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Cadernos

A arte de shodō e kiri-ê

04/07/2024 - 17h36min

Atualizada em 04/07/2024 - 17h46min

A sensei Tazuko Arima dá aulas de shodō à aluna Caroline do Couto de Aguiar, da Academia Ichido Kan Ivoti

Imigração Japonesa – Ivoti

Tazuko Arima de 77 anos é uma professora de shodō, escrita japonesa originada antes de Cristo. Traduzido literalmente como ‘o caminho da escrita artística’, o shodō representa séculos de conhecimento, técnica e sabedoria ancestral de uma cultura fascinada pela arte de escrever.
A técnica também é conhecida também como shūji (escrita japonesa). É utilizado papel de arroz, pincel, pisa-papel (peso) e a tinta sumi (ou nanquim). Com a arte do kiri-ê ela cria belos quadros, através de recortes e sobreposições.

Família

Tazuko casou aos 34 anos no Japão com Yamaguchi Arima, falecido aos 45 anos. Chegou há 30 anos no Brasil e é mãe de Naoki, 45, que é funcionário da Petrobrás e mora no Espírito Santo, e Kazunari, 43, que trabalha como chefe de cozinha na Bahia. Ela tem um neto, Tales, de 8 meses. Atualmente é responsável por cuidar do memorial nos feriados, sábados e domingos.
A família trabalhava com o cultivo de uva de mesa na área de 2 hectares existente na Colônia Japonesa, em Ivoti.

Por muitos anos ela desenvolveu o serviço na agricultura, mas por ser pesado, comenta que o corpo não suportava mais o esforço físico. Com isso iniciou a pintura do shodō como brincadeira e foi aperfeiçoando a técnica ao longo do tempo. As aulas são ministradas para pessoas conhecidas ou por indicação. Também desenvolveu o kiri-ê.

Escrita

O idioma japonês apresenta três maneiras distintas e complementares de escrita. Duas delas são baseadas em sons, como as sílabas em nossa língua, katakana (palavras de origem japonesa), o hiragana (palavras de origem strangeira) e o kanji (ideogramas) que é baseado em caracteres de origem chinesa que representam ideias em vez de sons e ao longo do tempo foram adaptados para o japonês.

Kiri-ê

Outra arte desenvolvida para o Tazuko é o Kiri-ê (切り絵). É uma arte que consiste em recortar papéis com a lâmina do estilete, vazando algumas partes e conservando outras. Através dela, podem ser criadas lindas gravuras para enfeitar capas de livros e cadernos, cartões e até quadros para decorar um ambiente.
A partir dessa técnica com colagens e sobreposição de imagens ela faz trabalhos muito bonitos, com recortes sobre folhas coloridas, para dar um melhor visual aos quadros. Alguns estão em exposição no Memorial da Colônia Japonesa.

Ela também já vendeu seus trabalhos no Festival do Japão. Sobre a sua inspiração comenta que é de observar a natureza e também de observar os mangás e animes, que retratam a cultura japonesa.

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