Conecte-se conosco

Polícia

Preso por feminicídio em Nova Petrópolis quer se casar

01/03/2022 - 15h18min

Atualizada em 01/03/2022 - 17h29min

Fábio está preso em Caxias do Sul (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – Fábio Silva de Alvarenga, de 44 anos, está preso desde agosto do ano passado, acusado de ter matado a facadas Marli Salete Pinheiro Paes, de 41 anos, dentro da casa da vítima. Agora, ele busca uma transferência para Brasília, onde mora com outra mulher, e diz que quer se casar com ela.

O crime, que agora nega ter cometido, ocorreu porque Alvarenga era obcecado por outra mulher, vizinha de Salete. Em busca de informações sobre esta mulher, a qual eles tiveram um relacionamento e chegaram a morar juntos em Viamão e em São Paulo, Alvarenga pagou para que Salete tirasse fotos da ex e as enviasse para ele saber os passos dela, enquanto ele estava na capital paulista.

Após um tempo, decidiu ir para Nova Petrópolis e pessoalmente ir atrás da ex. Na ocasião foi preso por descumprir uma medida protetiva que ela possui contra ele. Solto três dias depois, e com seus pertences retidos na delegacia de polícia, o acusado buscou um local para ficar e acabou parando na casa de Salete. No meio da madrugada do dia 31 de julho para 1º de agosto, atacou a vítima pelas costas enquanto ela mexia no celular, e a atingiu com um golpe no pescoço, um na áxila, dois no abdômen e dois no rosto.

Em seu primeiro depoimento, no dia 19 de agosto, na delegacia de Nova Petrópolis, disse que fez isso num momento de raiva. Já no depoimento mais recente, ao juiz Franklin de Oliveira Netto, prestado na última quarta-feira, 23, negou a autoria e acusou uma outra amiga de Salete pelo crime. Esta amiga foi quem os apresentou.

Durante o depoimento, via videoconferência, Alvarenga não autorizou o uso de sua imagem (Créd.: Dário Gonçalves)

Envolvimento com outras mulheres

De acordo com o delegado Fábio Idalgo Peres, Alvarenga mantinha relacionamentos simultâneos com cinco mulheres, uma em cada estado. Uma delas é uma enfermeira em São Paulo e outra, com quem estaria há mais tempo, vive em Brasília e é ela que Alvarenga chama de esposa. “Eram relacionamentos explosivos, com discussões e bloqueios. Mas a obsessão dele era essa ex-mulher de Nova Petrópolis”, contou Peres.

Ao ter sido preso em Nova Petrópolis por descumprir a medida protetiva, foi para a esposa de Brasília que ele pediu para ligar. “Demostra muito bem a personalidade dele. Quando foi preso em São Paulo, ele estava com uma bolsa cheia de pertences femininos que não eram da Salete”, acrescentou o delegado.

Alvarenga tem três filhos menores de idade, frutos de um primeiro relacionamento, e, segundo ele, quem paga pensão é a mãe dele.

Desejo pelo casamento

Durante a audiência do dia 23, sua advogada não compareceu e Alvarenga dizia que sua esposa, a de Brasília, tinha o número para ligar para a defensora. O juiz questionou como ele conheceu a mulher de Nova Petrópolis e ele respondeu que havia sido via Facebook e que quis ajudar ela porque, segundo ele, ela sofria violência doméstica. Netto então quis saber porque, mesmo tendo uma esposa, ele largou tudo para ir atrás de uma mulher que ele não conhecia. “Quanto a isso, eu errei e me arrependo muito. Eu deixei a minha mulher no altar para vir atrás dela”, disse o réu.

O delegado Peres diz que desde que foi preso, ele fala em se casar com a mulher de Brasília e pede para que ela agilize isso o quanto antes. O policial comenta que Alvarenga busca essa união estável porque, assim, ele acredita que pode ter uma pena menor e ir para o sistema penal do Distrito Federal.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.