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DIA DO SAPATEIRO: quase 40 anos se dedicando ao ofício na mesma empresa em Santa Maria do Herval
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Ela faz parte do grupo que começou quando a fábrica abriu as portas no Município
Por Cleiton Zimer
Santa Maria do Herval – Talvez Maria Luisa Marmitt, 56, nunca tivesse pensado que ficaria tanto tempo na mesma empresa. Mas fato é que ela se encontrou, literalmente, e ama o que faz.
Tanto que já está há 38 anos na Calçados Wirth – sendo a funcionária mais antiga da ‘firma’ no município.
E hoje, 25 de outubro, Dia do Sapateiro, é a história dela que vamos contar.
Começou onde hoje fica o Museu
A profissional faz parte dos 22 funcionários que começaram no dia 13 de fevereiro de 1985, quando a Wirth veio para o Teewald. Iniciaram no prédio onde hoje fica o Museu Professor Laurindo Vier – trabalhando lá por dois anos até migrarem para o prédio atual. Deste grupo inicial ela é a única que segue na empresa.
Aos 13 anos
Luisa vem de uma família de agricultores. Conta que começou a trabalhar na fábrica de calçados aos 13 anos. “Era o último ano que pegavam [com carteira assinada] nesta idade”, conta.
Foi neste mesmo período que ela perdeu a mãe. E como era a irmã mais velha de seis filhos teve que retornar para casa. “Tinha que ajudar o pai na lida das crianças pequenas.”
Mas aos 14 voltou à fábrica. E, desde então, este é o seu ofício.
A escolha certa
No início trabalhou por um tempo na antiga Erno, que fechou. Vendo que teria mão de obra na cidade a Wirth decidiu abrir uma filial. “Aí tive que fazer uma escolha. Tinha me inscrito na Maide e aqui; me chamaram no mesmo dia, bem no mesmo dia – pensei: trabalhar aqui o lá? A Maide já estava e a Wirth iria apenas começar.”
– ‘Será que vai dar certo?’, pensou.
Mas tomou a decisão. “Como eu conhecia as pessoas que viriam para cá, eu também iria. E graças a Deus foi a escolha certa.”
Sempre na chanfração
No início trabalhou no setor de costura e preparação. Chegou a fazer um curso mas nunca costurou na prática. “Quando abriram a chanfração a chefe na época me escolheu para trabalhar e, assim, faz 37 anos que estou só nisso.”
Quando necessário ajuda em outros setores. Mas, de regra, é chanfradeira.
“…parece que não pode mais ficar longe”
Sempre muito detalhista diz que gosta do que faz e, portanto, busca dar o seu melhor. Em 1990 fez um acordo para dar uma adiantada na construção na casa, mas seguiu trabalhando.
Aposentada há cerca de 13 anos ela não pensa em parar.
Mas o que a faz gostar tanto do emprego?
Luisa responde:
“É muito bom. O ambiente, tudo. O gerente é pessoa legal, o auxiliar, o chefe. A gente começa a gostar do lugar, os colegas são legais; e aí a gente fica, parece que não pode mais ficar longe”, conta.
O que a empresa significa?
Casada e com três filhos, ela mora no Centro e vem todos os dias a pé para trabalhar. É logo do lado.
Questionada sobre o que a Wirth significa para a ela, a resposta é:
“Praticamente tudo. Porque tudo o que tenho, que a gente tem, boa parte consegui aqui. As vezes tinha serão e sempre colaborava quando dava, quando precisava estava ali. Não me achando que estou mais tempo aqui, mas sempre colaborei com tudo”, finaliza.
MAIS DE 800 NO SETOR
Conforme o Sindicato do setor Calçadista, que puxa a frente da indústria, há 835 profissionais atuando na categoria. São nove empresas instaladas, sendo quatro fábricas e cinco ateliers. Neste ano somam 198 admissões e 192 demissões, ficando com saldo positivo.
Os calçadistas também estão enfrentando instabilidades e dificuldades, atribuídas a diversos fatores que estão reverberando no Brasil e no mundo inteiro. Mesmo assim, há as que estão apresentando estado de melhora e, inclusive, solicitando mão de obra qualificada para tentar fechar os pedidos ainda neste ano, já projetando 2024.
O Sindicato afirma que estão confiantes, ressaltando que todas as vezes que o setor passou por dificuldades, “que não foram poucas”, se manteve e sobreviveu.
A indústria alimentícia também representa fatia importante no desenvolvimento local e, nos últimos anos, novos empreendedores começaram a apostar nos segmentos de carne, principalmente.
Atualmente, a indústria como um todo representa 13,92% da arrecadação. No último ano gerou R$ 37.730.432,33.