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FESTIVAL DE FOLCLORE: G.D.F. Internacional presente em todas as edições

12/07/2023 - 11h31min

Atualizada em 12/07/2023 - 11h31min

Internacional é o único grupo do município que participou de todas as edições (CRÉD. MAURO STOFFEL)

Grupo participou dos 50 festivais de Folclore realizados até agora

GIAN WAGNER BAUM

Nova Petrópolis – Em um evento com cinquenta anos de história, poucos grupos podem se orgulhar de ter participado de todas as edições. Este é o caso do Grupo de Danças Folclóricas Internacional, que esteve presente em todas os 50 festivais, desde a primeira, em 1972 na Av. 15 de Novembro, até a edição de aniversário, que tem apresentação da categoria adulta marcada para o dia 15 de julho. “É uma honra para o grupo ter participado destas 50 edições Festival Internacional de Folclore. Todas essas participações ajudaram o grupo e o Festival a crescer cada vez mais e hoje só temos orgulho de continuar fazendo parte dessa história e apresentar o que de melhor o Grupo Internacional tem a oferecer”, diz Vinícius Hillebrand Andriola, coordenador do grupo.

A história do G.D.F. Internacional nasce junto com o início dos esforços para a preservação da cultura de Nova Petrópolis. O grupo foi formado sob influência da alemã Annemarie Frank, esposa de um dos técnicos alemães da Piá na década de 70. Frau Frank, como ficou conhecida, reuniu jovens, a maioria do centro, para dançar danças do folclore alemão em 1970. A ideia dela era usar a dança como uma ferramenta para manter os laços culturais ainda preservados naquele pedaço de Brasil alemão. A Casa da Juventude de Gramado foi fundamental para o início do trabalho da Frau, que coletou no local croquis de danças, músicas gravadas em fitas cassetes e trajes emprestados para dar início ao grupo em Nova Petrópolis. Os primeiros ensaios aconteciam em local aberto, o que chamava atenção de visitantes e moradores.

Grupo também é forte nas categorias de base e boa parte do adulto de hoje começou ainda criança (CRÉD. MAURO STOFFEL)

Annemarie ficou apenas cinco anos à frente do grupo antes de retornar à Alemanha. Com esse retorno, o Internacional ficou quase um ano desatendido e sem ensaiar até a coordenação passar para a professora Imgard Kaiser Schuch. Nessa nova fase que inicia o estudo do folclore das danças tradicionais de outras etnias além da germânica. Dona Imga ficou de 1976 até 1989 e neste período recompôs algumas coreografias, trouxe novas e ampliou as danças para outras etnias, transformando o grupo em, de fato, internacional. Foi sob a coordenação de Dona Imga e pedido de diversas mães que o Internacional passou a ter a categoria infantil.

Quando Imga saiu, passou o bastão para Beno Neumann, dançarino experiente que ministrava cursos na Casa da Juventude. Foi nessa época que o grupo passou a ter trajes internacionais complementando as danças já apresentadas. Neumann ficou pouco tempo com o grupo, mas o suficiente para auxiliar a criação da identidade Internacional e deixar o grupo andando com as próprias pernas. De lá para cá foram inúmeras apresentações, milhares de ensaios, viagens, danças de diferentes partes do mundo e um legado deixado no palco a cada espetáculo provando que é possível quebrar preconceitos e integrar países através da dança.

Hoje o Grupo Internacional conta com mais de cem integrantes divididos em quatro categorias e envolvendo aproximadamente 75 famílias de Nova Petrópolis. Além disso, há projeção de criar no futuro novas categorias, além do projeto de resgate das memórias do grupo que começou a ser desenvolvido neste ano. “Estamos sempre em busca de aperfeiçoar os passos e trazer novas danças de outras culturas para ampliar ainda mais o repertório do grupo”, conta Vinícius.

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