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Albanita Klein dedicou 37 anos da sua vida ao ensino

14/11/2024 - 09h14min

 Albanita tricotando um casaco infantil. Foto: Nadine Dilkin

Após a aposentadoria ela fez questão de se dedicar em outras atividades, entre elas o tricô

Por Nadine Dilkin

IVOTI – Albanita Klein, nascida na casa Holler, há 80 anos, dedicou 37 anos da sua vida a educação. Ela, que desde criança teve uma grande facilidade na aprendizagem, decidiu seguir a carreira como professora.

Aos 7 anos, ela ingressou na escola primária, e no 5º ano, as professoras viram um grande potencial nela e sugeriram à jovem para ingressar na Unidade Ensino Fundação Evangélica. Nessa escola ela fez o ginásio e o ensino médio, onde fez a habilitação de Magistério, chamado na época de Curso Normal 2º Ciclo.

Após 3 anos e meio de estudo, em 1966, Albanita se formou. “É uma data que eu nunca vou esquecer”, relembra com emoção. Durante o curso ela fez estágio na Escola Presidente Hermes da Fonseca em Novo Hamburgo e, após a formação, o prefeito da época a contratou para ela terminar o ano com a mesma turma.

A prefeitura de Ivoti a chamou para trabalhar na Escola Evangélica Ivoti, no curso de aplicação com classes iniciais, onde ficou por quatro anos. Albanita conta que neste período, assumiu uma turma de 3º ano que a marcou de tal forma, que ficou com a mesma turma no ano seguinte. “Essa turma era composta por 29 alunos, nunca vou esquecer. Eles eram muito interessados, gostavam de desafios e, na sua maioria no final, ficaram bem-sucedidos”, conta com o brilho nos olhos.

Ela aplicava atividades diferentes, como peças de teatro, sobre cada tema de estudo. “Vejo com satisfação que aproveitaram bem os anos iniciais. Fico contente de saber que hoje são pessoas bem-sucedida na vida, se deram bem na vida.”

Especialização

Em 1973, ela decidiu ingressar na faculdade e se matriculou no curso de Letras na Unisinos. Neste mesmo período fez concurso e iniciou no Estado. Contudo, logo foi cedida para trabalhar para a prefeitura como supervisora escolar, mas era necessário ter curso na área. Então ela mudou o seu curso para Pedagogia com Especialização em Supervisão Escolar, se formando após 4 anos. “Eu me sacrificava, fazia quatro disciplinas por semestre e trabalhava de dia nas escolas. Nas férias eu fazia intensivo, para conseguir terminar o curso em quatro anos”, conta.

Com o incentivo dos colegas de faculdade, ela emendou uma pós-graduação de Supervisão Escolar no ano de 1977. A professora conta que o curso que seria em dois anos, ela fez intensivo para concluir em um ano, tendo inclusive aula no período de férias de inverno e verão. Com sorriso no rosto, ela conta que quase não suportou.

 “Com determinação, planejamento e força de vontade a gente consegue” – Albanita Klein

Ao longo de sua carreira ela trabalhou em várias escolas. Também deu aula para alunos do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), hoje conhecido como Educação Integrada de Jovens e Adultos (EJA). Foi secretária de educação de Ivoti, nos anos de 1976 a 1983. Em 1990 se aposentou, mas em 1993, fez concurso e trabalhou por mais 12 anos. Com 62 anos, se aposentou na profissão.

Diversão

Após a aposentadoria ela se dedicou a outras atividades. Participou dos bailes da 3ª idade, no Grupo Encontro da Saudade. Durante o dia ocupava-se com outras atividades, tais como, jogos de bingo com as amigas; trabalhos manuais, no grupo de voluntárias Abelhinhas; no de aposentados e pensionistas e nos corais da igreja Evangélica e Municipal.

Atualmente, devido aos problemas de saúde e locomoção, ela reside no Lar Solar dos Girassóis há pouco mais de um ano. “Eu gosto daqui e tenho companhia sempre, fiz amizades”, diz. A aposentada conta que no lar fazem atividades como: palavras-cruzadas, crochê, tricô, bordado, bingo, carta, dominó, leitura de jornal e livros de biografias. Também está finalizando sua própria biografia.

Rindo, ela diz que também ajuda a dar palpites nas plantações de chás e flores. Ela salienta que às vezes pensa que se pudesse voltar ao passado mudaria algumas coisas, na sua maneira de agir e pensar: “Mas, não adianta lamentar o que passou. É importante recordar, mas temos que viver o presente”, conclui.

Maria, Síria, Loni e Albanita no lar

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