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Região

Dois Irmãos começa a reeducar os agressores de mulheres

27/05/2023 - 18h52min

Juiz Miguel Carpi Nejar e promotor Wilson Grezzana destacaram a importância do projeto (Foto: PMDI)

Dois Irmãos – Buscando zerar os números de violência contra a mulher, a Administração, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação e a Coordenadoria da Mulher, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS), Poder Judiciário e Promotoria Pública, está criando os Grupos Reflexivos de Gênero, destinado para autores de violência contra a mulher.

A apresentação do projeto aconteceu na última quinta-feira (25), na sede da Prefeitura, pela assistente social, Silvia Cristina Ferreira Maciel, ao prefeito, Jerri Meneghetti, o vice-prefeito Juarez Stein, o secretário de Desenvolvimento Social e Habitação, Leo Büttenbender, a coordenadora da Coordenadoria da Mulher, Claudete Fritzen, o juiz da Comarca de Dois Irmãos, Miguel Carpi Nejar, a advogada, Luíse Gabriela Schneider, o promotor público, Wilson Grezzana, a coordenadora Pedagógica Administrativa da Secretaria de Educação, Marlene Lucia Schmitt, e o Procurado Jurídico, Daniel Rossato Rodrigues.

O projeto que atinge envolvidos em situações de violência doméstica tem como objetivo que homens agressores reflitam acerca de seu comportamento, visando a reeducação daqueles que envolveram em alguma situação de agressão. O projeto é coordenado pela assistente social, Silvia, que conta com formação para conduzir os grupos, obtida pelo Tribunal de Justiça do Estado. Ela virá de Sapiranga, de forma voluntária.

“Nos encontros, no total de seis, que devem iniciar em julho, com muito diálogo e esclarecimentos, queremos sensibilizamos pela não violência. Muitos chegam na primeira reunião em situação semelhante, negando as ameaças e agressões contra as companheiras, mas ao final dos encontros agradecem e vêem a importância de estarem ali compartilhando suas situações e idéias. No grupo, ninguém é julgado”, disse Silvia.

“Apesar de campanhas da não violência contra a mulher e toda uma rede de apoio as mulheres, os números registrados de ameaças e violência contra o gênero são alarmantes. Enquanto tiver um registro, não podemos parar nosso trabalho de proteção”, disse o prefeito, ressaltando que o projeto vem a calhar com a necessidade.

O juiz Miguel destacou que os grupos reflexivos tentam interromper a escalada de violência doméstica que podem culminar em feminicídio. “O primeiro passo é conscientizar a vítima sobre a violência. O segundo é tentar conscientizar o agressor e auxiliá-lo para que ele não seja reincidente”, disse o juiz.

“A violência doméstica não se restringe as agressões físicas, podendo ocorrer de diferentes formas, como a violência psicológica, a sexual, a patrimonial e a moral. O projeto é de extrema importância para trabalhar o machismo estrutural, e reeducar para que não tenha reincidência”, disse o promotor Wilson.

Como funciona o projeto

Após a vítima de violência registrar ocorrência e solicitar medida protetiva (com base na Lei Maria da Penha), o agressor é intimado judicialmente, tendo que respeitar a distância de 400 metros e a participação nos encontros dos grupos reflexivos. A ausência do homem intimado em dois encontros, significa o descumprimento da medida protetiva.

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