Região
Escola Cecília Graeff, de Morro Reuter, adota escola arrasada nas enchentes
Crianças enviaram brinquedos e cartas contendo desenhos de dias melhores
Morro Reuter – A Escola Municipal de Ensino Infantil Cecília Graeff, tem ensinado a solidariedade aos seus pequenos alunos na prática. Por iniciativa da professora Thays Rockenbach Auler, pais, professores e principalmente as crianças abraçaram a ideia da adoção de uma escola de São Sebastião do Caí, uma das cidades mais atingidas pelas cheias que assolaram o estado.
A escola adotada, a EMEI Tia Jussara, enfrentou a devastação completa de seus materiais didáticos, mobiliário e documentos em duas ocasiões. Sem sequer ter tido tempo para se recuperar da primeira inundação, a segunda foi ainda mais implacável. “A água permaneceu por três dias sobre a escola. Mal tiveram tempo de limpar, a água retornou”, relata a professora Thays, cuja própria família reside na cidade.
Foram arrecadadas centenas de brinquedos junto às famílias. As crianças, de até 5 anos, foram as mais engajadas. Na última semana, um caminhão carregado de brinquedos e cartas contendo desenhos de dias melhores foi enviado como um gesto de apoio e esperança aos amigos da escola Tia Jussara.
Recebidos
Os brinquedos já chegaram ao destino, porém, o encontro dos alunos com as doações não tem data para acontecer. Segundo a diretora da Tia Jussara, Sabrina Seidel Leite, a escola já está limpa, mas, com o tempo úmido, está mofando: “Temos que ter uma parte estrutural mínima para o retorno. Dependemos de prestadores de serviço, que estão com as agendas lotadas, pois há toda uma cidade para reconstruir, e do tempo seco, que também não está colaborando”, diz Sabrina.
Quanto à iniciativa de Morro Reuter, a diretora acredita que deve minimizar o impacto das perdas: “Nossas crianças estão sem a sua rotina habitual: algumas em casas de parentes ou abrigos, outras com as casas, assim como a escola, sem a maioria dos móveis. Retornar e encontrar as doações na escola fará com que elas vejam que existe um recomeço e que há normalidade no meio do caos que a cidade está vivendo”, explica.