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Polícia

Ministério Público denuncia idoso acusado de matar Cleiton em Santa Maria do Herval

13/09/2022 - 18h50min

Atualizada em 13/09/2022 - 23h07min

Cleiton (detalhe) foi morto após uma discussão e de ir até a casa do morador em Boa Vista do Herval (Créd. Cleiton Zimer / detalhe – reprodução)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – O Ministério Público (MP) denunciou, no início de julho, o idoso de 66 anos acusado de matar Cleiton Vinicius Rothe, 20 anos, no dia 5 de março deste ano na localidade de Boa Vista do Herval. A denúncia já foi recebida pelo judiciário cujo processo, no momento, encontra-se em fase de citação do réu.

A Polícia Civil de Santa Maria do Herval concluiu o inquérito em junho indiciando-o por homicídio doloso. O caso segue sob segredo de justiça. A reportagem entrou em contato com a defesa do acusado que, devido ao sigilo imposto, não pôde falar sobre o caso – motivo pelo qual o nome também não pode ser informado.

Cleiton perseguiu o idoso

Com respaldo no depoimento de testemunhas, do próprio indiciado e também de familiares da vítima, no inquérito a Polícia Civil concluiu que Cleiton e o idoso se encontraram por volta das 16h daquele sábado em uma agropecuária do bairro.

Conforme apurado pela investigação Cleiton teria vindo visivelmente embriagado e alterado. Ao se deparar com o indiciado teria começado a encarrá-lo e tomado postura agressiva.

O idoso teria, então, saído de lá com seu carro (um Gol branco) e ido até um mercado próximo. O inquérito diz que ao retornar viu que estava sendo seguido pelo veículo dirigido por Cleiton (um Gol preto). Teria, então, acelerado e fugido, mas continuou sendo perseguido até a frente da sua própria casa – que fica a cerca de 2 km do local onde ocorreu o primeiro encontro.

Rapaz teria avançado sobre o morador mais de uma vez

Na casa os dois estavam sozinhos, sem testemunhas. Através da análise da cena do crime e do depoimento do indiciado, a polícia concluiu que Cleiton chegou logo atrás do idoso, inclusive colidindo na traseira do carro dele.

Conforme dito pelo acusado em depoimento, Cleiton teria saído do carro indo até o veículo dele e logo ocorreu uma luta corporal. O morador teria se desvencilhado e entrado em casa e, Cleiton, o seguido.

O idoso disse à polícia que pegou uma faca para se proteger e avisou para ele não vir. Porém o rapaz teria avançado e neste momento o golpeou no pescoço, em um corte horizontal descendo do lado esquerdo para o direito.

Cleiton não teria parado a agressão mesmo assim e, ao avançar novamente, foi golpeado mais uma vez, mas agora na barriga – o que causou sua morte devido ao choque hemorrágicoe logo caiu sob o chão

Logo após o pai e irmão de Cleiton teriam chegado ao local, pois foram avisados que Cleiton teria ido naquelas imediações. Viram a cena do crime e foram buscar ajuda. O idoso fugiu e se apresentou na terça-feira seguinte, dia 8, acompanhado de um defensor e com a suposta faca usada no ato. O depoimento durou cerca de uma hora e meia e, após, ele foi liberado e segue respondendo em liberdade.

Suposta faca usada pelo idoso foi entregue no dia em que se apresentou na DP (Créd. Cleiton Zimer)

Possíveis provocações

Indagado pela polícia sobre o motivo da suposta raiva de Cleiton, o indiciado declarou não saber o que poderia tê-lo motivado a perseguir ele até a sua casa. O inquérito destaca, porém, que há relatos que o idoso implicava com o irmão de Cleiton, o que poderia ter causado um sentimento de revolta na vítima, fazendo-a tomar as dores para si.

O exame toxicológico apontou que Cleiton estava alcoolizado – fora isso, não havia indícios de outras drogas em seu organismo.

O inquérito redundou com o indiciamento pois, de acordo com o que foi dito na época pelo delegado responsável, Eduardo Hartz, não foram encontrados indícios o suficiente que apontem para legítima defesa.

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