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Diário Rural: plantação de aipim é feita há várias gerações em São José do Hortêncio

19/04/2024 - 10h35min

Rotina do produtor começa cedo da manhã      Crédito: Cândido Nascimento
Irmãos Heck e filhos seguem a rotina dos antepassados

Cândido Nascimento

São José do Hortêncio – O agricultor João Eduardo Heck, casado com Ana Lúcia Heck, praticava a agricultura de subsistência e já plantava aipim, que usava para consumo da família e para tratar os animais. Na sequência, o filho Pedro Canísio, 81 anos, e a esposa Lúcia Kehl Heck, seguiram a tradição, junto com os filhos José Heck, Paulo, Lauro e Ricardo. Pedro Canísio e a esposa têm seis netos, sendo que quatro deles trabalham no setor agrícola. A venda na Ceasa, em Porto Alegre, que começou tímida há 32 anos, já alcança entre 15 e 20 mil caixas de aipim do tipo vassourinha vendidas por ano.

INÍCIO COM ARADO E TRATORZINHO TOBATA

Os quatro irmãos (mais quatro sobrinhos) se dividem nas tarefas de plantio e colheita de aipim e dos citros. Antigamente a terra era arada com uso de bois. Pedro Canísio adquiriu um trator Tobata para ajudar nos serviços, mas quando a produção aumentou e houve o arrendamento de terras, foi necessário a compra de um trator da marca Valmet e um caminhão 608. Hoje são quatro tratores, dois da marca John Deere, um Valmet e um Valtra. Também são usados três caminhões cargo para o transporte de aipim. A produção atual abrange ainda laranjas, bergamotas e limões.
José, que é o filho mais velho de Pedro Canísio e Lúcia, trabalhou como carregador de carrinho de frutas e verduras na Ceasa quando era adolescente, onde ficou até por volta dos 20 anos. Mais tarde trabalhou no curtume. Apesar da rotina de levantar cedo, por volta das 7 horas da manhã e não ter hora para terminar, a ideia de trabalhar mais livremente e fazer os próprios horários é o que mais agrada o produtor. “Eu acompanhava o trabalho na roça desde pequeno, plantava, colhia e tirava leite”, afirma o produtor.

ÉPOCA DO PLANTIO

Entre os meses de junho e outubro é plantado o aipim, sendo quer a colheita já pode ser feita a partir de janeiro e estende-se até maio. Contudo, neste ano, a colheita vai se estender até agosto, acredita o produtor, devido à quantidade maior de chuvas. O excesso de chuvas entre junho e setembro do ano passado prejudicou o solo, havendo a perda da parte fértil, onde estava a terra adubada e pronta para plantar.
Para trabalhar a terra é necessário que haja muita união, e esse trabalho dos irmãos já vem acontecendo há várias décadas, agora com a participação de filhos e sobrinhos. Também é necessário a contratação de funcionários para auxiliar nas tarefas diárias, que inciam às 7h e vão até 11h30 e depois das 13h às 18 horas.

PÉ DE AIPIM CAMPEÃO

O aipim produzido pelos irmãos Heck já foi várias vezes premiado, alcançando uma vez o 1º lugar na Festa do Aipim, mas tendo já tirado o 2º e 3º lugares também no evento, pela qualidade do pé e das raízes, explica o produtor. A festa foi realizada no ano passado, mas havia sido adiada por causa da pandemia, por isso irá novamente acontecer neste ano, já que ela precisa de um ano para ser organizada, entende o produtor.
Ele destaca ainda que a família toda ficou feliz pelas premiações recebidas, o que é resultado do trabalho que vem sendo feito na propriedade ao longo dos anos. Parte das terras do plantio é arrendada de produtores vizinhos.

SUCESSÃO

Outro assunto que acaba sendo fundamental no meio rural é relacionado à sucessão familiar. José Heck acredita que será necessário que os herdeiros continuem trabalhando para dar continuidade aos serviços dos seus antepassados que vieram da Alemanha. “Será com eles esse empenho de seguir adiante e tocar o negócio, para que se tenha continuidade, explica.

FINANCIAMENTO

Para que seja possível criar uma estrutura é necessário o financiamento. Nessa parte a Cooperativa Sicredi Pioneira auxiliou na parte dos investimentos para a compra de maquinário e na parte de custeio das culturas. Os juros baixos para o campo auxiliam nessa parte de financiar, através dos programas federais disponíveis à produção primária.

AUXÍLIO

O auxílio dos órgãos públicos também é importante para que o produtor consiga obter o fluxo de produção necessário quanto ao transporte das mercadorias à Ceasa. A Prefeitura auxilia no que diz respeito ao acesso às roças. Isso já ajuda bastante os produtores em geral, finaliza Heck.

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