Polícia
Mais de 50 facadas e traumatismo craniano: laudos revelam brutalidade no assassinato de mãe, bebê e adolescente em Esteio
A Polícia Civil de Esteio recebeu nesta segunda-feira (28) os laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) que detalham a brutalidade do triplo homicídio ocorrido na cidade. Os corpos da jovem Kauany Martins Kosmalski, de 18 anos, do filho dela, Miguel, de apenas dois meses, e do adolescente Ariel Silva da Rosa, de 16 anos, foram encontrados em 22 de julho, às margens do Rio dos Sinos.
Segundo o IGP, Kauany foi assassinada com mais de 50 facadas e teve um dedo decepado. Ariel também foi morto com golpes de faca, enquanto Miguel morreu por traumatismo craniano. Os laudos apontam sinais de luta e marcas de defesa em Kauany e Ariel, o que indica que tentaram resistir.
Os suspeitos e a motivação
Estão presos pelo crime o pai de santo Jocemar Antunes de Almeida, de 46 anos — apontado pela investigação como o pai do bebê — e a esposa dele, Belisia de Fátima da Silva, de 41 anos. Dois adolescentes, de 15 e 17 anos, também são investigados e foram apreendidos. Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido motivado por ciúmes, já que Kauany teria tido um relacionamento extraconjugal com Jocemar.
A delegada Marcela Smolenaars, responsável pela investigação, afirmou que diligências periciais ainda estão em andamento para esclarecer a ordem dos assassinatos. Um exame genético também foi solicitado para confirmar a paternidade de Jocemar em relação ao bebê.
Depoimento de motorista reforça tese de premeditação
Uma motorista de aplicativo que transportou Belisia e os adolescentes até a cena do crime relatou à polícia que os passageiros estavam exaltados e aparentando felicidade durante o trajeto. Segundo ela, Belisia chegou a afirmar: “Este será um dia muito feliz, vai mudar a minha vida para sempre” — o que reforça a suspeita de que o crime foi premeditado.
Dinâmica dos assassinatos
A versão apresentada por Belisia à polícia detalha que Jocemar teria levado Kauany, Ariel e o bebê até o local com o pretexto de beber vinho. Em outro carro, Belisia e os adolescentes chegaram com facas. A mulher teria atacado Kauany primeiro, e depois Jocemar matou Ariel.
Os corpos foram transportados no carro de Jocemar e abandonados em um bueiro às margens do Rio dos Sinos. A perícia localizou vestígios de sangue no veículo.
Imagens de câmeras reforçam os relatos
Na sexta-feira (25), a polícia obteve imagens de câmeras de segurança que corroboram o depoimento da motorista. As imagens mostram a chegada dos dois veículos ao local do crime e a movimentação de pessoas com características compatíveis com as descritas.
Defesa aguarda acesso ao inquérito
Os advogados de Jocemar e Belisia divulgaram nota informando que ainda não tiveram acesso integral ao inquérito policial, condição que consideram essencial para definição da linha de defesa. Reforçaram que atuarão com base técnica, respeitando a presunção de inocência e o devido processo legal.
