Ex-presidente de Associação Estudantil de Nova Petrópolis é denunciado por desviar mais de R$ 500 mil

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou o ex-presidente da Associação dos Universitários de Nova Petrópolis (AUNP), Hiago Michael Polese, de 21 anos, por envolvimento em um esquema que desviou mais de R$ 500 mil da entidade entre os anos de 2021 e 2025. Também foram denunciados uma ex-auxiliar administrativa e um advogado, que teriam atuado em conjunto com o jovem na fraude.

COMO FUNCIONAVA O DESVIO

A denúncia, apresentada na quinta-feira, 6 de novembro, pela promotora de Justiça Ana Flávia Rezende, aponta que o grupo utilizava documentos falsos, plataformas digitais e manipulação contábil para ocultar valores subtraídos da associação, responsável por custear o transporte de estudantes de Nova Petrópolis para universidades em outras cidades.

Segundo o Ministério Público, Polese, que gradualmente assumiu funções estratégicas e operacionais na AUNP, teria utilizado empresas próprias e contas digitais para simular serviços e justificar transferências indevidas. Apenas neste ano, o trio teria desviado cerca de R$ 430 mil.

O ex-presidente está preso desde o dia 19 de setembro, após ter a prisão preventiva decretada no dia 11 do mesmo mês. A ex-auxiliar administrativa, contratada por ele e com acesso direto às contas da associação, é acusada de falsificar comprovantes e colaborar em saques sem cartão. Já o advogado denunciado teria emitido recibos falsos para justificar serviços não prestados e ocultado o principal acusado após a expedição do mandado de prisão.

ESQUEMA ESTRUTURADO E ARTICULADO

Conforme a promotora Ana Flávia Rezende, as ações dos denunciados demonstram um esquema estruturado e contínuo. “O ex-presidente denunciado criou uma estrutura criminosa voltada à dilapidação do patrimônio da associação, que é uma entidade privada, sem fins lucrativos, responsável por fornecer transporte para estudantes de Nova Petrópolis que precisam se deslocar para outras cidades”, afirmou.

Se a denúncia for aceita pela Justiça, os três se tornarão réus e poderão responder por associação criminosa, falsificação de documentos e apropriação indébita, entre outros crimes.