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Região

A riqueza da simplicidade no interior da Marcondes, Santa Maria do Herval

10/12/2023 - 19h15min

Atualizada em 10/12/2023 - 20h09min

Acenio mora praticamente a vida toda na localidade, nas proximidades da Cascata (FOTOS: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Ao andar pelas ruas da Linha Marcondes, lá nas imediações da Cascata da localidade, é fácil encontrar um senhor de chapéu indo pra lá e pra cá nos seus afazeres.

Suas roupas simples, por vezes sujas da lida com a terra, demonstram que mesmo em seus altos anos ainda segue ativo no trabalho.

Já de longe seu sorriso, irradiando simpatia e simplicidade, é um convite para parar para uma prosa.

Acenio Sidegum tem 71 anos. Mora há 42 na comunidade, defronte à Igreja Católica. “Sou lá de Morro dos Bugres Alto, depois, viemos para cá.”

A ÚNICA OPÇÃO

Quando criança e jovem já trabalhava na roça. “Naquela época não tinha fábrica. A gente não teria aprendido a trabalhar na lavoura, mas, como não tinha indústrias não havia opção”, lembra.

Em uma breve prosa, Acenio fala da sua vida

DIFICULDADES LEVARAM PARA OUTROS RUMOS

No entanto, com o passar dos anos, as coisas foram ficando cada vez mais difíceis. Certa feita, com a expectativa de bons negócios, a família comprou um lote de terra. Plantaram batatas mas na hora da colheita o valor foi parar lá em baixo – o que impactou na vida de muitos colonos na região.

Os pais não estavam aposentados ainda. Tinha as terras para pagar. As lavouras estavam cheias mas as batatas não tinham preço. O que fazer?”

Apertou. Mesmo não tendo fábricas na cidade tiveram que ir atrás de outras possibilidades para honrar as dívidas. Foi assim que Acenio foi para Estância Velha onde trabalhou por cerca de um ano e meio em um curtume. “Aqueles anos foram muito difíceis. Agora todos estão melhores.”

Uma vida de trabalho

Depois voltou para o interior. Casou. Teve quatro filhos. Por muitos anos trabalhou na produção de leite em larga escala; hoje, ainda produzem queijo em casa de forma artesanal – uma riqueza do interior.

Fora isso ainda cultiva feijões, batata, coisas para o consumo próprio. O que por ventura sobra é vendido.

Mas vivem num ritmo mais tranquilo, desacelerado, para não ficar parado. “Se parar, trava”, brinca.

Como é morar perto de um dos principais pontos turísticos do Teewald?

Acenio afirma que é um dos melhores lugares para viver. Onde muitos podem ver solidão ele encontra a paz. De longe escuta o rugir da Cascata da Marcondes e, nesta época do ano muitos turistas vem até o local então, na prática, nunca estão totalmente sozinhos. “Muito movimento no sábado e domingo. As pessoas vêm pedir informações, porque não sabem onde é a estrada.”

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