Conecte-se conosco

Cadernos

Uma carta que contradiz a existência do Veleiro Cäcília, mito fundante de Dois Irmãos

13/09/2019 - 17h58min

Atualizada em 14/09/2019 - 13h30min

Dois Irmãos – Convidado pela prefeita Tânia Teresinha da Silva para ser o patrono da 30ª Feira do Livro de Dois Irmãos, que acontece dos dias 6 a 10 de novembro, o pastor luterano, professor e historiador brasileiro Martin Norberto Dreher, apresenta uma nova teoria sobre o Veleiro Cäcília, a partir dos estudos que recebeu de um pesquisador alemão, chamado Friedrich F. Hüttenberger.

Martin foi anunciado como patrono da Feira do Livro no dia 9 de julho, pela prefeita Tânia da Silva, secretária de educação Denise Maria Maldaner, pela responsável pelo Departamento de Cultura, Thaís Backes, e pelas profissionais da Secretaria de Educação.(Créd. Assessoria de imprensa PMDI)

De acordo com Martin, Dois Irmãos sempre viveu a partir de uma história, mas essa história começa a ser relida com as descobertas de Hüttenberger que, ao procurar por seus parentes, encontrou uma nova carta. Esse documento traz uma perspectiva diferente ao até então conhecido Veleiro Cäcília, que é o mito fundante da cidade de Dois Irmãos e, sobre o qual, se constitui uma cultura religiosa que se perpetua por 190 anos, através das tradicionais comemorações do Kerb de São Miguel.

Martin é pastor luterano, professor e historiador brasileiro (Créd. Cleiton Zimer)

De acordo com as pesquisas apresentadas, e sobre as quais brevemente será lançado um livro, os imigrantes alemães, de fato, teriam enfrentado um naufrágio, mas não saíram do Porto de Bremen e, tampouco, embarcaram em um navio chamado Cäcília.

Ao se aprofundar em suas pesquisas, Hüttenberger, que é da cidade de Kaiserslautern – sul do estado da Renânia-Palatinado, na Alemanha, entra em contato com Martin.

Friedrich F. Hüttenberger iniciou a pesquisa sobre seus parentes

Helena & Maria

Martin conta que, até então, sempre escreveu sobre a história do navio Cäcília, embasado em uma carta de um imigrante chamado João Spindler e que, através desses artigos escritos, Hüttenberger entrou em contato. “Ele foi a procura de parentes e, pouco a pouco, conseguiu informações de pessoas que teriam migrado da Alemanha para o Brasil, encontrando uma nova carta e, através dela, conclui que na verdade, os imigrantes alemães saíram do Porto de Texel, em Amsterdam, e não em Bremen, na Alemanha, como conta a história. Descobre também que o navio em que eles embarcaram é chamado Helena & Maria, e não Cäcília, como até então se tinha conhecimento”, explica.

De acordo com Martin, Hüttenberger descobriu outra tragédia nesse processo de migração, que separou pelos menos 10 famílias. Dois barcos teriam partido para o Brasil. O maior deles – o Helena & Maria, que naufragou – saiu antes. Já o segundo veleiro, Alexander, teria saído dois meses depois, indo direto para o Rio de Janeiro sem maiores incidentes, e esses imigrantes teriam se assentado em Santo Amaro, na Grande São Paulo.

“A história verdadeira em si não existe, a gente procura se aproximar dos fatos, principalmente quando não fomos testemunha ocular do aconteceu. Pois cada vez que alguém reconta a história para outros, acrescenta algo, colocando suas próprias impressões. É por isso que na história a gente não gosta muito de adjetivos e qualificativos”

 

A carta de Johannes Weber

Martin explica que nos contatos que Hüttenberger estabeleceu, encontrou parentes na cidade de Santo Amaro, na Grande São Paulo. “Ele descobre uma carta, e essa é importante para a reconstituição da história de um certo Johannes Weber, que, posteriormente, se torna professor em Dois Irmãos e que, inclusive, começou o primeiro livro de registros da Comunidade Evangélica do município”, disse Martin, afirmando que essa carta mostra a distância entre mito e realidade, entre história oral e documental, entre lembranças e esquecimentos, evidenciando que, quando a história é reescrita, sempre pode ser mais cruel que a realidade. “É por isso que na história a gente não gosta muito de adjetivos e qualificativos”, explica.

Como tudo começou

Martin conta que naquela época o governo brasileiro havia recrutado imigrantes, mas a Alemanha teria proibido a saída de pessoas para o Brasil através de portos alemães. “Os imigrantes contratados eram de duas regiões diferente da Alemanha, mas ao mesmo tempo, próximas uma da outra. Eles vinham das localidades do Vale do Rio Glan e do Vale do Rio Mosel”.

“Hüttenberger verificou que na noite de 6 para 7 de novembro de 1827, mais de 200 pessoas da cidade de Kusel, da região do Palatinado, se puseram a caminho de Amsterdam, na Holanda, através do Rio Reno, sem o conhecimento prévio das autoridades locais, vendendo os seus bens para financiar a viagem”, conta, explicando que, em geral, eram pessoas pobres, de baixa renda.

Uma tragédia antes mesmo do naufrágio

Martin explica que, através do Rio Reno, os imigrantes foram até o Porto de Texel, na cidade de Den Helder, que fica nos Países Baixos, em Amsterdam, no qual havia dois navios disponibilizados para a viagem ao Brasil. Um pequeno, chamado Alexander, no qual se encontravam os colonos do rio Klan, e outro maior, o Helena & Maria, no qual se encontravam os colonos do rio Mosela.

“Conforme a carta de Johannes, devido à demora para partir, os colonos católicos do rio Mosela começaram uma briga com os luteranos e com o capitão do navio, ameaçando joga-los no mar. O capitão então, se sentindo pressionado e sem saber o que fazer, ordenou que quem estivesse no navio menor deveria vir para o Helena & Maria”, explica Martin.

Famílias separadas

Conforme a carta de Johannes Weber, o navio Helena & Maria fica abarrotado de pessoas e, pior, ainda tinha gente em terra, o que ocasionou grandes tragédias, como a separação de pelo menos 10 famílias. “Primeiro, o capitão ordena que entrem mulheres e crianças, mas, de repente, o navio fica lotado e ele ordena que a embarcação parta, no dia 6 de janeiro de 1828. Isso ocasiona a separação de famílias, como um exemplo relatado na carta, do caso de uma família em que o pai e a mãe ficaram em terra e as crianças seguiram viagem no navio”, explica Martin.

CARTA QUE JOHANNES WEBER ENVIOU A SUA MÃE:

“Liesick, 20 de novembro de 1828
Temos um Deus que nos ajuda
E o Senhor, Senhor que salva da morte
Salmo 68 v.21
Inglaterra
Amadíssima mãe, e sogra, irmãos, cunhados e irmãs de cunhados, amigos e parentes, e todos os conhecidos. Segundo o verso acima mencionado quero dar-vos a conhecer, para que possais saber quão grandes coisas nos tem feito o Senhor. Pois, no último ano, a 18 de dezembro (…) novamente na Holanda vos escrevi de volta, como nos sucedeu de casa até ali. Agora quero dar-vos a conhecer como nos sucedeu de lá até aqui.
A 19 de dezembro de 1827 andamos no navio do capitão de Texel até o Mar do Norte na cidade de den Helder. Ali ficamos ancorados até 6 de janeiro de 1828. Aí partimos para o Mar do Norte, mas – infelizmente não em nome de Deus, mas em impropérios, maldições e juras, pois tínhamos todo o tipo de pessoas no navio.
O capitão tinha, pois, dois navios, um pequeno no qual se encontravam os colonos do rio Klan, e um navio grande de nome Maria Helena, no qual se encontravam os colonos do rio Mosela, cerca de 40 famílias.
Daí o capitão disse que todos os que se encontravam no navio pequeno deveriam ir para o navio grande com seus bens, pois dentro de uma hora partiríamos. E foi o que fizemos e levamos nossos bens para o navio grande, e nossas caixas tiveram que ficar em cima
p.2:
no navio, pois os do rio Mosela haviam começado grande briga conosco e com o capitão, pois diziam, vamos jogar o capitão com todos os luteranos na água. Mas nós não tivemos medo dessas pessoas, pois depositamos nossa confiança em Deus.
E os colonos moselanos pressionaram tão duramente o capitão que ele, de medo, não sabia o que fazer. Aí ele falou por megafone para o outro navio para que viesse rapidamente e tomou o navio grande e levou-nos para o Mar do Norte e o navio pequeno ficou parado e 10 famílias foram separadas, pois algumas estavam no navio pequeno e outras no grande e a maioria do rio Klan ficou para trás na Holanda e fiquei sabendo que partiram para o Brasil a 22 de março com um navio holandês e que todos chegaram bem em Rio Schenero. Foi assim que saímos no dia 6 no Mar do Norte e no dia 7 passamos entre a França e a Inglaterra, foi aí que vi a região da Bretanha, no dia 10 tivemos um pouco de tormenta até o dia 12 à tarde, às 4 horas a tormenta ganhou tal intensidade que o navio foi coberto por ondas. Isso persistiu até às 9 horas da noite, aí o navio começou a afundar porque o vento enfurecido da tempestade soprava; pensamos que nosso fim nas ondas do mar era certo…
p.3
(falta a primeira linha)                                  (não mais poder evitar.)
Nossa viagem de navio i…                           (a de encontro a seu fim inevitável)
pois viamo-nos                                                (já destinados a perecer)
e desejávamos uns aos outros                   (consolo e esperança para uma)
morte bem-aventurada,                              (mas isso era difícil, pois a gente)
não quer afogar.                                              (As ondas agora arrebentavam muito)
seguido no navio,                                           (sempre de novo pelo vento)
jogado ao alto. Agora se tornaram           (as ondas tão poderosas que)
a água não mais                                               (podíamos tirar do navio)
Os marinheiros o                                             (tentaram, mas em vão. Aí)
as ondas se                                                        (altearam sobre o navio)
e todos gritaram                                              (por auxílio e oraram a Deus)
pois a água s..                                                   (ubia sempre mais e nós orávamos:)
Tu me lançaste nas                                         (profundezas do mar. Salva-nos.)
Pela manhã, às 3                                             (horas deu-se estrondo potente)
e a superior p..                                                 (arte dos mastros quebrou. Os destroços)
sobre o con…                                                   (vês tudo destruíram. Teríamos)
sucumbido                                                        (todos, sem dúvida, aí)
fomos salvos                                                     (por um navio, que)
com um guin…                                                 (daste nos rebocou até Falmouth)
aí tivemos ain…                                               (da fortuna em nosso infortúnio, pois in-)
sistente e                                                           (fervorosamente havíamos orado. Minha carta)
de 14 de janeiro                                              (vocês talvez não tenham recebido)
porque o papel                                                (se perdeu. A 17 de março de 1828)
às 3 horas                                                          (o todo-poderoso Deus pequeno ne-)
tinho nos concedeu                                       (e solicitamos seu batismo aqui. Mas)
no mês de julho…                                           (infelizmente veio a falecer (?). Entrementes)
minha esposa e o Pe                                      (ter Schmidt encontraram trabalho. Ganham
toda semana 15 florins                                 (e por isso não carecemos mais do auxílio de estranhos
Espero que minha carta                                (desta vez chegue bem até vocês; permanecemos)
e vos saudamos t..                                          (odos muito cordialmente)
Escritas marginais:
  1. 1: mandem-me na carta um pouco de semente de tabaco.
Enderecem (a carta) ao capitão King, em Falmouth, na Inglaterra, via Amsterdam, via Londres. Essa pessoa é um bom amigo, e dentro da carta escrevam meu nome John Weber a bordo do Liesick.
  1. 2: Quando receberem a carta, não percam tempo e me respondam e enderecem ao capitão King em Falmouth.
p.3. Enviem-na (a carta) a Bosenbach e a Hachenbach e tratem-na comunitariamente.”

 

*CARTA QUE JOHANNES WEBER ENVIOU A SUA MÃE, TRADUZIDA POR MARTIN NORBERTO DREHER. A PAGINA 3 FOI RECONSTITUÍDA POR FRIDERICH HÜTTENBERGER, A PARTIR DAS PALAVRAS INICIAIS DE CADA LINHA*

 

Réplica do Veleiro Cäcília exposta na sala de reuniões da Prefeitura de Dois Irmãos. (Créd. Cleiton Zimer)

 

O naufrágio no Canal da Mancha

Martin conta que, de acordo com a carta de Johannes Weber, a parte do temporal que está inserido no mito fundante de Dois Irmãos realmente aconteceu. “Esse primeiro navio a sair, chamado Helena & Maria, se vê envolvido em um temporal na saída do Canal da Mancha, em 12 e 13 de janeiro, perdendo os mastros. Estando prestes a afundar, a embarcação foi salva por navio inglês Plover Packet, sob o comando do Capitão Edward Jennings”.

De acordo com o historiador, há registros de que Helena & Maria aportou em Falmouth, na Inglaterra, no dia 15 de janeiro de 1828, mas, novamente, faz uma correção à história. “Na lenda de Dois Irmãos, se conta que o capitão e os marinheiros, no meio desse temporal, abandonam o navio. De acordo com a carta de Johannes, isso não corresponde à realidade. Na verdade, eles permanecem no navio, até chegar nas costas inglesas. Sendo o próprio capitão que ordena o corte dos mastros, para não ser ainda pior”, conta, afirmando que na lenda de Dois Irmãos, tem pessoas do próprio navio que assumiram essa decisão, cortando, com uma machadinha, os mastros para derruba-los.

Um ano em Falmouth

Conforme conta a lenda, o navio naufragou, sendo rebocado até às costas inglesas.  “Eles ficam lá por praticamente um ano, e não quase dois anos como conta a lenda, até poderem embarcar novamente para o Brasil. Sendo assim, ficaram lá do dia 13 de janeiro de 1828 até dia 3 de janeiro de 1829. O Hüttenberger foi atrás e encontra a documentação lá na Inglaterra, inclusive dos mortos e de quem é sepultado, pois nem todos vão vir para o Brasil depois, alguns ficam lá”, conta Martin.

Santo Amaro

O segundo veleiro, chamado Alexander, partiu dois meses mais tarde, no dia 22 de março de 1828, chegando ao Rio de Janeiro sem maiores incidentes e, esses imigrantes, se assentaram em Santo Amaro, na Grande São Paulo.

 

Um ano depois acontece a viagem para o Brasil

Os sobreviventes do naufrágio tiveram que aguardar no porto de Falmouth até que houvesse possibilidade de novo transporte para o Brasil. “Helena & Maria passou por consertos, mas a repartição responsável pela segurança nos navios considerou que não tinha mais condições de enfrentar o mar”, conta Martin.

No final de outubro, o governo inglês financiou transporte dos náufragos ao Brasil. A “Royal Cornwall Gazette” de 6 de dezembro de 1828 registra a chegada do navio James Laing, providenciado pelo governo inglês, a Falmouth. Ele partiria a 3 de janeiro de 1829 rumo ao Rio de Janeiro, onde chegaria dois meses mais tarde. “Em sua maioria os náufragos do Hunsrück, dos vales do Mosela e do Glan foram transferidos para Porto Alegre”, afirma Martin.

Porto Alegre

A viagem do Rio de Janeiro para Porto Alegre foi feita com o barco costeiro Florinda, aportando em Porto Alegre no dia 13 de maio de 1829. Nos dias 14, 22 e 24 de maio os náufragos teriam chegaram à São Leopoldo. “Faltam-nos maiores informações a respeito do tempo de sua estada na sede da Colônia Alemã de São Leopoldo. Em Dois Irmãos, para onde boa parte dos ex náufragos seguiria, comemora-se, ainda hoje, sua chegada em 29 de setembro, mito fundante da cidade, mas também dos festejos do Kerb de São Miguel. Mitos fundantes nem sempre correspondem a fatos históricos e quando estudados recomendam algumas correções. Teriam eles, por exemplo, permanecido de maio a setembro em São Leopoldo? ” contesta Martin.

Martin conta que a história da imigração alemã no Rio Grande do Sul começou a ser escrita nas décadas de 1920 e 1930. “A motivação principal veio dos festejos em torno do centenário da imigração acontecidos em 1924.  Passados cem anos, memórias e tradições orais foram fixadas em textos. Dois deles, publicados em 1924, passaram a ser parte da construção do mito fundante de Dois Irmãos, de seu Kerb e da religiosidade da população católica local. Seus autores são Matthias Josef Gansweidt e Theodor Amstad. Desde Leopoldo Petry as versões de Gansweidt e Amstad vem sendo repetidas, acrescidas e divulgadas em diversos sites até os presentes dias”, disse o historiador.

Martin faz alguns apontamentos sobre o mito do Veleiro Cäcília

  1. “A história de Dois Irmãos e de seu Kerb anual, festejado a 29 de setembro, não está ligada a um navio designado de Cäcilia, cuja existência não está documentada na Europa, mas ao navio Helena & Maria”.
  2. “Sua partida da Europa não aconteceu a partir do porto de Bremen ou de Bremerhaven, mas a partir do porto de Amsterdam-Texel, como se depreende da carta de Johannes Weber e de jornais holandeses da época”.
  3. “Seu porto de acolhida na Inglaterra não é Plymouth, mas Falmouth, também confirmado pela carta de Johannes Spindler”.
  4. “O veleiro não foi abandonado pelo Capitão Kerstens e tripulação”.
  5. “Os mastros foram arrancados pelo temporal e não pela machadinha de Felipe Schmitz ou de Altmayer”.
  6. “Também não confere que os náufragos tenham permanecido por dois anos na Inglaterra, mas de 13 de janeiro de 1828 a 3 de janeiro de 1829; por quase um ano, portanto”.
  7. “O transporte dos náufragos ao Brasil foi feito com o James Laing, que partiu de Falmouth a 3 de janeiro de 1829”.
  8. “Os textos de Gansweidt e de Amstad, escritos em 1924, reduziram a história do grupo de emigrantes ao vale do Mosela e excluíram aqueles que saíram do vale do Glan e do Hunsrück, transformando a história de Dois Irmãos em uma história católico-romana. Será que essa redução não tem a ver com o processo de romanização da época?”
  9. “A redução também levou a que fosse excluída a sorte daqueles que não puderam embarcar no Helena & Maria, que foram separados de suas famílias e posteriormente assentados em Santo Amaro/SP”.
  • “Esquecido está o fato de que a atabalhoada partida de Amsterdam-Texel se deveu a briga de ordem confessional: “os do rio Mosela haviam começado grande briga conosco e com o capitão, pois diziam, vamos jogar o capitão com todos os luteranos na água”.
  • “Os acontecimentos do Helena & Maria (vulgo Cäcilia) não estão envoltos em piedade, mas “infelizmente não em nome de Deus, mas em impropérios, maldições e juras, pois tínhamos todo o tipo de pessoas no navio”.

 

CONFIRA ESSA E OUTRAS MATÉRIAS NO CADERNO DE 60 ANOS DE DOIS IRMÃOS QUE CIRCULOU NO DIA 10 DE SETEMBRO

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.