Em meio ao caos, golpistas se aproveitam da generosidade das pessoas

Por Cleiton Zimer

Em meio ao caos que o Rio Grande do Sul está sofrendo com as chuvas, com dezenas de mortes, centenas de desaparecidos e milhares de desabrigados, ainda há a preocupação com os criminosos. Não só aqueles que estão assaltando e saqueando casas que foram alagadas, mas também os que estão se aproveitando deste momento de fragilidade e solidariedade obtendo vantagens ilícitas através de golpes.

Dois Irmãos, por exemplo, é uma cidade que não foi muito atingida pelas chuvas. Portanto há muitas pessoas que querem ajudar os municípios vizinhos e, por vezes, por não saberem como, acabam caindo em golpes.

Segundo o delegado Felipe Borba, titular da Delegacia local, já chegaram relatos de casos em que os criminosos ofereceram resgate e pediam algum tipo de retribuição para fazer socorro, seja de barco e até de helicóptero.

Estão aplicando golpes até para quem precisa de água potável, oferecendo serviços de caminhão pipa. Mas o mais alarmante são os pedidos de pix.

“Sabemos de diversas mensagens, que até pessoas com excelente vontade estão repassando, que receberam de alguém em que depositaram uma credibilidade, mas que por sua vez também já repassou porque recebeu de alguém que merecia confiança de sua parte, de pedidos de auxílio principalmente via pix, para ajudar alguém, uma instituição“, conta Borba.

O delegado pede que as pessoas tenham cautela ao efetuar qualquer tipo de transferência, mas também ter o cuidado de não repassar pedidos de ajuda sem ter a certeza de que o beneficiário é a pessoa indicada.

“Em questão de recomendação, parece que neste momento auxílios financeiros pontuais nem parecem tão adequados. Para quem sofreu danos, não parece estar em condições, ainda, de buscar alternativas para reposição dos bens perdidos”, avalia Borba, aconselhando que as pessoas procurem os órgãos oficiais, entidades, para se informar de que maneira auxiliar de forma correta.

Borba ainda informou que a Delegacia está disponível para auxiliar em eventual escolta de produtos de auxílio para centros de distribuição em outros municípios. “Principalmente Novo Hamburgo e São Leopoldo que são os mais próximos daqui. Sabemos que o receio não é sem razão.”