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Polícia

Idoso que matou Cleiton é indiciado por homicídio em Santa Maria do Herval

21/06/2022 - 19h20min

Atualizada em 21/06/2022 - 22h35min

Faca que foi apresentada pelo autor no dia do depoimento (Créd. Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer 

Santa Maria do Herval – Após o recolhimento de provas, depoimentos, e com o resultado da perícia, a Polícia Civil concluiu – no final de maio –, o inquérito sobre o homicídio de Cleiton Vinicius Rothe, 20 anos, que ocorreu no dia 5 de março deste ano em Boa Vista do Herval.

O procedimento foi encaminhado para o Ministério Público no início de junho. O autor de 66 anos foi indiciado por homicídio doloso, pois, de acordo com o delegado Eduardo Hartz, não foram encontrados indícios o suficiente que apontem para legítima defesa.

Corpo de Cleiton ficou deitado na frente da casa do morador. Ele morreu aos 20 anos (Créd. Cleiton Zimer / arquivo pessoal)

Como tudo começou

Segundo a Polícia Civil, relatos de testemunhas dão conta de que os dois trabalharam até próximo ao meio-dia daquele sábado – em locais distintos. O idoso teria ido para casa almoçar e Cleiton ido até uma lavagem onde se reuniu com amigos.

Em torno de 15h45 o indiciado teria saído de casa para fazer compras em uma agropecuária. Cleiton teria ficado na lavagem até 16h e, depois, ido até ao mesmo local.

Conforme apurado no inquérito, testemunhas teriam dito que Cleiton teria chegado ao local visivelmente embriagado e alterado. Ao se deparar com o indiciado, teria começado a encarrá-lo e tomado uma postura agressiva.

O idoso teria, então, saído de lá com seu carro (um VW Gol branco) e ido até um mercado próximo. O inquérito diz que ao retornar do mercado viu que estava sendo seguido pelo veículo dirigido por Cleiton (um VW Gol preto). Então, teria acelerado e fugido, mas continuou sendo perseguido até a frente da sua casa.

O que aconteceu na casa, conforme o inquérito

 A partir deste momento os dois estariam sozinhos na casa do idososem testemunhas. Através da análise da cena do crime e do depoimento indiciado, a polícia identificou a seguinte dinâmica:

O morador teria chegado em casa e o jovem encostou logo atrás, derrapando e até colidindo na traseira do carro do idoso. Cleiton teria saído do carro indo até o veículo do morador que, ao sair, teria levado uma rasteira e acabou por ser jogado contra um muro baixo, se apoiando sobre os cotovelos.

Após isso o morador teria se desvencilhado e entrado em casa e, Cleiton, o seguido. Em depoimento, o idoso disse que pegou uma faca e avisou para ele não vir. Porém o rapaz teria avançado e neste momento o golpeou no pescoço, em um corte horizontal descendo do lado esquerdo para o direito. Cleiton não teria parado a agressão mesmo assim e, ao avançar novamente, foi golpeado mais uma vez, mas agora na barriga e logo teria caído sem vida.

Logo após o pai e irmão mais velho de Cleiton teriam chegado ao local. Viram a cena do crime e foram buscar ajuda. O morador fugiu. A Brigada Militar foi acionada e imediatamente foi ao local e não localizaram o autor.

Corte na barriga foi

a causa da morte

De acordo com o laudo de necrópsia elaborado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), a morte de Cleiton se deu por choque hemorrágico consecutivo à lesão de grandes vasos do abdômen, por ação de instrumento perfurocortante. A faca utilizada no crime foi ajuntada por um familiar do indiciado e apresentada na DP no dia do depoimento dele.

Toxicológico

O exame toxicológico apontou que Cleiton estava alcoolizado – fora isso, não havia indícios de outras drogas em seu organismo.

Motivação

Indagado pela polícia sobre o motivo da raiva de Cleiton, o indiciado declarou não saber o que poderia tê-lo motivado a perseguir ele até a sua casa. O inquérito destaca, porém, que há relatos que o idoso implicava com o irmão de Cleiton, o que poderia ter causado um sentimento de revolta na vítima, fazendo-a tomar as dores para si.

Fugiu e se apresentou na terça-feira

O morador, indiciado pelo homicídio, fugiu do local do crime e se apresentou na terça-feira seguinte, dia 8, acompanhado de um defensor. O depoimento durou cerca de uma hora e meia e, após, ele foi liberado e responderá em liberdade.

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