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Professora do Rio Grande do Sul está entre as melhores do País na Olimpíada de Matemática do Ensino Médio

12/11/2025 - 09h02min

No último sábado, 8 de novembro, em um evento online, foram premiados os 20 medalhistas de ouro da segunda edição da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr). No grupo, uma professora de Farroupilha (RS), que agora se prepara para uma viagem de intercâmbio à China. O Rio Grande do Sul tem uma professora de Matemática entre as melhores do País: Ruana Maíra Schneider leciona em Farroupilha e conquistou a categoria ouro na Olimpíada Brasileira de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr).

Mais de 1,2 mil professores de todo o País participaram da OPMbr em sua segunda edição. O processo de avaliação incluiu três etapas: uma prova, uma apresentação em vídeo ilustrando o trabalho desenvolvido em sala de aula e uma entrevista que teve, entre os avaliadores, o professor Cristovam Buarque, que é membro do Conselho Acadêmico da OPMBr. O objetivo da olimpíada, idealizada por ex-alunos da turma de 1989 do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), é reconhecer e valorizar aqueles que fazem a diferença ao ensinar Matemática pelo país a fora. O projeto é realizado com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática e tem patrocínio do Instituto Aegea, da Lenovo Foundation e do Itaú Social.

Como prêmio, em maio de 2026, os 20 professores da categoria ouro participarão de um intercâmbio técnico e cultural de 15 dias a Xangai para conhecer o Centro de Educação para Professores da Unesco (TEC Unesco) na Universidade Normal da China, levando em conta que o país figura sempre entre os de melhor desempenho no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA).
“Na primeira edição, conseguimos levar os 10 professores da categoria ouro. Este ano, vamos levar 20. É uma oportunidade ímpar de imersão, aprendizado e troca de conhecimento. Nosso objetivo é reconhecer e valorizar iniciativas bem-sucedidas no ensino da Matemática em todo o País, de forma a disseminá-las, trabalhando para melhorar a qualidade do ensino da disciplina e, assim, contribuindo para alavancar a posição do Brasil no ranking mundial, a médio e longo prazo”, considera.
Depois da viagem de premiação, os professores selecionados vão ministrar workshops de Matemática para outros docentes, de cidades definidas em parceria com o Ministério da Educação.

Sobre a OPMbr
O Brasil ocupa hoje a 65ª posição no ranking que avalia o ensino da Matemática em 81 países do mundo, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). A posição, nada louvável, tem como contraponto um outro dado: o mesmo país que ensina e aprende mal a Matemática no dia a dia das salas de aula do País é parte da elite da Matemática mundial (nível 5 da Internacional Mathematical Union – IMU), com pesquisadores e professores reconhecidos mundialmente.
A equação mal resolvida mobilizou um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ex-alunos da turma de 1989, na criação da OPMbr, que está em sua segunda edição.

Medalha, computador e visita à universidade = uma professora de Matemática

A professora Ruana Maíra Schneider é outra finalista e afirma que a participação em olimpíadas quando era uma estudante despertou seu amor pela Matemática.
“Fiquei em primeiro lugar em uma olimpíada realizada apenas na minha cidade, Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, e ganhei uma medalha e um computador de prêmio. Tinha 13 anos. Mas o maior presente, que mudou tudo, foi a possibilidade de ir até o campus da universidade federal em Florianópolis. Aquele ambiente de ensino e pesquisa me encantou de forma definitiva. Ali eu escolhi qual seria a minha trajetória”, diz a professora que hoje mora e leciona em Farroupilha, no Rio Grande do Sul.
Depois, Ruana seguiu estudando, participando de Olimpíadas e hoje leciona em um programa que promove encontros de Matemática entre os alunos para a resolução de problemas. “Em geral, só participam do programa alunos já premiados com medalhas em olimpíadas, mas aqui abrimos vagas também para alunos voluntários que têm interesse pela Matemática, mesmo não sendo medalhistas. O município de Farroupilha teve 96 premiados na OBMEP 2024, e a cidade tem apenas 70 mil habitantes”, conta, com orgulho.
Como metodologia, ela usa muitas atividades práticas. “Fazemos medições de alturas com trigonometria, trabalhamos com jogos matemáticos, usamos materiais concretos em geometria, entre outras atividades. O que quero é vencer aquela história de que o aluno acha difícil porque não gosta da Matemática ou não gosta da Matemática porque acha difícil, e transpor resistências a partir do encantamento que surge quando se compreende”, ressalta.

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