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Região

Através do voo livre, instrutor de paraglider de Ivoti ensina crianças da periferia de Angola a superar barreiras sociais

25/09/2024 - 20h17min

Atualizada em 25/09/2024 - 20h28min

Local em Luanda, Angola, onde acorrem às aulas (FOTO: Divulgação / Juarês Toebe)

Por Geison Concencia

Ivoti – Com 35 anos dedicados ao esporte de parapente e planador, sendo desde 2008 também instrutor de asa delta, Juarês Toebe, agora, com 57 anos e uma vasta experiência nessa modalidade, ensina jovens da periferia de Luanda, em Angola, a voar e a terem uma nova visão de mundo.

Direto de Ivoti, Toebe está entre os melhores parapentistas do país, que conta com mais de 25 mil praticantes desse esporte. Essa habilidade e experiência conferiu ao morador da Cidade das Flores o convite para um projeto social no continente africano, que busca tirar meninos dos bairros e a dar uma nova perspectiva da vida, através de um voo livre.

O projeto traz em si um significado: voar. Não somente no sentido literal da palavra, mas no significado psicológico que a prática dessa modalidade pode gerar na mente dos jovens.

Para Toebe, essa experiência de voar acima de 2 mil metros, encoraja os seres humanos a enfrentar qualquer desafio.

“Tu olhar o mundo debaixo é uma perspectiva, mas decima é outra. Isso te dá uma noção de poder, liberdade e ampliação de possibilidades e de potencialidades.

Para Toebe, o esporte tem papel determinante na orientação dos jovens, com objetivo de melhorar a perspectiva de vida.

“Quando tu sobes em uma árvore, a gente tem certo medo. Da mesma forma, quando tu começas em uma faculdade, também te dá um receio de rodar. Quando tu és piloto de parapente, tu superas os 2 mil metros de altura e não tem medo de enfrentar as dificuldades e oposições. O mundo tem muitas coisas assim. Os meninos que participam do projeto, passam por muitas dessas dificuldades. Isso faz com que eles se retraiam e partam para as drogas e o modo fácil. Esse projeto ajuda os jovens a aprenderem a dizer não ao ‘modo fácil’”.

Os participantes são selecionados nas escolas e precisam frequentar às aulas para continuar no projeto. Com isso, eles se dedicam de maneira mais intensa as atividades escolares, não abandonando a sala de aula. “Havia um menino que parou de ir na escola. Quando ficamos sabendo disso, cortamos ele das aulas de voo. Ele ficou muito sentido, e resolveu voltar para a escola, a fim de não perder as instruções de voo livre”, explica Toebe.

Sonho de uma rampa de decolagem para Ivoti

Toebe está na África desde 1º de agosto e deve ficar até outubro, quando retorna ao Brasil. Ele permanecerá até janeiro com a família, voltando para Luanda em janeiro de 2025, para dar continuidade ao projeto social.

“Como esse projeto iniciou aqui, então está em fase experimental, mas a intensão é implantar em toda a Angola e, possivelmente, contagiar outros países a fazerem o mesmo”, comenta.

Além de implantar uma escola de formação de pilotos em Angola e espalhar essa ideia em todo o continente, Toebe admite o sonho que tem em construir uma rampa de decolagem de paraglider ou asa delta em Ivoti.

Um dos locais para isso seria o Morro do Pedro, no limite entre Ivoti e Presidente Lucena. Segundo ele, há um local propício e existe uma demanda reprimida do esporte na região, já que muitos atletas precisam se deslocar ou para Sapiranga, no Morro Ferrabraz, ou em Nova Petrópolis, no Ninho das Águias.

O pouso poderia ocorrer na Picada Feijão, ao lado da 48 Alto.

 

 

 

 

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