Polícia

Leandro confessa que matou Ladislau em Santa Maria do Herval

30/08/2022 - 13h14min

Atualizada em 30/08/2022 - 17h08min

Leandro ao lado dos seus advogados, Hilmar Derli Zamboni e Nelson da Silva Silveira (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval / Dois Irmãos – Ocorre nesta terça-feira, dia 30, no Fórum de Dois Irmãos, o Júri Popular de Leandro Arnold, 28 anos, acusado pelo homicídio do idoso Ladislau Cândido do Amaral, morto aos 70 anos no dia 6 de janeiro de 2021 a pedradas em uma pinguela da localidade de Padre Eterno Baixo. Os trabalhos iniciaram por volta das 10h, com a escolha dos sete jurados e posterior depoimento do réu, manifestação do Ministério Público e dos advogados. 

O Ministério Público, através do promotor Wilson Grezzana, sustenta a acusação do homicídio simples e, a defesa – através dos advogados Hilmar Derli Zamboni e Nelson da Silva Silveira – , concorda, mas busca atenuar a pena através da não imputação do crime de tentativa de homicídio contra um dos filhos. Além disso, Leandro também está sendo acusado pelo crime de porte de arma. Inicialmente, a acusação encaminhou a denúncia por homicídio qualificado – o que foi concluído no próprio inquérito da Polícia Civil. Porém, por decisão do Judiciário, será acusado somente por homicídio simples

Em seu depoimento inicial ao juiz Miguel Carpinejar, Leandro se apresentou como casado e, antes de ser preso, trabalhava como frentista em Santa Maria do Herval.

Miguel perguntou se são verídicas as acusações de que ele teria feito uso de pedras para matar Ladislau. Leandro respondeu que “uma parte sim, e uma parte não. Nós discutimos na pinguela, estávamos brigando e acertei um soco nele. Ele caiu, matei ele, me arrependo por isso, pelo erro que fiz. E a outra parte, quando saí da pinguela naquela hora, fiquei apavorado, não sabia o que fazer, estava desesperado. Aí pensei vou para casa”.

O juiz questionou sobre tentar matar o filho após o episódio na pinguela. “Nisso fui para casa, eu estava com minha motocicleta, e nisso o Antônio saiu do mato e veio contra mim. Aí eu estava com revólver e não quis matar ele, dei disparos e disse para ele ir para casa. Dai nisso aí, ele não quis ir e fui lá, estava a três/quatro metros de distância, uma distância curta, se quisesse poderia ter matado. Peguei a arma e dei disparos para cima, eu tinha munições de sobra. E eu não quis matar. Ele estava com um galão de gasolina e nisso dei um disparo e acertei a mão dele”, respondeu Leandro. 

Leandro disse que foi na residência das vítimas, que era perto da sua casa, cerca de 500 metros e que era a caminho, não tendo ido de forma intencional. “Depois fui para casa, não sabia o que fazer, e logo em seguida veio o policial. Eu estava sentando na entrada de casa, veio lá, me algemou e me levou para a delegacia”, disse o réu.

Leandro disse que entregou a arma ao policial, que estava com ela na hora que este veio.

O juiz questionou se ele tinha porte de arma e Leandro respondeu que não, que era do seu falecido do pai, que lhe deu de herança.

O juiz questionou como tinha acontecido o fato com Ladislau. “Isso até mexe bastante comigo, fico meio triste, porque antes disso sempre tinha uma vida tranquila, não tive nada antes, e aconteceu uma situação, uma briga, e infelizmente aconteceu. Diante desses fatos me sinto triste, mal”, afirmou, citando que não queria falar sobre isso.

O juiz questionou se tinha alguma desavença anterior contra Ladislau mas, ele preferiu não responder. Questionou também se tinha desavença com Antônio, o filho que levou tiro, mas também optou pelo silêncio.

Questionado pelo magistrado, Leandro informou que já estava com a arma de fogo no primeiro momento, no encontro com Ladislau na Pinguela, mas não a usou contra ele.

Leandro disse que tinha a arma há muitos anos, que o pai a usava para matar passarinhos. Disse que deu de cinco a seis disparos contra as vítimas.

Questionado sobre um dos jurados se o encontro na pinguela foi uma coincidência, ou, se estava procurando por ele, Leandro disse que o local faz parte do seu trajeto diário. Perguntou se sempre andava com a arma, e Leandro optou por ficar em silêncio.

Após, teve a manifestação do Ministério Público e a defesa. Em diversos momentos Leandro se mostrou emocionado e, durante todo o tempo se manteve de braços cruzados. Agora, há intervalo de almoço e, ainda nesta tarde deverá ser proferida a sentença.

Um dos filhos de Ladislau, o que levou o tiro na mão, está presente. Também há familiares de Leandro no Fórum.

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