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Polícia

Investigação iniciada em Estância Velha leva à operação que prendeu 24 e deixou policial baleado nesta manhã

05/08/2025 - 07h07min

Operação acontece nesta manhã de terça-feira em diversas cidades do RS (FOTO: Polícia Civil)

Uma prisão em flagrante por porte ilegal de arma de fogo em Estância Velha, no ano passado, foi o ponto de partida de uma investigação que resultou, nesta terça-feira (5), em uma grande ofensiva contra o crime organizado no Estado.

Batizada de Operação Shotgun, a ação da Polícia Civil cumpriu 38 mandados de prisão preventiva e 39 de busca e apreensão em Porto Alegre e na Região Metropolitana, e teve como alvo uma quadrilha especializada no tráfico de armas, drogas e veículos roubados — muitos deles negociados de dentro do sistema prisional. Um inspetor da Polícia Civil foi baleado durante o cumprimento dos mandados.

Segundo o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), a partir da prisão em Estância Velha foi possível rastrear um esquema criminoso que se espalhava por diversas cadeias do Estado. Presos coordenavam a venda de armas de alto poder de fogo — como fuzis e pistolas adaptadas para disparos automáticos — com o apoio de pessoas em liberdade, responsáveis por fazer as entregas, coletar pagamentos em dinheiro, drogas ou até veículos, e manter o grupo em operação.

De acordo com o delegado Alencar Carraro, diretor de investigações do Denarc, os criminosos atuavam de forma articulada em várias cidades, inclusive dentro de presídios da Região Metropolitana e do Interior.

— As medidas cautelares em andamento visam o angariamento de outras provas para fins de responsabilização criminal de todos os envolvidos, especialmente as lideranças do narcotráfico no Estado — explicou Carraro.

Quadrilha compartilhava vídeos de armas e alterava veículos para despistar polícia

O delegado Wesley Lopes, responsável pela investigação, afirma que a quadrilha utilizava aplicativos de mensagens para compartilhar vídeos e imagens dos armamentos com potenciais compradores. As conversas também traziam orientações para evitar a identificação por parte da polícia, como a troca constante de carros e placas utilizados nas entregas.

Além das armas, o grupo comercializava drogas como maconha e ecstasy, caracterizando também envolvimento no tráfico de entorpecentes sintéticos. A Polícia Civil divulgou imagens do material apreendido, incluindo armamentos, munições, tabletes de maconha e comprimidos de ecstasy.

Entre os alvos dos mandados de prisão estão suspeitos de desempenhar diferentes funções na estrutura da quadrilha. A expectativa é de que as buscas também resultem na apreensão de mais armas, drogas e veículos.

Policial baleado durante operação

Durante o cumprimento dos mandados, um inspetor da Polícia Civil foi baleado. Até o momento, não foram divulgadas informações oficiais sobre seu estado de saúde. A corporação ainda não detalhou as circunstâncias do disparo.

 

 

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