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Primeiro caso de gripe aviária no Brasil é confirmado no Rio Grande do Sul

16/05/2025 - 08h32min

Atualizada em 16/05/2025 - 08h33min

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, nesta sexta-feira (16), o primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Brasil. A detecção ocorreu em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e marca um ponto de atenção inédito para a avicultura nacional.

A suspeita foi atendida pela Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul na última segunda-feira (12), após relato de síndrome respiratória e neurológica em aves de um estabelecimento de reprodução. As amostras coletadas foram encaminhadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), que confirmou a presença do vírus H5N1.

Ações imediatas

Com a confirmação, as autoridades sanitárias isolaram a área afetada e eliminaram as aves restantes da granja. Também foi iniciado o protocolo de saneamento da propriedade, conforme o Plano Nacional de Contingência. Investigações estão em andamento em um raio de 10 km da área do foco, para verificar possíveis vínculos com outras propriedades.

Além disso, o governo federal já notificou organismos internacionais e parceiros comerciais do país sobre a ocorrência, como parte das obrigações sanitárias globais.

Segurança no consumo

Apesar da gravidade do caso para a produção avícola, o consumo de carne de frango e ovos segue seguro. O Mapa e a Secretaria Estadual de Agricultura reforçam que não há risco de transmissão da gripe aviária por meio da alimentação.

“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados”, declarou o Mapa em nota oficial.

O risco de contaminação humana é baixo e geralmente está associado a contato direto com aves infectadas, vivas ou mortas. Profissionais que lidam com a criação de aves, por isso, são o público de atenção especial.

Características da doença

Segundo o Mapa, a gripe aviária de alta patogenicidade se manifesta com alta taxa de mortalidade, de forma súbita, muitas vezes sem sinais prévios. Quando se manifestam, os sintomas incluem depressão intensa, sinais respiratórios e neurológicos, cianose e necrose em regiões como a crista e a barbela. A produção de ovos também é afetada, com deformações e mudanças de pigmentação.

No exame pós-morte, são observadas lesões internas graves, como edemas, hemorragias e necrose em diversos órgãos.

Outros casos sob análise

O Serviço Veterinário Oficial do RS também está apurando a morte de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, que permanece fechado para visitação. O resultado do sequenciamento genético dessas aves ainda não foi divulgado.

O caso em Montenegro acende um alerta sanitário e marca a necessidade de reforço nos cuidados de biossegurança em todo o setor avícola brasileiro.

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