Região
ENXURRADA: “Algo nunca visto em Santa Maria do Herval”
Secretário de Obras pede paciência para a comunidade
Por Cleiton Zimer
Santa Maria do Herval – Diante dos estragos causados pela enxurrada entre a noite de sexta-feira (17) e madrugada de sábado (18) – em que choveu cerca de 200 mm – o vice-prefeito e secretário de Obras, Gilnei Capeletti (MDB), pediu a compreensão da comunidade pois há milhares de demandas em todas as localidades, ao mesmo tempo.
Frisou que estão dando prioridade às situações mais críticas – como liberação de acessos e distribuição de água potável – para posteriormente fazer as demais manutenções e, gradativamente, tentar voltar à normalidade. Mas adiantou que vai demorar meses até que isso aconteça, dependendo, sobretudo, da questão climática.
O abastecimento de água só foi normalizado no início da semana em diversos pontos. Famílias estavam ilhadas e os acessos só foram liberados na terça-feira.
A prefeita Mara Stoffel (PDT) informou que, na segunda-feira, o município decretou situação de emergência por conta dos estragos.
A PIOR DE TODAS
“Já tivemos chuvas fortes, enxurradas que atingiram parte do município. Mas nesta última semana toda a extensão, todo o território foi atingido causando enormes prejuízos. Algo nunca visto em Santa Maria do Herval ”, disse Gilnei.
“Mas, em primeiro lugar, quero lembrar e dar os sentimentos aos familiares da família Benisch, que vitimou a Ledwina e Elisabeta, Winie e Marichie. Pessoas muito conhecidas, moravam no território de Gramado mas tinham grande vínculo com Santa Maria do Herval. Ficam os sentimentos aos familiares, foi uma perda muito grande para todos nós.”
Danos gerais
Muitas casas foram invadidas pela água, móveis foram danificados, prédios atingidos, tubulações arrancadas e estradas destruídas. Além disso, colonos que já vinham enfrentando uma situação difícil perderam grande parte das suas plantações.
Pedidos
Há muitos pedidos de brita, saibro, bueiros entupidos. “Sabemos de tudo isso, mas preciso dizer que a gente primeiro precisa fazer o acesso. Bueiro entupidos não tenho nem noção, mas são centenas ou milhares, porque nosso território é muito grande. Santa Maria do Herval é maior que Morro Reuter e Dois Irmãos juntos, e temos que atender a cada um em cada canto.”
Explica que não conseguem nem acessar a saibreira. E, mesmo se pudessem, seria barrento. “Se eu levar isso nas estradas vai ficar pior que está.”
Trabalho sem parar
Equipes da Prefeitura de Herval, com apoio de Dois Irmãos e Morro Reuter, e também com máquinas terceirizadas, estão numa verdadeira força-tarefa. “Estão trabalhando incansavelmente desde sexta de noite, madrugada inteira, sábado inteiro, domingo, para tentando minimizar os problemas.”
“Vamos atender todos”
Gilnei disse que, desde que começou a chuva, recebeu centenas de ligações. “E o que quero dizer para a nossa comunidade é que vamos atender todos. Vai levar tempo, deixou marcas, mas vamos recuperar Santa Maria do Herval. A Secretaria de Obras está à disposição, mesmo se a gente não conseguir atender na hora, podem continuar ligando, fazendo o pedido, que vai chegar o momento que vamos atender. Mas precisamos do entendimento da população.”
Chilo agradeceu os funcionários da Secretaria e municípios vizinhos que estão prestando apoio, assim como voluntários.
Não para de chover
O vice-prefeito afirmou que vão ser necessários meses de tempo bom para recuperar tudo. “Não meses com 80% de chuva como vem acontecendo desde junho. Estamos indo para meio ano onde na Agricultura e Obras não estamos conseguindo fazer praticamente nada.”
Reiterou o pedido de paciência. “Vamos pensar no nosso vizinho, irmãos hervalenses. A estrada está ruim, sei que precisa de manutenção. Vamos recuperar, mas precisamos de paciência, é muito grande, não vamos conseguir fazer em dois três dias, ao mesmo tempo e em todo o lugar.
Os perigos ainda não passaram
O município ainda está em situação de risco em diversos locais. “Tem grandes partes onde ainda corremos risco de deslizamento, onde vimos que tem rachaduras. Deus queira que não aconteça. Temos situações em estradas onde, de repente, não vamos mais conseguir fazer estrada, onde não tem acesso para o Jammerthal, levou a estrada junto, só tem a ribanceira. A ponte do Rio Loch está condenada e precisa ser reconstruída. Temos coisas para reconstruir da última enxurrada de julho como a ponte da Vila Seger, estamos esperando baixar a água para colocar os canos mas parece que cada vez está chovendo mais.”