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Região

Diário da 3ª Idade: Aposentado já trabalhou 70 anos na Agricultura

25/08/2023 - 11h06min

Atualizada em 25/08/2023 - 12h43min

A vida de amor à lida da roça é um legado deixado por Auri aos netos        Crédito: Cândido Nascimento

O grande legado para os mais jovens é o amor pelo serviço da roça

Por
Cândido Nascimento

São José do Hortêncio – O morador Auri Reinheimer, de 78 anos, nasceu no Arroio Bonito, quando o município de Hortêncio ainda pertencia a São Sebastião do Caí. O pai chamava-se Osvino e a mãe Celita, e tiveram quatro filhos. Auri perdeu a mãe quando tinha apenas quatro anos, e o pai casou depois com Alzira Kayser. Desde bem pequeno ele lembra que já realizava serviços na roça.
Segundo conta o morador, o seu avô, de nome Henrique, veio do município de Montenegro para morar na localidade de Roncador, no Município de Feliz. O pai, Osvino Reinheimer, comprou um lote de terras de 20 hectares do avô, no Arroio Bonito. Os antepassados plantavam milho, aipim, soja, arroz, feijão e verduras. Atualmente, ele e o irmão Rudi plantam acácia, nas terras da família.
Auri casou com Agelda Wingert, em 18 de junho de 1966, quando ambos tinham 21 anos, e o casal teve uma filha: Solane Feldmann. Eles têm dois netos, Cristian, 28 anos, e Amanda, 22. Depois do casamento Auri veio morar no Campestre. Ao todo, ele mora há 57 anos na localidade.

AOS 13 ANOS JÁ ARAVA A TERRA

“Eu comecei capinando, quando tinha uns oito anos de idade, e aos 13 anos já trabalhava no arado de bois, tirava leite, plantava milho, feijão e aipim”, conta o morador. De acordo com ele, no tempo do arado a bois foi a melhor época, entre os anos de 1970 e 1980. “Tudo dependia da mão do pequeno agricultor para colocar a comida na mesa das pessoas”, destaca.

AGRICULTURA FAMILIAR

Atualmente, a família tem algumas cabeças de gado, dois porcos e 30 aves. O serviço atualmente é mais mecanizado e tranquilo. Existem dois tratores e três microtratores que são utilizados nas roças. Também são necessários alguns implementos como as plantadeiras, grade, arado e roçadeiras.
Sobre o tempo que trabalhava com o pai, Auri lembra que os produtos eram vendidos para o morador Rubi Lamb, que tinha armazém e comprava todas as verduras dos vizinhos para vender também na Ceasa, e os pepinos ele levava para a Oderich, em São Sebastião do Caí, para fazer conservas.

SEM OLHAR PARA O RELÓGIO

Outra lembrança do produtor é quando conversou um tempo atrás com um médico conhecido, o Dr. Appel, quando comentou o serviço duro na agricultura, e que a questão de trabalhar em um espaço mais livre foi falado. “Não me preocupo em olhar para o relógio para começar o serviço como é numa firma. Mas a gente faz muito serão, pois começamos cedo, perto das 5 da manhã e vamos até as 6 ou 7 da noite”, afirma.
Também destaca que gosta muito da agricultura, e que se fosse mais jovem investiria mais na criação do gado de corte. Ele já vendeu animais para frigoríficos, mas a carne é usada mais para consumo da família. Parte da produção é levada para a Ceasa, como é o caso das laranjas e bergamotas. O milho plantado é para fazer silagem e tratar os animais, mas alguma coisa é vendida em milho seco.

AS RECENTES PERDAS

A família perdeu algumas aves com a enchente do mês de junho, e Auri conta com orgulho que conseguiram salvar os animais. Os porcos ficaram com os pés sobre a beira do chiqueiro para não se afogar. Para marcar a altura da água, o morador colocou um parafuso até onde ela chegou. Houve algumas perdas de milho e silagem e três microtratores ficaram submersos, e as despesas foram com os consertos. Parte da cerca caiu, que ele mesmo arrumou, mas a propriedade ainda precisa de algumas melhorias.

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