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Polícia

“Eu não consigo acreditar que minha mãe possa ter ido longe”; idosa que desapareceu de lar em Dois Irmãos ainda não foi localizada

24/05/2024 - 14h34min

Atualizada em 24/05/2024 - 14h54min

Por Cleiton Zimer

Já são quase três meses de angústia. De incertezas. Noites mal dormidas. Preocupações que não terminam.

– Onde está Maria? O que aconteceu com ela? Será que está segura? Está com frio, com fome, com sede?

No dia 7 de março deste ano Maria de Fátima Silva Ávila, 64 anos, desapareceu do Lar de Idosos Jardim de Deus, localizado na Estrada Quatro Colônias Norte, na divisa entre Dois Irmãos e Campo Bom. E desde então nenhum vestígio, nenhuma notícia.

Maria segue sendo procurada pela família

Agora, com a catástrofe que atingiu o Rio Grande do Sul, a família tem esperanças de que ela possa ser encontrada em algum abrigo e, por isso, volta a intensificar o pedido de socorro para que quem puder, ajude com qualquer informação.

Como tem muita gente nos abrigos, pode ser que alguém possa ter visto ela. É a nossa esperança”, afirma a filha Luciana Silva Ávila Medeiros. “Eu não consigo acreditar que minha mãe possa ter ido longe, ela não iria longe. Como ele (proprietário do lar) disse, se ela realmente saiu por aquele portão como ele falou ela não pode ter ido longe.”

Asilo do qual a idosa desapareceu é envolto por mata densa

Investigação segue, mas sem novidades

A investigação segue através da Delegacia de Campo Bom. Segundo o delegado Rodrigo Câmara não há novidade sobre o caso.

Os proprietários do lar disseram à Polícia Civil que ela saiu pelo portão, depois que eles deixaram acidentalmente aberto. “Imediatamente o Corpo de Bombeiros fez intensas buscas na região, que é um local ermo e rodeado de mata fechada. Até o momento ouvimos diversas testemunhas, verificamos câmeras de vigilância, requisitamos informações para outros órgãos públicos, porém ainda não temos nenhuma informação sobre o paradeiro dela.”

Logo após o desaparecimento, no dia 13, o lugar foi interditado pela Prefeitura de Dois Irmãos diante da ausência de alvará e autorização dos órgãos competentes. Havia outros 12 idosos no local.

Família denunciou agressões

A família é de Campo Bom. Segundo a filha Luciana, Maria foi colocada no lar após sair de uma clínica psiquiátrica onde fez tratamento devido uma crise de esquizofrenia e depressão.

Ela estava bem, gostava do lugar. Mas na quinta-feira do ocorrido a família já encontrou outra situação. Estava com o olho e a boca rocha, com hematoma. A senhora, dona do lar, falou que ela tinha brigado com outra senhora.”

Mas o que gerou estranheza foi que a proprietária não saia de perto durante a visita.

Luciana até cobrou que deveriam ter avisado da suposta briga.

Saiu e ligou para a irmã, que foi de tarde. “Só que para minha irmã era o dono ficava em roda, dizendo que a mãe tinha caído e batido.”

Rastros só no interior do local

As duas irmãs nem tinha se conversado ainda depois da visita da última. “Eu estava saindo do hospital onde trabalho e me ligaram dizendo que a mãe tinha desaparecido. Isso era 19 horas”.

Imediatamente todos foram procurar. Ninguém descansou. Procuraram na sexta-feira debaixo de chuva. Sábado vieram os Bombeiros com cães farejadores, helicópteros, drones e nada.

Segundo Luciana, os cachorros não sentiram nenhum rastro do lado de fora. “A não ser dentro do lar onde sentiram o cheiro da mãe.

As câmeras de monitoramento do asilo não estavam funcionando. Já as das ruas, dos comércios e residências, não flagraram dona Maria.

Foram feitos anúncios em jornais, canais de TV, folhetos e até carro de som, m,as ninguém viu ela.

O que diz o proprietário do lar?

A reportagem fez contato com o proprietário, Belamar Ribeiro, no dia 11 de abril. Em mensagem, disse que não iria se manifestar. “Por enquanto vamos estera (esperar) um pouco mais”.

Ontem novamente foi feito contato, questionando se de fato ela viu Maria saindo do portão, e se poderia indicar uma possível direção que ela possa ter ido. “Eu não vou falar nada. Eu vou deixar a polícia investigar. A verdade vai vir à tona“, respondeu.

Ajude com informações

Caso tenha alguma informação que possa ajudar na localização entre em contato pelo 051 98340-3280051 99532-6019 ou pelo 190, com a polícia.

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