Região
Diário Rural: criar ovelhas é uma paixão que Pedro Fritsch tem desde criança em Linha Nova
O trabalho dos antepassados prossegue realizado pela Família Fritsch
Por
Cândido Nascimento
Linha Nova – Pedro Jacó Fritsch, 58 anos, planta junto com o irmão Celso, 73, nas propriedades familiares no Centro, Canto Bayer e Linha passo Fundo. No Centro são criadas 16 ovelhas da raça Texel, sendo que recentemente nasceu um filhote, mas em 30 dias devem nascer mais uma dezena de crias. A raça é considerada pelos criadores como melhor para criação com fins de abate, visto que o macho atinge com facilidade o peso de 100 kg e as fêmeas 80 kg. A produção é para consumo próprio de carne pela família.
Pedro é casado com Jaqueline e eles são pais de Johni e Natiele, e avós de Maria, 2 anos. Ele conheceu a esposa nos tempos de escola (2º Grau) e se reencontraram novamente na fábrica. Após um período de namoro e noivado, eles casaram em 1990.
O pai, Urbano Fritsch (em memória), foi produtor rural e inseminador na região por mais de 20 anos, e já criava ovelhas da raça Texel. Além de outras cabeças de gado, ele tinha 16 vacas leiteiras e comprou uma ordenhadeira em 1978. O leite era vendido para a Cooperativa Piá, da qual Urbano foi sócio-fundador e permaneceu associado por vários anos. Atualmente é mantido apenas um boi na propriedade do Centro.
O criador de ovelhas perdeu o irmão Jorge Guilherme em 2005, que era formado em Técnico Agrícola. Com o irmão Celso ele tem a parceria de plantio de milho, aipim, repolho, rabanete, cenoura e hortaliças em geral.
Os estudos de Pedro foram na Escola Estadual Pastor Huntsche. Depois das aulas ele auxiliava no serviço de ordenha das vacas. A produção leiteira na propriedade chegou a ser de 150 litros por dia. As vacas eram da raça Holandesa e eram certificadas, com acompanhamento genético.
ONDE USAVAM
Conforme lembra o produtor, antigamente, as pessoas compravam a lã para fazer cobertas, e também faziam pelegos que iam para a montaria de cavalos e até para fazer tapetes e cobrir bancos de madeira usados no inverno. A tosa sempre feita manualmente. Como a venda da lã está mais reduzida, existe uma boa quantidade estocada no galpão mantido pelos irmãos Fritsch, situado na Rua Progresso.
MOTORISTA
Aos 18 anos Pedro foi trabalhar na fábrica Reichert Calçados, onde passou por diversos setores, desde cronometrista a contramestre, e ficando na indústria até 1992. Por vários anos Pedro trabalhou como motorista. Também já exerceu a função de secretário de Obras de Linha Nova, tendo trabalhado por 22 anos na Prefeitura, onde se aposentou em 2020 e ficou até 2021. Atualmente, ele faz o transporte escolar para a Expresso Nova Palmira, empresa de ônibus de Feliz, onde chegou a trabalhar por 20 anos e retornou recentemente.
SUCESSÃO FAMILIAR
A atual produção de hortaliças nas propriedades é feita apenas para consumo próprio. Mas teve um tempo que Pedro teve peruário. Mas, como não foi viável economicamente, ele desistiu dessa ideia. Quanto aos serviços na propriedade, Pedro acredita que o filho tenha interesse em dar continuidade, apesar de trabalhar no segmento de móveis atualmente. “Para o jovem conseguir recursos ele precisa estar vinculado à produção agrícola, mas é complicado, e alguns optam por não permanecer nesse setor”, conclui.
O único boi da propriedade, com as ovelhas ao fundo
Uma das atividades diárias é cortar a lenha para aquecer a casa
Também são mantidos alguns porquinhos na propriedade
A lã das ovelhas é utilizada para fazer cobertas e pelegos, entre outros artigos




