Região
Diário Rural: Casal de Lindolfo Collor segue as raízes da roça e quer deixar legado de amor à terra
Ambos com origens de produtores rurais, acreditam que netos darão sequência ao trabalho
Por
Cândido Nascimento
Lindolfo Collor– Guido Kehl, 67 anos, e a esposa Maria Isolde, 63, têm histórias semelhantes quanto às suas origens no meio rural. Os antepassados praticavam a agricultura de subsistência e se utilizavam da força bruta para lavrar a terra com juntas de bois para plantar e colher seus produtos, como fruto da dedicação e do serviço. Os antigos plantavam aipim, verduras e feijão. Atualmente, a ideia é que a 5ª geração dê sequência ao trabalho na propriedade de 3,7 hectares, situada na localidade de 14 Colônias, em Lindolfo Collor. Também é arrendada uma área de três hectares para plantio de hortaliças.
Guido e Maria Isolde casaram em 28 de fevereiro de 1981, na Igreja Exaltação da Santa Cruz, no Campestre, localidade onde a esposa morava com a família. Maria, por ser a filha mais nova, cuidou dos pais. O produtor afirma que o avô, José Kehl, casado com Olivia Filipina Schaeffer Kehl era morador de Linha Nova Baixa, Presidente Lucena. Os pais de Guido, Herberto e Anita Würzius Kehl (em memória), tiveram os filhos: Nelga, Guido e Nilia. Até por volta dos 30 anos Guido ficou na propriedade, chegando a trabalhar dois anos na Prefeitura de Ivoti, e mais tarde comprou a própria terra, na 14 Colônias.
DIVERSIDADE DE PRODUTOS
Segundo Guido, o avô plantava aipim, milho, cana, batata inglesa e possuía algumas cabeças de gado. O pai, Herberto Kehl, era carpinteiro e paralelamente realizava o serviço na roça, plantando milho semente, aipim e feijão, mas o carro-chefe das vendas são as verduras. Atualmente, a família planta o milho para fazer a silagem, para tratar os animais, e cultiva hortaliças diversas: beterraba, 5 variedades de alface, couve, repolho, brócolis, couve-flor, tempero verde, espinafre, entre outros produtos que são levados pelo filho Nélio para vender na Ceasa de Novo Hamburgo.
O trabalho na roça é tão ligado a eles, que não saberiam fazer outra coisa, segundo relata o casal com alegria. “É muito bom a gente trabalhar na roça, a gente levanta 4h30 da manhã e até 3h, quando é necessário, para fazer os molhos dos temperos”, explica o morador, que teve que diminuir o ritmo de trabalho devido a um problema cardíaco que exige acompanhamento médico constante.
AQUISIÇÕES IMPORTANTES
O primeiro veículo adquirido em 1985 foi uma Kombi modelo 1977, para o casal transportar os produtos até a Ceasa. Também tiveram duas caminhonetas, uma C-10 e uma D-10, adquirindo posteriormente um caminhão Mercedez Benz 608 em 1992, com recursos próprios. Também adquiriram mais tarde um Volkswagen Gol e outro caminhão Mercedez (ano 1996). Há cerca de oito anos chegou o terceiro caminhão Mercedez ano 2009, desta vez um modelo 915.
FINANCIAMENTO
Segundo os produtores, o financiamento é importante para impulsionar os negócios. Por incentivo do ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ivoti, Lindolfo Collor e Presidente Lucena, Édio Klein (em memória), foi adquirido com financiamento junto ao Sicredi, um trator Massey Ferguson zero Km em 2008, pelo Programa Pronaf Mais Alimentos. “Eu chorei de alegria quando chegou esse primeiro trator, pois a gente luta tanto e enfrenta contrariedades, mas felizmente recebemos um apoio do Édio”, explica Maria Isolde. O segundo trator também é Massey Ferguson, adquirido anos mais tarde.
Entre os equipamentos necessários para tocar o negócio estão uma câmara fria e três bombas utilizadas para a irrigação. Para irrigar os canteiros existem dois açudes na propriedade, onde também são criados alguns peixes como carpas, jundiás e tilápias, apenas para consumo próprio da família.
SUCESSÃO
O filho Nélio já está há algum tempo assumindo junto com os pais os serviços na propriedade. Essa questão da sucessão familiar é fundamental para Guido e Maria Isolde, pois também os netos amam estar na propriedade e gostam de ver de perto como o trabalho é feito, seja no trator ou até mesmo na roça, para observar com atenção como é feito o plantio e a colheita dos produtos que vão parar na mesa dos consumidores da região.



