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Polícia

Irmão é indiciado por mandar matar professora aposentada em Lindolfo Collor

12/05/2023 - 10h51min

Atualizada em 12/05/2023 - 14h47min

Lindolfo Collor/Ivoti – Uma vida ceifada de forma precoce, brutal e injustificável. Desde a tarde do dia 30 de dezembro de 2021, familiares, amigos, ex-alunos e a comunidade em geral aguardam para saber quem matou a professora aposentada Maria Soli Schneider, no interior da 14 Colônias, em Lindolfo Collor. É o que a reportagem do Diário revela, hoje, com exclusividade.

A Polícia Civil, através da Delegacia de Ivoti, concluiu há poucas semanas a investigação do homicídio. O inquérito foi remetido ao Ministério Público que, através promotoria de Ivoti, terá de apresentar – ou não – denúncia à Justiça.

Com provas robustas, imagens, depoimentos e uma série de constatações, os investigadores conseguiram chegar a um desfecho injustificável: a instalação de uma cerca na propriedade em que residia Soli, foi a “gota d’água” de uma desavença antiga com o único irmão, que o levou a encomendar a morte da própria irmã.

O mandante

Em um tempo em que raros eram os crimes na região e, consequentemente, haviam poucos policiais, Reinoldo Jacó Schneider era um dos mais conhecidos por defender a comunidade da criminalidade. Desde pequeno morador da Encosta da Serra, trabalhou por aqui quando entrou para a Brigada Militar, há aproximadamente quatro décadas.

Tido como um homem de bem, simpático e bem-visto pelos moradores mais antigos, após meses de investigação, ficou identificado o papel de Jacó como mandante da morte de Soli. Embora não tenha tido o nome revelado pela Polícia Civil, por ser o único irmão homem da professora, a reportagem do Diário constatou se tratar dele um dos indiciados.

O atirador

Assim como Jacó, Adelino Fortuna Kehl, que reside em Novo Hamburgo, também ingressou na Brigada Militar há mais de quatro décadas. Foi na academia de polícia que os dois se conheceram e fizeram uma amizade que, depois de muitos anos sem contato, foi retomada meses antes do assassinato.

A trajetória dos dois, porém, viria a ser diferente logo após terem se conhecido. Ao contrário do amigo Jacó, Adelino não chegou a se tornar – efetivamente – policial. Foi expulso da BM ainda durante a academia e acabou parando do lado oposto à lei: se tornou criminoso. Tem diversos antecedentes e prisões por roubo, além de crimes como porte ilegal de arma e receptação.

A motivação

Embora não haja motivação para um homicídio, o fato que levou Jacó a encomendar a morte de Soli é, no mínimo, injustificável. Os dois não tinham uma relação próxima e, ao longo dos anos, pode-se dizer que havia evoluído para uma rixa.

Entre os motivos da desavença estava a divisão de terra na propriedade da família. Sem entendimento com o irmão, meses antes de ser assassinada, Maria Soli construiu uma cerca em volta de sua residência. E foi esta instalação o pivô da sua morte.

Em função da nova cerca, Jacó tinha apenas um pequeno espaço para conseguir cruzar a propriedade com o trator para a terra onde plantava. E esta foi a gota d’água para o aposentado, que resolveu encomendar o assassinato com seu antigo conhecido.

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