Conecte-se conosco

Região

Entenda por que o Jardim Mais Alto da Serra Gaúcha, em Nova Petrópolis, parou de funcionar

13/12/2023 - 10h41min

Atualizada em 13/12/2023 - 14h12min

Jardim ainda recebe manutenção, mas não está aberto para visitação

Atrativo não recebe mais visitantes e foi alvo de um grande crime ambiental

GIAN WAGNER BAUM

Nova Petrópolis – Em abril de 2017, Nova Petrópolis inaugurava um potencial atrativo turístico: O Jardim Mais Alto da Serra Gaúcha e o Mirante do Menino Jesus de Praga. Unindo referências a tradição boêmia, predominante na Linha Imperial, o local foi criado para ser um prato cheio àqueles que gostam de passeios na natureza e turismo religioso. Porém, quase sete anos após a grande inauguração, o local se encontra fechado e não recebe mais turistas. O fechamento do local deixou a comunidade se perguntando o que levou um atrativo tão promissor a encerrar as atividades em tão pouco tempo.
O empresário Juarez Rech, responsável pelo atrativo e também pelo Armazém Rosa Mosqueta, conta que o local foi alvo de um grande crime ambiental que culminou no encerramento das atividades. “Envenenaram as plantas que haviam sido plantadas no Jardim”, conta Juarez. “Era a primeira plantação de rosa mosqueta do Brasil”, lamenta o empresário. A plantação fazia parte de um projeto da Biotecnologia da UCS com a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado. A proposta era criar um polo de extração de óleos de plantas como a lavanda, o alecrim e a própria rosa mosqueta. “Foram compradas duas levas de muda. Primeiro foram plantadas três mil e depois mais dez mil. Eram 13 mil plantas no jardim, preenchendo um espaço equivalente a 20 campos de futebol na parte abaixo ao mirante”, conta Juarez.

Rosa mosqueta é um dos símbolos da boêmia

MORTAS COM HERBICIDA – O crime foi premeditado e o criminoso chegou a comprar herbicida no nome da própria empresa de Juarez antes de envenenar as plantas. Ainda em 2017 a promotoria de Nova Petrópolis se convenceu de que houve um crime, mas foi somente no final de 2018 que o juiz da Comarca de Nova Petrópolis aceitou a denúncia. Ele foi acusado, mas o processo ficou tramitando anos na Justiça. Com tudo isso, hoje, não existe mais a grande plantação que era pioneira no Brasil. “Atualmente temos que trabalhar com matéria prima importada, o que gera altos custos”, revela o empresário.

Cultivo experimental
A plantação pioneira era um cultivo experimental, justamente por ser inédita no Brasil. Além da UCS e do Estado, o Ministério da Agricultura também participou do processo de importação das mudas. A rosa mosqueta é uma planta silvestre que vive de 20 a 30 anos.

O símbolo da rosa de cinco pétalas também é visto no traje do grupo de danças da localidade

Sem jardim, sem turistas
Sem seu principal jardim, Juarez optou por fechar o atrativo que ficou aberto até a pandemia. A perda para o turismo e a cultura de Nova Petrópolis são significativas pois, além de perder um grande ponto turístico, perdeu o praticamente único atrativo turístico religioso e a plantação inédita de rosas mosqueta. O local também tinha planos para o futuro, como implantar a festa da rosa, além de outras atividades que poderiam ser exploradas no espaço. Empresários de outros setores já tentaram comprar o espaço, mas, no momento, não está nos planos de Juarez se desfazer do que sobrou do Jardim Mais Alto da Serra Gaúcha.

Planos futuros
Juarez mantém o Armazém Rosa Mosqueta, já considerado um atrativo turístico da Linha Imperial, recebendo visitas diariamente. Para o futuro, o empresário pretende importar novas roseias e recuperar a plantação. As primeiras roseiras foram importadas da Alemanha, de onde Juarez pretende importar as novas roseiras e dar um reinício ao Jardim.

 

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.