Região
Filho do ex-presidente da Piá é investigado por gerar prejuízo de R$ 300 mil à cooperativa
Pessoas que tinham ligação com a Piá, principalmente da antiga diretoria, são alvos da Polícia Civil na Operação Via Láctea
GIAN WAGNER BAUM
Nova Petrópolis – Algumas pessoas que tinham ligações com a Cooperativa Piá, entre elas ex-dirigentes, são alvos da operação Via Láctea, desencadeada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira, 30 de novembro. A Polícia Civil de Nova Petrópolis, coordenada pelo Delegado Fábio Idalgo Peres, cumpre ao todo seis mandados de busca e apreensão. Além dos mandados judiciais de busca e apreensão foi representado por sequestro de bens e valores ao Poder Judiciário e deferido na ordem de R$ 15 milhões, além de bens imóveis e móveis, como veículos. Com isso, ficam restritos a venda mais de 50 veículos. Conforme a Polícia Civil, o objetivo é preservar o patrimônio durante o desenvolvimento do inquérito policial.
INVESTIGAÇÃO – O que se apura é que uma associação de pessoas que desempenhava funções na cooperativa tinha empresas, muitas vezes em nome de familiares próximos com informações privilegiadas, recebendo benefícios acima da média e vindo a ganhar valores vantajosos, acima de mercado. A apuração está no início, no entanto, os pedidos foram subsidiados por relatório técnicos.
FILHO DO PRESIDENTE – O inquérito policial se debruça em diversas situações na gestão anterior, inclusive na alienação (venda) da frota, ficando constatado a princípio de que a aquisição de 16 (dezesseis veículos) foi feita por uma empresa ligada ao filho do então presidente da cooperativa. A empresa supostamente prestava serviços para a Piá, fato que ainda será apurado, e com o dinheiro obtido nesse suposto contrato, veio a adquirir os veículos, muitas vezes por menos da metade do preço de mercado, sem obedecer a ATA de venda. O prejuízo estimado é de R$ 300 mil. “O que se pode constatar que houve praticamente uma liquidação informal, inclusive recolhendo valores em espécie de supermercados e agropecuárias para pagamentos de alguns funcionários, escolhidos para verbas trabalhistas, “ligados” à então diretoria, havendo o recolhimento de dinheiro, um dia após o desligamento da empresa”, diz parte da nota emitida pela Polícia Civil.
Empresa ligada ao filho de Smaniotto, em princípio, prestava serviços e, com o valor recebido, adquiria veículos da frota da Piápor valores muito abaixo do mercado (CRÉD. DÁRIO GONÇALVES/O DIÁRIO/ARQUIVO)
Irregularidades no transporte
Também existem indícios de irregularidades no setor de transporte, onde pessoas ligadas aos conselhos da cooperativa obtinham privilégios e informações. O inquérito policial foi instaurado a partir da nova gestão da cooperativa que embasou a notícia crime com relatório técnico que serviu de suporte aos pedidos feitos ao Poder Judiciário e a instauração do inquérito policial.