Diário da 3ª Idade: Lucinda vive um século de trabalho, amor e felicidade

A IDOSA COMEMORA O ANIVERSÁRIO DE 100 ANOS COM MUITA SAÚDE

Por Nadine Dilkin

Nova Petrópolis – Lucinda Jung Fenner, nasceu em 11 de janeiro de 1925 e sempre morou em Nova Petrópolis. A centenária que tem dificuldades em falar português, sempre teve uma vida tranquila, onde trabalhou bastante e também não deixou de se divertir.

Ela nasceu e se criou no bairro Linha Pirajá Baixa, no interior do município. A centenária, que ainda tem uma memória boa, conta que caminhava 3 horas diariamente com seus três irmãos para a Escola Hugo Wedig, onde estudaram até a 3ª classe. “Íamos de cavalo ou a pé. No inverno era branco de geada. Foi difícil”, relembra.

Aos 15 anos, ela já paquerava Albino, na época não tinha dinheiro para comprar um presente e lhe deu uma carta escrito a mão em alemão, onde se lembra até hoje o que escreveu nela:

Ein helles Feuer, ein freundliches Gesicht, ein braves Männchen, mehr brauche ich nicht. Stahl und Eiser zerbricht, aber unsere Liebe nicht. Die gilt so lange, wie die Liebe Gott zu uns gibt.

Tradução: Um fogo brilhante, um rosto amigo, um homenzinho bom, é tudo que preciso. O aço e o ferro quebram, mas não o nosso amor. Isto se aplica enquanto o amor que Deus nos dá.

Casal unido

No dia do casamento, Lucinda, 19 e Albino de 22 anos, foram de cavalo por cerca de 3 horas até a Igreja do Centro da cidade. “Na volta pegamos até chuva”, retrata ela. O casal sempre foi unido e companheiro, trabalhavam bastante e iam em bailes de idosos. Ela conta que adoravam dançar e aos 90 anos ela recebeu a faixa de Top Model da 3ª idade. O casal comemorou os 50, 60 e 65 anos de casados. E aos 91 anos Albino partiu.

A centenária tem três filhos: duas meninas e um menino. Moravam em uma casa no Centro da cidade, para facilitar os estudos dos filhos, onde mora até hoje, com as cuidadoras. Atualmente, ela tem oito netos e dez bisnetos, que adora bastante.

Lucinda é um exemplo de vida, aos 100 anos, ainda faz caminhadas na rua e só usa óculos para ler. Adora se cuidar, ao levantar nas manhãs, passa seu creme nívea. “Hoje não faço mais nada, tenho minhas cuidadoras, para fazer a comida e cuidar da casa”, conta com sorriso no rosto. A avó adora olhar as novelas que passam na televisão e às vezes joga um pife ou bingo com a cuidadora, ou a família. Mas também adora comer de tudo, sem nenhuma restrição.

A centenária revela o seu segrede da longevidade: “Ich hon imer fiil kexaft un ich waar imer froo. Un ich hon fiil kuutes ese kes!” (“Sempre trabalhei duro e fui sempre feliz. E comi muita comida boa!”)