que disse que já tinha agredido outras namoradas quando elas queriam dar um fim ao relacionamento. Teria dito, tal qual nas vezes anteriores, que não sairiam vivos daquele local.

Por medo dele e de tudo o que poderia fazer, tanto para ela, como para as pessoas do seu convívio, decidiu manter a relação.

Montou uma armadinha para mata-la quando chegasse em casa

Com o pedido de medida protetiva de urgência deferido no sábado (4), a vítima solicitou apoio da Brigada Militar na segunda-feira (6) para ir até a casa e buscar seus pertences.

Ao chegarem no local e abrirem a porta foram surpreendidos por uma armadilha mortal: Carlos havia colocado fios desencapados na fechadura da porta principal, e conectando-os à eletricidade.

Colocou os fios desencapados na fechadura da porta (FOTO: Brigada Militar)

Quem abriu a porta, no entanto, foi um policial militar. Por sorte o disjuntor havia destravado e ninguém ficou ferido.

Na casa, a mulher deu falta de objetos pessoais, além do gato de estimação.

A Brigada Militar levou o fato à Delegacia e, de acordo com o delegado Felipe Borba, na quarta-feira (8) foi solicitada a prisão preventiva de Carlos.

A solicitação foi aceita pelo Poder Judiciário na quinta-feira (9) às 18h05, pouco mais de meia hora antes do homem invadir a loja e fazer outra mulher de refém.

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