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“Enquanto puder, enquanto Deus permitir”: a rotina de Romilda, que não troca a roça por nada em Santa Maria do Herval

27/11/2024 - 10h43min

Atualizada em 27/11/2024 - 10h44min

Romilda trabalha na lavoura desde criança; no dia da entrevista, plantava feijão com uma ‘ matraca’, ferramenta usada no interior (FOTOS: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Aos 69 anos, Romilda Seger Zimmer mantém sua rotina de trabalho na roça na Vila Seger, uma prática que começou ainda na infância. Casada há 43 anos com Jacob Luiz Zimmer, de 66 anos, Romilda vive em um pequeno sítio, onde planta os alimentos que consome. Apesar de ser aposentada, ela escolhe permanecer na roça, tanto pela subsistência da família quanto pelo prazer que encontra no trabalho rural.

Planto de tudo o que precisamos: feijão, milho, de pouco em pouco para comermos. Eu gosto de fazer. Continuo trabalhando, enquanto puder, enquanto Deus permitir“, conta Romilda. Durante a entrevista, ela estava plantando feijão com uma ferramenta manual conhecida como ‘matraca’.

Trabalho desde a infância

Romilda iniciou sua vida de trabalho ainda criança. “Trabalho desde pequena“, lembra ela. Ao longo da vida, experimentou outras atividades fora da roça, como um curto período em uma fábrica, mas acabou retornando à lavoura. “Tinha um tempo que fui na fábrica, na antiga Erno. Trabalhei por três meses e voltei para a roça.”

Ela recorda os tempos mais difíceis, quando as condições eram rudimentares e exigiam grande esforço físico. “Antigamente era pesado. Andávamos de carroça. Fazíamos muito mato.” Apesar das mudanças ao longo dos anos, o apego à terra permaneceu.

Uma escolha de vida

A vida no campo não foi apenas uma necessidade para Romilda, mas uma escolha consciente. Mesmo com a possibilidade de mudar de estilo de vida, ela afirma: “Não troco a roça por nada. Podem oferecer tudo, mas não saio da roça.

Ela e o marido ainda trabalham na roça, após os filhos terem seguido carreiras fora da agricultura. A ausência dos filhos também trouxe mudanças no trabalho. “Animais não temos mais. Mas antigamente tínhamos bois, carroça. Como os filhos foram trabalhar em outras coisas, não conseguimos mais.”

Subsistência e continuidade

Mesmo aposentada, Romilda vê no trabalho na roça uma maneira de complementar a renda e se manter ativa. “A aposentadoria por si só não é muita“, comenta. No sítio, além de feijão, ela cultiva morangos e milho, garantindo que boa parte do que consome venha de sua própria terra.

Aos 69 anos, Romilda exemplifica um vínculo que vai além da necessidade econômica. Para ela, a roça é mais do que um meio de sustento: é um modo de vida, uma escolha que a conecta às suas origens e proporciona sentido ao cotidiano. Enquanto a saúde permitir, ela pretende continuar. “Eu gosto de fazer“, afirma, com simplicidade e convicção.

Cloquina: a companheira fiel

Cloquina sempre acompanha Romilda

Sempre junto de Romilda está uma ‘jovem senhora’ de 17 anos: a Cloquina – uma cadelinha que faz parte da família, e sempre acompanha a aposentada nas suas funções diárias. “É uma companhia inseparável.”

 

 

 

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