Notícias

Produtor de Walachai ensina ao filho a importância da lavoura

01/03/2023 - 10h24min

Atualizada em 01/03/2023 - 10h30min

Adilson Hoffmann conta que seu filho Alisson sempre diz: “quando eu ficar grande quero dirigir o trator para ajudar”. Crédito: Hermes Reich

Morro Reuter – 

A gente incentiva, explica como tudo funciona na agricultura…”

A propriedade do agricultor Adilson Hoffmann, de 42 anos de idade, conta com 22 hectares localizados em Batatenthal, no bairro Walachai, em Morro Reuter, sendo que parte do total desta área é utilizada para o plantio de milho, cultivo de frutas, produção de hortaliças e verduras, além da produção de leite.


Entre tantas tradições dos imigrantes alemães, há uma delas que é motivo de orgulho para Hoffmann: a agricultura familiar. Desde que aprendeu com os pais como lidar com a terra, Adilson teve a missão de dar continuidade ao legado de ensinamentos e aprendizado na lavoura com o objetivo de garantir o sustento da família vencendo os desafios dos novos tempos.


“Na agricultura, o importante é trabalhar bem e não depender só de uma coisa. É preciso variar para poder sobreviver às dificuldades, como por exemplo, na pandemia de Covid-19 os insumos para a produção de leite eram muito caros. O que salvou-nos foi a Feira do Produtor e a venda no varejo, pois, caso contrário, teríamos de vender o maquinário”, conta Adilson.


O gosto pela lavoura foi herdado dos pais


Parte das terras que Adilson possui é herança da família. “Desde pequeno moro aqui. A gente plantava milho, batata, feijão e cultivava acácia. Naquela época era mais difícil trabalhar na terra, só tinha boi e cavalo e era tudo feito no muque. Não passávamos veneno na plantação, por isso, tinha que capinar tudo. Plantávamos para nosso sustento e para vender também.”


Atualmente, Adilson e sua mãe, de 70 anos de idade, fazem todo o serviço na lavoura. Apesar do trabalho árduo, o amor pela terra é maior. “Eu não troco o meu trabalho na lavoura por nada. Já tive outras opções de trabalho, mas sempre gostei do campo e dos animais. Às vezes é complicado, mas onde não é?”, argumenta Adilson.


Rotina de trabalho

 

Impressionante é a disposição de Adilson para o trabalho. Ele acorda às 4h da madrugada para alimentar as vacas, os terneiros e os bois. Depois, tem o tempo da ordenha das vacas. Feito isso, Adilson vai para a roça, onde trabalha até as 18h. A rotina de trabalho segue à noite tirando leite das vacas, serviço que só acaba por volta das 22h. Depois, já em casa, produz queijo até a 1h ou 2h da madruga.

Além disso, Adilson planta uma variedade de verduras, frutas, hortaliças e milho para silagem e grãos. “Tenho 33 bovinos e preciso alimentá-los. Também produzimos queijo para uma queijaria de Ivoti.”

 

A riqueza dos ensinamentos de família

 

Diante de boas atitudes e ensinamentos de vida, Adilson e Monia não medem esforços para mostrar ao filho o valor da agricultura que, segundo eles, já são receptíveis aos olhos do menino Alisson.

“O Alisson sempre diz: quando eu ficar grande quero dirigir o trator para ajudar. As coisas estão aí, e se ele quiser continuar a escolha é dele. A gente incentiva, explica como tudo funciona na agricultura, mas é ele que decide o rumo que quer tomar”, disse Adilson, que conta ainda que o filho está pegando gosto pela lavoura. “Quando o Alisson vai comigo para a roça sempre leva a enxadinha dele junto. Ele também gosta muito de animais, até mesmo, um terneiro que ele chama de ‘kiko’, não deixa eu vender de jeito nenhum.”


O futuro da agricultura familiar também depende dos jovens


Para Adilson e sua esposa
Monia, a agricultura familiar também precisa da valorização dos jovens para garantir a sobrevivência do setor.

“Os jovens precisam valorizar mais a agricultura, o lugar onde nasceram. Não largar tudo e ir embora para a cidade. Eles podem aplicar o que aprenderam nos estudos na terra da família, fazer a propriedade render mais. Também é importante os pais incentivarem seus filhos na agricultura.”

Além disso, o casal Hoffmann entende que a agricultura igualmente precisa ser valorizada no sentido da dificuldade que é produzir na terra, o quão trabalhoso é plantar e colher o produto para poder oferecer às pessoas.

Algumas pessoas pensam que o agricultor tem vida fácil, mas para trabalhar na terra é preciso ter persistência e muito amor pelo que se faz”, finalizam.

 

Por Hermes Reich

Copyright© 2020 - Grupo o Diário