Região
Comunidade e autoridades de Estância Velha se despedem de Alfredo Moraes
Por Geison Concencia e June Kruger
Estância Velha – O velório de Alfredo Moraes foi marcado pela presença da comunidade e de autoridades que conheciam o legado deixado pelo empresário, que morreu na quarta-feira (23), aos 95 anos. A cerimônia ocorreu na Capela da Comunidade Evangélica IECLB do Centro, localizada na rua Presidente Lucena, seguido dos atos de cremação no Jardim da Memória em Novo Hamburgo.
Alfredo Moraes foi expoente da indústria calçadista em Estância Velha. Empresário e detentor de um significativo patrimônio, iniciou a trajetória como taxista e se tornou o empreendedor de maior sucesso no município. Infelizmente, nesta quarta-feira (23), Alfredo morreu aos 95 anos, deixando um legado para a história local. Foi um dos emancipacionistas que contribuiu para o desenvolvimento da cidade.
Conhecido pela boa gestão do dinheiro, Alfredo não poupava esforços para ajudar quem necessitasse de auxílio. O ex-prefeito Nestor Trein recorda que, em situações de necessidade — quando uma família perdia bens em um incêndio ou qualquer outra catástrofe —, bastava recorrer ao empresário, que nunca negava socorro. “Ele foi, é e sempre será uma pessoa inigualável”, comentou o ex-prefeito.
O prefeito Diego Francisco, que está em férias, lamentou a perda do empresário que, para ele, acreditou no potencial de Estância Velha.
“Alfredo Moraes foi uma figura essencial na construção da história de Estância Velha. Um homem que acreditou na cidade, investiu aqui, gerou empregos e oportunidades, especialmente na época de ouro da indústria calçadista, empregando centenas de famílias e impulsionando o desenvolvimento local. Sua contribuição foi decisiva para que Estância Velha se tornasse essa cidade linda, promissora e cheia de oportunidades. Sinto muito pela sua partida e deixo aqui meus mais sinceros sentimentos à família e aos amigos”, destaca Diego.
A Prefeitura de Estância Velha emitiu nota de pesar na tarde desta quarta-feira:
“A Prefeitura Municipal de Estância Velha manifesta, com profundo pesar, o falecimento de Alfredo Moraes, ocorrido na data de hoje. Alfredo nasceu em 8 de agosto de 1929, é natural de Dois Irmãos. Fez parte do grupo de emancipacionistas de Estância Velha. Deixa um legado de dedicação, trabalho e compromisso com o desenvolvimento de nossa cidade. Empreendedor de destaque na cidade, sua trajetória foi marcada pelo empenho em contribuir para o bem-estar da comunidade estanciense, sendo reconhecido por sua generosidade, ética e espírito público.
Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade e condolências à família, amigos e a todos que conviveram com Alfredo. Sua memória permanecerá viva na história e no coração do povo de Estância Velha. A Prefeitura de Estância Velha pelo ato do prefeito em exercício, Airton Haag decreta luto oficial de três dias”, diz nota.
Alfredo Moraes: “queríamos fazer a cidade crescer”
Quando estava com 92 anos, o empresário Alfredo Moraes concedeu uma entrevista para o caderno especial de aniversário de Estância Velha do Jornal O Diário e contou um pouco de sua história para a jornalista June Kruger.
O segundo emancipacionista era casado há mais de 70 anos com Rovani Moraes, e pai de Joni. Ele comandou a empresa Veância, no município, de maio de 1962 a março de 2008. Pouco depois, fundou a Construtora AR Moraes, também no município. Hoje vive com a esposa na Av. Presidente Lucena, em Estância Velha, que o ajuda a recordar alguns momentos do período da emancipação.
Natural da Picada São Paulo, em Morro Reuter, é filho de José Moraes e Magdalena Bender, sendo um dos 13 filhos do casal. Sua esposa é filha de Pedro Jacob Edwino Dienstmann e Amália Olinda Dienstmann. Ainda muito jovem Alfredo pegou carona no caminhão do leite e foi para São Leopoldo, onde estudou no seminário. Dois anos depois mudou-se para Novo Hamburgo, onde foi trabalhar no entreposto de leite, na rua Bento Gonçalves, quando conheceu o comerciante João Hansen que o identificou como um parente lhe dando emprego no armazém, onde antigamente era a Bebidas Kolling. Ali viveu como filho de Hansen que anos mais tarde lhe presenteou com o taxi do filho. Alfredo foi taxista em Novo Hamburgo por nove anos. Diz que naquele tempo era tranquilo dormir dentro do carro com o vidro aberto e a cabeça escorada na janela, diferente de hoje.
Alfredo Moraes: “queríamos fazer a cidade crescer”
Quando estava com 92 anos, o empresário Alfredo Moraes concedeu uma entrevista para o caderno especial de aniversário de Estância Velha do Jornal O Diário e contou um pouco de sua história para a jornalista June Kruger.
O segundo emancipacionista era casado há mais de 70 anos com Rovani Moraes, e pai de Joni. Ele comandou a empresa Veância, no município, de maio de 1962 a março de 2008. Pouco depois, fundou a Construtora AR Moraes, também no município. Hoje vive com a esposa na Av. Presidente Lucena, em Estância Velha, que o ajuda a recordar alguns momentos do período da emancipação.
Natural da Picada São Paulo, em Morro Reuter, é filho de José Moraes e Magdalena Bender, sendo um dos 13 filhos do casal. Sua esposa é filha de Pedro Jacob Edwino Dienstmann e Amália Olinda Dienstmann. Ainda muito jovem Alfredo pegou carona no caminhão do leite e foi para São Leopoldo, onde estudou no seminário. Dois anos depois mudou-se para Novo Hamburgo, onde foi trabalhar no entreposto de leite, na rua Bento Gonçalves, quando conheceu o comerciante João Hansen que o identificou como um parente lhe dando emprego no armazém, onde antigamente era a Bebidas Kolling. Ali viveu como filho de Hansen que anos mais tarde lhe presenteou com o taxi do filho. Alfredo foi taxista em Novo Hamburgo por nove anos. Diz que naquele tempo era tranquilo dormir dentro do carro com o vidro aberto e a cabeça escorada na janela, diferente de hoje.
“Valeu a pena”
Alfredo não recorda detalhes do tempo da emancipação, mas diz que os emancipacionistas conquistaram o que desejavam: fazer crescer a cidade onde ele vive. “Foi uma vitória importante”, aponta. Na época, ele avalia que a cidade ainda tem problemas, mas diz que ela cresceu muito.
Rovani lembra do esposo envolvido com a causa emancipacionista e das muitas viagens a Porto Alegre pra reuniões com o governador. Naquele tempo, cita que Estância Velha não tinha nenhuma rua calçada e pra atravessar algumas vias era preciso passar por pinguelas, uma espécie de ponte. Os dois recordam também dos emancipacionistas andarem em caravana buscando os votos necessários para se emancipar. Ele recorda de alguns integrantes da Associação de Amigos de Estância Velha e diz que foi uma época de muito trabalho, “mas que valeu a pena”.
Alfredo não recorda detalhes do tempo da emancipação, mas diz que os emancipacionistas conquistaram o que desejavam: fazer crescer a cidade onde ele vive. “Foi uma vitória importante”, aponta. Na época, ele avalia que a cidade ainda tem problemas, mas diz que ela cresceu muito.
Rovani lembra do esposo envolvido com a causa emancipacionista e das muitas viagens a Porto Alegre pra reuniões com o governador. Naquele tempo, cita que Estância Velha não tinha nenhuma rua calçada e pra atravessar algumas vias era preciso passar por pinguelas, uma espécie de ponte. Os dois recordam também dos emancipacionistas andarem em caravana buscando os votos necessários para se emancipar. Ele recorda de alguns integrantes da Associação de Amigos de Estância Velha e diz que foi uma época de muito trabalho, “mas que valeu a pena”.
