Estanciense morta em NH foi assassinada “na frente” da filha de um ano

Estância Velha/Novo Hamburgo – Um crime cruel e ainda com motivação desconhecida, está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo. Na noite de sábado, às 21 horas, a jovem Franciele Kehl Weiland, 17 anos, natural de Estância Velha, foi assassinada na rua Boston, bairro Santo Afonso.

O crime, que tem investigação mantida em sigilo, é tratado inicialmente como homicídio doloso, uma execução. Franciele havia se mudado para o apartamento na última quarta-feira, dia 31, junto da filha de apenas 1 ano e 5 meses. No momento em que abria a porta para sair de casa, foi surpreendida pelo atirador, que descarregou a arma em seu corpo.

O autor foi visto adentrando ao prédio e se dirigindo até o 3º andar, onde morava a jovem. Segundo testemunha, era um homem moreno. No interior do apartamento, a vítima foi encontrada caída ao lado da cama, no quarto. O corpo foi localizado com dois estojos de armas de fogo.

Franciele foi sepultada na manhã de segunda-feira, no Cemitério Municipal de Estância Velha. Até a semana passada, antes da mudança para Novo Hamburgo, ela residia no bairro Sol Nascente, na casa de uma ex-cunhada.

EXECUTADA “NA FRENTE” DA FILHA

Além da crueldade empregada pelo autor do crime, que assassinou Franciele com tiros de arma de fogo, sem chances de defesa, outro fator que demonstra ainda mais a frieza e torna o caso ainda mais perverso, é o fato de que o homicídio foi cometido praticamente na frente da filha da vítima.

Embora muitas das informações relativas à dinâmica do crime se mantenham em segredo, para que as investigações não sejam prejudicadas, a presença da menina no interior do apartamento foi confirmada por familiares. Apesar de estar no local, a criança, felizmente, não foi ferida.

Franciele e o pai da menina já não estavam mais juntos. Atualmente, ela era companheira de outro indivíduo, que se encontra preso. O ex e pai de sua filha, também seria um ex-presidiário, mas que atualmente estava solto. Apesar do envolvimento dos dois com o mundo do crime, não há informações de que o assassinato tenha alguma relação com os homens.

ADOLESCENTE COM VIDA ADULTA

Apesar de ainda com idade adolescente, Franciele já levava uma vida de adulta. Atualmente com 17 anos, além de ser mãe, era independente da família e recebia auxílio. Para se sustentar, também trabalhava em boates e “bicos” como garota de programa.

Era órfã da mãe, que faleceu no ano passado, mas tinha três irmãos. Um adolescente de 15 anos e outros dois, ainda pequenos, frutos de um novo relacionamento de seu pai, que vive em Tramandaí. Segundo uma familiar, Franciele tinha mais proximidade com uma tia, pela qual foi criada.

Com a morte da jovem, ainda não há uma definição sobre o futuro da filha. A situação está em ação judicial, para definição do destino da criança. A tendência é de que ela fique com algum familiar paterno, possivelmente o avô ou com a tia que criou Franciele.

“ERA UMA MENINA MARAVILHOSA”

A recente mudança para Novo Hamburgo, para uma vida ainda mais independente, causava diferentes sentimentos para a estanciense. De um lado, a felicidade de morar sozinha, em um “bom apartamento”, como descrevem familiares. Por outro lado, ela chegou a relatar que estava se sentindo sozinha.

“Ela tinha seus problemas, mas era uma menina maravilhosa. Não tem como falar sobre ela e não chorar. A gente conversava bastante, ela me pedia conselhos sobre brigas, sobre amor. É uma dor que nunca vai passar”, descreve a familiar, que prefere não se identificar.

Para a parente, uma das coisas mais complicadas será a criação da filha, deixada por Franciele. “Vai ser muito difícil olhar para a filha dela e pensar que esta criança vai crescer mãe. Só queremos justiça. Deus é grande, eu confio muito nele e tenho certeza que a polícia vai fazer sua parte”, conclui.