Região
Diário Rural: Experiências e desafios de quem vive das orquídeas
Germano Nienow cultiva mais de 4 mil plantas em sua propriedade
Com uma experiência de 26 anos, Germano Nienow, de 68 anos, morador de Ivoti, se destaca como um dedicado cultivador de orquídeas. Atualmente, sua propriedade abriga cerca de 4 mil plantas, evidenciando sua paixão pelo cultivo. Germano herdou o amor pelas flores de seus pais, Nildo e Elsa Nienow, que desde cedo possuíam flores no jardim de sua casa.
Início de uma jornada
A história de Germano com as orquídeas começou em 1969, quando se mudou para Novo Hamburgo. Embora sua ligação com as flores tenha se iniciado antes, foi em 1998 que ele começou realmente a cultivar orquídeas. Incentivado por um amigo que lhe trouxe duas mudas da Expointer, Germano decidiu embarcar no mundo das orquídeas, sendo fundamental o apoio de um senhor de Picada Café, que morava na localidade de Lichtenthal, que o orientou e motivou para seguir nessa jornada.
Em 2002, Germano passou a participar de exposições, alcançando destaque em várias competições. Com mais de 70 troféus, ele conquistou títulos importantes, como o de melhor planta em Nova Petrópolis com a Labiata e diversas vitórias em outras feiras.
Orquidário em Ivoti
Em 1978, Germano adquiriu, junto à sua sogra, uma propriedade em Ivoti. O local se tornou o palco de sua trajetória com as orquídeas, principalmente após 2011, quando passou a residir na cidade em definitivo, depois de vários anos em Novo Hamburgo. Foi a partir de 2013 que ele se dedicou integralmente ao cultivo no município, construindo um orquidário que lhe permitiu expandir a diversidade de plantas. “Foi assim que a coisa foi crescendo e multiplicando”, conta.
Desafios no Cultivo
Apesar de sua vasta experiência com as orquídeas, Germano relata as dificuldades enfrentadas nos últimos anos. Ele destaca o alto custo do cultivo, com insumos e equipamentos necessários, que nem sempre são compensados pelo retorno financeiro. Além disso, a concorrência com grandes produtores que trazem plantas de fora, tem tornado o mercado ainda mais desafiador.
“Ultimamente, não tenho me dedicado apenas às orquídeas por causa do tempo. O investimento é grande e o retorno nem sempre compensa”, desabafa Germano. Ele explica que, com a crescente oferta de flores, especialmente de grandes mercados que compram em lotes, o valor das orquídeas tem sido afetado, complicando a vida de pequenos cultivadores, o que canibaliza os preços.
Orgulho
Mesmo com os desafios, Germano segue firme e sente uma grande satisfação por todos os anos de trabalho. “Pra mim é uma satisfação, eu gosto disso. Eu sempre fui ligado a natureza, no início eu tinha samambaias, depois tive um aquário e em 1998 eu acabei indo para as orquídeas”, relembra.
Apesar da longa jornada de trabalho, durante os finais de semana em feiras, o floricultor vive essa rotina com uma alegria evidente. “Pra mim é uma alegria ficar aqui nos finais de semana, é uma satisfação poder viver no meio das plantas, mesmo quanto estou em casa. Pra mim não é nenhum peso fazer isso”, relata Germano.
Associado da Afecoi (Associação dos Floricultores de Ivoti), ele participa da Feira das Flores desde os pavilhões antigos, consolidando sua presença no evento.
Germano Nienow está presente neste último final de semana de Feira das Flores. Ele tem boas expectativas para o evento, já que na primeira semana conseguiu vender mais de 300 plantas.
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