O que está por trás dos 104 explosivos encontrados espalhados por Ivoti

BRIGADA MILITAR REALIZOU A APREENSÃO NA SEXTA-FEIRA

IVOTI

GUILHERME SPERAFICO

Desde o final da manhã até o final da tarde de sexta-feira, uma ocorrência que iniciou no bairro União e depois se espalhou por outros pontos do município, mobilizou as forças de segurança. Uma grande carga de explosivos, detonadores e cordéis para detonação foram localizados e apreendidos pela Brigada Militar.

Uma unidade do esquadrão antibombas do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) esteve em Ivoti para fazer a apreensão do material. Inicialmente, ele foi encontrado no meio da vegetação, em uma área esma da rua Azaléia. Depois, cordéis e detonadores foram encontrados em uma casa nas proximidades.

Além do bairro União, foram realizadas diligências na localidade Picada Feijão, onde outros materiais também foram localizados em uma área que a mesma empresa realizou detonações.

Cinco pessoas foram detidas pela Brigada Militar e conduzidas à Delegacia para prestar depoimento. Elas foram ouvidas e liberadas, mas as investigações continuarão sendo realizadas pela Polícia Civil para identificar o porquê de o material ter sido deixado nos locais.

CASA PODE TER SIDO USADO PARA DESVIO DE MATERIAIS

Ao todo, durante o registro da ocorrência, foram apreendidas 104 emulsões de 120g (explosivos usados em terras e pedreiras), totalizando mais de 12 kg. Além disso, foram encontrados 37 espoletopins sem espoleta de 1,20m, 3 espoletopins improvisados (conjunto de espoleta com estopim), 3 pedaços de tubo de choque para retardo e 7 metros de cordel estopim, todos materiais usados para a detonação.

Um dos pontos que está sendo investigado pela Polícia Civil, é o fato de uma casa ter sido alugada, supostamente pelos funcionários da empresa, no bairro União. No local, foram encontradas a maior parte dos cordéis de detonação apreendidos. De acordo com o delegado Fábio Motta Lopes, o objetivo da polícia é entender se a residência foi alugada com anuência da empresa para uso, ou se os próprios colaboradores fizeram a locação com outra intenção. Segundo o delegado, a polícia trabalha, inclusive, com a possibilidade de que os materiais apenas tenham sido esquecidos, em um lapso dos funcionários.

Apesar de não ser confirmada pelos investigadores, há também a hipótese de que a residência possa ter sido alugada justamente para que materiais pudessem ser desviados, escondidos e, depois, retirados para venda ilegal.

FUNCIONÁRIOS BUSCARAM MATERIAIS “ESQUECIDOS”

Durante as buscas realizadas pela Brigada Militar local e pelo BOPE, materiais foram encontrados dentro uma vala lateral à rua, em meio às pedras, em um ponto que a empresa realizou detonações recentemente. Uma máquina da Prefeitura chegou a ser acionada para movimentar as pedras e a terra, para que houvesse recolhimento.

Durante a diligência, moradores das proximidades se dirigiram até os policiais e relataram que viram um homem chegar e parar no local, com um carro que já era utilizado por funcionários da empresa durante a execução da obra. Ele foi visto recolhendo um material no mato e saiu logo em seguida, depois de jogar algo no mato.

Em meio à vegetação, também foram encontrados cordéis usados na detonação. Os explosivos encontrados são específicos detonação em áreas de terra e pedreiras. Após a apreensão, o material foi levado para Porto Alegre, onde o BOPE realizou a detonação.

Materiais estavam dentro de uma sacola encontrada no meio do mato