Polícia

Polícia trabalha para descobrir quem matou Silvia Brito; veja o que se sabe sobre o caso

24/11/2022 - 10h34min

POR GUILHERME SPERAFICO

Estância Velha – A comoção gerada na comunidade estanciense com a notícia do assassinato de Silvia Regina Coelho de Brito, demonstra o quão grande será o desafio da Polícia Civil para desvendar o mistério: quem matou a empresária de forma tão cruel e covarde, com um tiro pelas costas, dentro da sua floricultura no fim da manhã de terça-feira?

Silvia era querida por todos, tida coma uma mulher boa e trabalhadora. As pessoas que conheceram e conviveram com a empresária, dizem não entender qual motivação alguém teria para tirar a vida dela. Não há informações de eventuais inimizades ou problemas que pudessem levar a tal atrocidade.

Desde a tarde de terça-feira, nas primeiras horas após o ocorrido, a Polícia Civil se mantém em silêncio, tentando proteger ao máximo qualquer informação que possa levar à autoria do crime. Responsável pelas investigações, a delegada Raquel Peixoto manteve a cautela ao tratar do assunto. “Nada foi levado, tudo estava no local, mas não descartamos nenhuma possibilidade. Trabalhamos com várias hipóteses. Descartamos apenas o suicídio”, disse na ocasião.

ESPECULAÇÕES

Um dos elementos fundamentais para o trabalho da Polícia Civil será o resultado da perícia feita pelo IGP – Instituto Geral de Perícias -, que deverá levar cerca de um mês para ser concluída. Entretanto, as investigações não ficarão paradas e diversas outras provas serão utilizadas para elucidar o caso.

Apesar do silêncio e da cautela, a delegada Raquel Peixoto havia adiantado que diversas pessoas foram ouvidas e que imagens de câmeras começaram a ser buscadas logo após o crime, para ajudar nas investigações.

Se, por um lado, há o cuidado da polícia em resguardar os indícios e definir de forma oficial uma linha de investigação, entre a comunidade são grandes as especulações. Nos primeiros minutos após o assassinato, assim que o corpo foi encontrado, a primeira notícia a circular dava conta de que Silvia havia sido vítima de latrocínio – ou seja, um roubo seguido de morte. Contudo, há outras possibilidades mais prováveis que não estão sendo divulgadas.

Pelas características levantadas na cena do crime, uma destas principais hipóteses é a execução – homicídio:

  • Não havia nenhum sinal de luta (floricultura estava intacta);
  • Silvia levou um tiro a queima roupa;
  • O tiro foi dado pelas costas, apresentando um elemento surpresa;
  • Nada foi roubado do local.

Apesar dos indícios, qualquer hipótese levantada não passa de mera suposição. Somente a Polícia Civil, diante das provas que estão sendo colhidas, poderá dizer qual foi a real motivação e quem foi o responsável por ceifar a vida da pacata empresária, que não fazia mal para ninguém.

FAMÍLIA ESTÁ MUITO ABALADA

O corpo de Silvia começou a ser velado na madrugada de quarta-feira e sepultado no final da manhã. As cerimônias mobilizaram a comunidade, levando muitos familiares, amigos, clientes e conhecidos às últimas despedidas da empresária.

O irmão João de Brito, diz estar sem chão pelo que aconteceu com Silvia. Não consegue acreditar que um crime cruel foi cometido contra uma pessoa que era tão bem querida pela comunidade e pelos familiares. “Não levaram carteira, dinheiro ou celular. Simplesmente, uma execução, sem chances dela se defender”, comenta.

Estes questionamentos ele diz fazer desde que recebeu a notícia, através de sua sobrinha. João estava na praia trabalhando. “Foi um abalo para toda a família e o que a gente mais faz nessa hora é questionar”. Para João, a resposta, embora o crime tenha sido recente, parece demorar uma eternidade. “Só queremos saber quem foi, precisamos de justiça”. João diz ainda não ter nenhuma informação e aguarda pela prisão dos envolvidos.

O irmão comenta ainda que a mãe de Silvia está muito abatida, pois era sua única filha mulher. “Imagina ter que enterrar a própria filha quando, normalmente, deveria ser o contrário. Ainda mais com uma morte tão violenta”, finaliza João.

O CRIME

Silvia era proprietária da Floricultura Esquina das Flores, localizada na Avenida Brasil, bairro União. Por volta das 11h30 de terça-feira, ela foi assassinada brutalmente com um tiro dado pelas costas, que acertou sua nuca e saiu pela testa.

O estabelecimento ocupa praticamente uma quadra e o corpo foi encontrado pelo atual companheiro dentro do único espaço coberto. Ela estava caída sobre uma poça de sangue. Abalado, ele pediu a um companheiro que chamasse por socorro.

Os Bombeiros chegaram a ser acionados, no entanto apenas puderam constatar a morte. Diante da situação, a Brigada Militar e a Guarda Municipal isolaram o local até a chegada da perícia.

Silvia estava com o atual marido há alguns anos. Anteriormente, foi casada por 29 anos com o pai de seu único filho, Anderson, de 30 anos. Era ele quem lhe ajudava nos afazeres da floricultura, entretanto, no momento do crime, a mãe estava sozinha no local.

Silvia era dona do estabelecimento há mais de 20 anos. Anteriormente, esteve em outro endereço, na mesma avenida, mas há algum tempo estava nolocal em que foi assassinada. No ramo da floricultura, era uma referência no município.

Era avó de duas crianças, que Anderson teve com sua falecida esposa. Atualmente, ele está casado com outra mulher, com quem espera mais dois filhos, gêmeos.

Copyright© 2020 - Grupo o Diário