Região

Azedou: Operação Leite Compensado, que dura mais de 10 anos, realiza novas prisões

13/12/2024 - 09h42min

Um dos presos é natural de Ivoti e já esteve envolvido anteriormente pelo mesmo motivo

Por Anie Julie Rodrigues

A operação Leite Compensado retornou ao foco da população depois de 11 anos. Investigando a adulteração de laticínios com o uso de produtos como soda cáustica e água oxigenada no Rio Grande do Sul, o Ministério Público voltou a realizar prisões em sua décima terceira etapa.

Desta vez, o foco das buscas se concentrou na empresa Dielat, que é responsável pelas marcas Mega Lac, Mega Milk, Tentação e Cootal no Brasil, além de exportar itens da marca Tigo para a Venezuela. Apesar de a operação se concentrar na cidade de Taquara no Vale do Paranhana, parte das ações também ocorreu em Parobé, Três Coroas, Imbé e São Paulo.

Na quarta-feira, dia 11, cinco pessoas foram presas sendo elas Antonio Ricardo Colombo Sader, sócio-proprietário da empresa, que estava em sua residência em São José do Rio Preto em São Paulo; Tales Bardo Laurindo, diretor; Gustavo Lauck, supervisor; e Sérgio Alberto Seewald, engenheiro químico conhecido como “Alquimista” ou “Mago do Leite“.

Além deles, uma funcionária que estava no local tentando apagar provas dos crimes foi presa em flagrante. Toda a movimentação ocorreu por volta das 6 horas e 40 minutos da manhã, horário da troca de turno dos funcionários.

Quem é Sergio Seewald?

Sergio Seewald já é conhecido da Justiça, já que foi preso em 2014 por conta da mesma responsabilidade atribuída agora: adulterar lacticínios impróprios para o consumo.

Formado em Engenharia Química, é natural de Ivoti e foi preso pela primeira vez na quinta etapa da operação no Vale do Taquari, por utilizar os mesmos produtos já citados, junto de bicarbonato para alterar a aparência dos laticínios.

O trabalho dele desta vez era orientar sobre o uso correto de sua fórmula, desenvolvida para não ser detectada em testes.

Sergio foi preso em sua residência em Imbé.

Como a alteração funcionava?

A investigação revelou que a empresa Dielat estava adicionando soda cáustica e água oxigenada a produtos como leite UHT, leite em pó e compostos lácteos para mascarar a deterioração e reprocessar itens vencidos. Essas substâncias são perigosas à saúde e foram usadas para ajustar o PH e mascarar a acidez do leite, tornando-o “aparentemente” consumível.

A operação também identificou dois depósitos clandestinos mantidos pela Dielat, onde toneladas de produtos lácteos em condições impróprias para consumo foram encontrados.

Após o avanço da investigação, o MP trabalha para identificar os lotes de produtos adulterados para retirá-los de circulação.

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