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Feira do Livro de Dois Irmãos: Movimento coletivo a favor da educação

30/10/2023 - 06h55min

Apresentações no Palco da Praça marcaram os três últimos dias de Feira (Fotos: Nicole Pandolfo)

A 34ª edição da Feira encerrou neste domingo depois de uma semana de atividades culturais

Por Nicole Pandolfo

Dois Irmãos – Nos últimos três dias, a Praça do Imigrante foi tomada por atividades culturais, atrações musicais, contação de histórias e tudo mais que uma Feira do Livro pode oferecer. Mas as atividades na praça foram apenas a chave de ouro de um evento que iniciou ainda na segunda passada (23), com a presença de escritores nas escolas municipais, estreitando a relação entre a literatura e os alunos.

Professor Ernani Mügge

Ernani é licenciado em Letras Português/Alemão, mestre em Teoria da Literatura e doutor em Literatura Brasileira, Portuguesa e Luso-africana

O patrono desta edição, professor Ernani Mügge descreveu a Feira como um movimento coletivo a favor da educação: “Eu sou o patrono, mas quem também deve se sentir reconhecidos e prestigiados são todos os professores que me acompanharam nessa trajetória, nos mais diferentes espaços de atuação.” Ele esteve presente nas visitas às escolas e disse ter adorado o formato da Feira deste ano: “Pude visitar 12 escolas, bater um papo, conhecer o que cada escola faz, os espaços, as bibliotecas. Fico feliz em saber o que está sendo feito em defesa da literatura. Estou tranquilo porque sei que o legado está continuando.

Participação da família

A secretária de Educação, Denise Maria Maldaner, destacou a forte presença de famílias que adquiriram livro para os filhos. Isso corrobora com o relato dos livreiros presentes na Feira que afirmam que a maioria dos livros vendidos foram para o público infantil.

Denise conta que a Feira do Livro foi uma construção que teve início com a escolha dos escritores e dos títulos que foram trabalhados em sala de aula com os alunos: “Através de parceria com as editoras trouxemos os escritores para escola, porque entendemos que o escritor na escola se torna mais próximo do nosso aluno.”

Praça do Imigrante: espaço de cultura

Desde sexta-feira, as atrações na Praça foram divididas entre o Palco Cultural e a Casa de Contação de Histórias. Alunos de diversas escolas e contraturnos fizeram apresentações baseadas em obras literárias. As atrações musicais embalaram a plateia que curtiu bandas como a dois-irmonese Rockstage, o grupo 50 Tons de Preta, Luciano Camargo e Grupo Aquarela.

Uma vez que não tivemos o desfile cívico, o palco foi uma oportunidade para as bandas marciais mostrarem o seu trabalho”, lembrou Denise Maldaner referindo-se ao Festival de Bandas Marciais da tarde de sábado.

No domingo, o Grupo Origens, convidados de Sapiranga, trouxe o folclore brasileiro para o Palco da praça: “Pois acreditamos que trabalhar o acolhimento e a diversidade cultural é necessário e perpassa pela educação, pela aprendizagem”, disse Denise.

Domingo de manhã teve apresentações das entidades gaúchas durante a Mateada Cultural

Toda história contada tem que ter a sua batata-frita

Bárbara Catarina é contadora de histórias profissional há 27 anos.

Na manhã de sábado, por volta das 11h15, ela “borboleteava” na porta da Casa de Contação de Histórias, fazendo quem quer que passasse por lá parar pra ouvir o que ela tinha a dizer. Ninguém resistia. Ela tirava foto com quem participou da sessão de contos anterior e chamava a todos para os próximos horários. A roupa colorida e esvoaçante balançava no ritmo de quem também “fala” com as mãos. Uma borboleta que atraía os olhos e os ouvidos de quem circulava pela Feira.

Para Feira de Dois Irmãos, ela trouxe a temática indígena e o folclore africano. “Tem um pouco de terror, um pouco de mistério, mas tudo infantil, logicamente”, explica Bárbara. Mas o segredo da contação de histórias, segundo ela, está numa metáfora com a culinária: “Todo contador de história é um cheff. Como servir um alimento universal, que agrade a todos? O folclore é a batata-frita de todas as histórias, porque ele agrada a todas as idades, a carnívoros e a vegetarianos!”

Bárbara contou histórias na Casa de Contação

Na Feira também tinha… livros!

Os sete livreiros presentes na Feira comemoraram o bom tempo que manteve a praça movimentada durante os três dias de evento. Gabriela Oreto Niffa, da Nômades Bookseller relatou que o público infantil e adolescente predominaram nas vendas.

Diversas famílias aproveitaram para renovar os exemplares dos pequenos, como foi o caso da Julhaura Moreira. Ela levou a filha de 3 anos e o filho de um ano e 7 meses para escolherem seus livrinhos: “Eles amam! Ela faz rodinha com bichinhos de pelúcia e ‘lê’ pra eles e ele está na fase dos cãezinhos e dos cavalos!” A avó Lurdes Eich ajudou o neto, Caio, de 5 anos, escolher seu livro: “Ele adora ler e desenhar!”

Julhaura levou os filhos para escolherem seus títulos favoritos

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