Coluna Dois Irmãos
ARTIGO DE OPINIÃO II – O pedágio “free flow” e o estacionamento rotativo
O “Free Flow” e o estacionamento rotativo das cidades foram criados para ajudar ou atrapalhar a vida do cidadão?
O Estado confirmou que o sistema “free flow” — de cobrança automática por quilômetro rodado — será implantado em diversas rodovias da Serra e do Vale dos Sinos. A única boa notícia é que o “free flow” não tem filas, como os pedágios do litoral gaúcho e catarinense, mas “são uma baita de uma pegadinha”, pois as pessoas esquecem de pagar e, assim, o Estado arrecada mais. Outros motoristas não esquecem, é que não sabem mesmo o que é um “free flow”. Outros, até sabem desse tipo de pedágio, mas não sabem como pagar, pois cada trecho é uma concessionária diferente.
E aí vira um caos, não tem como controlar. Enfim, o modelo não foi criado para favorecer a vida do cidadão, foi criado para o Estado arrecadar mais. Já falamos disso no post anterior (confere aqui)!
ESTACIONAMENTOS
Daqui a pouco vamos ter que ter mais aplicativos de pagar pedágio no celular do que app de Prefeitura para pagar estacionamento rotativo, porque tu vai a NH é um aplicativo, vai a Sapiranga é outro, vai a Gramado é outro… E aí, o aposentado, o cara que sustentou nosso estado, que deu o sangue e não domina a tecnologia, não consegue mais nem ir a uma consulta com geriatra em Novo Hamburgo porque não consegue para o estacionamento – e (quase) não tem amarelinho na rua! Ou seja, tem políticos que pensam assim, para que simplificar a vida do cidadão, vamos é complicar, aí ele tem com o que se ocupar e não fica controlando nossa vida!
NÃO QUER CALAR
O tal Bloco 1 de concessões vai ter um pacote de investimentos de R$ 12 bilhões anunciados pelo governador Eduardo Leite em Porto Alegre. Então quer dizer que o Estado vai investir R$ 12 bi e depois vai entregar para alguém cobrar pedágio? Ou seja, está dando um “adiantamento” para depois a gente sangrar pagando a conta do que nem foi gasto, ainda?
NÃO SOU CONTRA
Eu digo que “não sou contra pedágio”, pago “bufando”, mas prefiro pagar do que não ter estrada para andar sem correr risco de vida. Ou melhor, você nem vê mais quando paga. Aconteceu isso no final de semana com um tal “free flow”…
Aqui mesmo na BR-116 é assim. O trecho do Rio Grande do Sul não tem pedágio e a estrada é um remendo só. Você roda quilômetros e mais quilômetros até a divisa de Santa Catarina e parece uma estrada abandonada.
Aí passa para o lado catarinense, a mesma rodovia é um tapete, não tem riscos, tem suporte em caso de necessidade – e, claro, pedágio.
Então, não sou contra. Se é para andar em estrada de roça, melhor pagar. Apesar de discordar, pago. Mas…
TEEWALD
Eu já escrevi aqui há mais de 20 anos – quem recorta a Começo e guarda deve ter guardado essa também! – que se tivessem instalado um pedágio no Teewald há 30 anos, aquele asfalto já estaria pronto há décadas e a região estaria bem diferente do que é hoje. Felizmente, a obra está acontecendo, a passos lentos, mas o asfalto está indo, devagarito. Ou seja, não sou contra o pedágio, pago reclamando, as vezes, mas prefiro pagar do que não ter estrada. Mas essa de encher de pedágio só para assaltar turista é uma piada!
Pedágio Free Flow – foto Mauri M.T.Dandel
PEDÁGIO É AUMENTO DE IMPOSTO
Mas, mesmo não sendo contra, sempre digo que pedágio é o mesmo que aumentar impostos, sem aumentar. Ou seja, para que um governo com o Leite, querendo concorrer de novo ano que vem para Senado ou Presidente, vai querer enfrentar desgaste de aumentar impostos? Vai lá, instala dezenas de pedágios e vê os cofres do Estado encherem, sem se preocupar em aumentar impostos. Ou seja, tem políticos que pensam assim, para que simplificar a vida do cidadão, vamos é complicar, aí ele tem com o que se ocupar e não fica controlando nossa vida!