Região
Diário Rural: Cássio Zimmer é a terceira geração de cortadores de mato na região
Por
Cândido Nascimento
Picada Café/Morro Reuter – A rotina do cortador de mato Cássio Zimmer, 29 anos, começa ainda na madrugada, levantando por volta das 4 horas, escova os dentes, toma um chimarrão e vai para a roça. Lá mesmo na roça ele toma café e come um sanduíche reforçado, pelo esforço que terá pela frente. Os avós paternos eram produtores rurais. A mãe, Rejane, é dona de casa e o pai, Osmar Zimmer, trabalha há 40 anos com o plantio, corte e venda de acácia, casca da acácia e eucalipto.
Entre os clientes estão um curtume e uma empresa que trabalha com tanino (Seta), produto extraído da planta e que é especial para o curtimento do couro, pois é natural e livre de materiais pesados. Também a empresa Carvão Zimmer, pertencente a familiares, adquire a lenha para a fabricação de carvão.
Nesta semana, Cássio, que é morador de Morro Reuter, trabalhou cortando e empilhando lenha na rua Aloísio Rohr, localidade de Quatro Cantos, em Picada Café, mas ele e o pai trabalham em Morro Reuter, Santa Maria do Herval (São José do Herval), Dois irmãos, Picada Café, Ivoti, Sapiranga e Igrejinha. O corte de lenha é de um metro de comprimento, e a venda é por metro cúbico, sendo vendidos por semana 360 m³. O irmão de Cássio, Toni, 37 anos, seguirá no ramo de embutidos. Casado com Jenifer, Cássio é pai da pequena Antonella, de dois anos e seis meses.
CONSERTA O PRÓPRIO CAMINHÃO
O produtor concluiu o Ensino Médio, mas sempre preferiu trabalhar por conta própria, Desde pequeno acompanhava os pais na lida da roça. Ele realizou cursos sobre Uso Correto de Agrotóxicos, Utilização de Implementos Hidráulicos para manuseio de guindaste, e Mecânica Pesada, para ele próprio consertar o caminhão da família.
Junto com o Pai, o produtor tem um trator Valmet e dois Valtra (BM 125 e A 750), e um caminhão Ford Cargo 2931. Também tem um carretão para o transporte das lenhas.
Somente caos 25 anos de idade começou a usar a serra a gasolina, devido aos perigos e a necessidade de cuidados gerais no seu uso, para evitar acidentes durante a realização do corte de árvores, fato comum no meio rural. “Eu e meu pai nunca tivemos carteira assinada, mas tenho o bloco de produtor desde os 12 anos”, afirma o empreendedor.
SUCESSÃO FAMILIAR
Cássio disse que sempre gostou de trabalhar nos serviços da roça, mas entende que muitos jovens não querem se envolver nas lidas agrícolas para não se sujarem, e por ter muito mosquito a céu aberto. “Mas eu sempre gostei desse trabalho mais livre, é uma herança que trago do pai e dos meus antepassados, e já tenho tudo pronto e é só trabalhar”, explica, enquanto empilha a lenha à margem da estrada.
Ele garante que vale a pena todo o esforço empreendido, e que não troca esse serviço diário por trabalhar em um escritório fechado, pois faz o próprio horário e tem o próprio dinheiro a cada dia, tendo ainda a oportunidade de tirar folga e ir à praia no verão.
RECURSOS
Tudo o que a família adquiriu em maquinário foi através de recursos próprios. Entretanto, Cássio defende que haja um fundo de financiamento para os pequenos produtores familiares rurais, que enfrentam a questão das diferenças de temperaturas e a chuva.
AUXÍLIOS
Ele também destaca que o apoio das Prefeituras em geral são de fundamental importância para os colonos, principalmente na questão do uso de máquinas para a manutenção dos acessos às propriedades e às roças.