Polícia

Mulher presa no Kerb matou estanciense em Novo Hamburgo

03/05/2023 - 15h33min

Estância Velha – O assassinato do estanciense João Victor Friedrich de Oliveira, que gerou grande repercussão no Estado em março de 2021, teve novos desdobramentos no final da semana passado, com a prisão de uma mulher de 20 anos, durante o Festival de Kerb. Ele foi morto dentro de um apartamento da rua Marcílio Dias, em Novo Hamburgo.

A jovem foi identificada através do sistema de reconhecimento facial, instalada no interior do evento. A prisão foi efetuada pela Brigada Militar na noite de sexta-feira.

O crime pelo qual a jovem foi condenada aconteceu quando ela ainda era menor de idade e, por isso, ela deverá ser encaminhada à Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase). Ela foi condenada há três anos de internação.

Morto por sogros e namorada

Conforme as investigações, o assassinato do estanciense foi premeditado. João Victor, na época com 32 anos, era sócio de um dos denunciados e namorava a filha dele (a jovem presa nesta semana), de 16 anos. O pai e a mãe da adolescente adquiriram um carro e inseriram nele placas clonadas. Esse mesmo automóvel foi utilizado para levar o corpo, e foi encontrado queimado dois dias depois na Estrada do Luizinho, em Portão.

Os denunciados teriam aproveitado uma briga entre os namorados para matar a vítima. Na madrugada de 6 de março de 2020, entre 3h30 e 4h, o sogro e um segundo comparsa dirigiram até a residência onde estava João Victor, a sogra e a namorada, e foram por ele recebidos na garagem. Já dentro do apartamento, os dois homens e a adolescente atiraram contra João Victor, que estava desarmado e foi atingido por tiros enquanto estava de costas.

Vizinhos ouviram os disparos e chamaram a Brigada Militar, que prendeu em flagrante a sogra da vítima enquanto preparava a fuga dela e da filha. Ela foi presa dentro de um carro, com malas grandes, enquanto que a jovem estava ainda no apartamento.

Na época, segundo o entendimento do Ministério Público, o crime foi cometido para garantir que os denunciados ficassem com o dinheiro que acabou sendo apreendido e como “queima de arquivo”. O sogro da vítima foi o responsável pela articulação do crime e por providenciar as armas e munição, além de retirar o corpo do local e o levar até onde foi enterrado.

R$ 2,1 milhões

Na cena do crime e após cumprimento de mandados de busca, foram apreendidos cerca de R$ 2,1 milhões (em moeda nacional e dólares), vários veículos utilizados para possível fuga, drogas, armas e munições, 118 celulares e chips, além de coldres, porta algemas e vestimentas da Polícia Rodoviária Federal. Também foram encontradas 30 placas de veículos (algumas com identificação da Câmara dos Deputados e do Senado), lacres de placas e documentos falsos.

Fuga da Delegacia

Além de todas as circunstâncias e mistérios que envolveram o crime, a fuga do sogro do estanciense, de dentro da Delegacia de Novo Hamburgo, também ajudou o caso a ter grande repercussão. Sandro da Silva Miotti, conseguiu escapar de um corredor da Delegacia de Homidíos, onde aguardava para ser interrogado, apenas três horas após ser preso. Ele acabou capturado novamente alguns dias depois, em Santa Catarina.

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